terça-feira, 16 de abril de 2019

Meu coração é um bar vazio tocando Willie Nelson (juntei minhas fraquezas e vesti de palavras)

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E a gente tem tanto medo. Medo de crescer. Medo de vencer. Medo de ser. Medo de sentir. Medo de amar. Medo de perder. De sentir saudades. De morrer. Medo de sermos esquecidos. Temos medo. E o medo é o que nos mostra o labirinto dentro de nossos corações que faz com que nos perdemos de nós mesmos.
E eu sempre tive medo. Sempre fraquejei. E minhas fraquezas de vida são o que me tornaram a pessoa que sou hoje. Poética demais. Triste demais. Com medo demais. E isso é atormentador demais. Porque eu tenho medo da morte, mas penso nela todos os dias. Tenho medo de ser esquecido, mas penso sempre em alguma saída. Medo de sentir saudade, e vivo dessa saudade. Medo de sair na rua, mas quero sempre o meu quarto. Medo do meu quarto, porque é nele, solitário, onde encontro todos os meus medos, mas é onde mais quero estar quando o medo do mundo invade minha alma. E eu tenho medo, muito medo, constante medo. Medo que persiste. Que me assola a alma. Que me desmonta. E não existe ninguém aqui para juntar cada caco que me resta. E eu tenho medo de escrever, mas é onde eu mais consigo salvação. Medo da minha arte ser uma merda, mas é o que sempre penso. Isso é arte? Te amar é uma arte? Ter medo é uma arte? Viver é uma arte?
Mas que artista desgraçado esse que sou?!
E eu tenho medo que essa saudade nunca passe. Tenho medo que meu coração não pare de estremecer sempre que ouço tua voz. Medo de nunca me sentir forte o suficiente para te tirar de minha vida de uma vez por todas. E eu tenho medo do alcoolismo, mas é no álcool que encontro um caminho para longe de ti. Tenho medo de meus medos, mas são meus medos de permanecer tão longe de ti que me trouxe até aqui. E eu tenho medo da saudade, mas quero, em todo momento, perguntar se sentes saudades de mim, mesmo sabendo que não sentes, mesmo tendo medo da resposta, mesmo sabendo que não se importa. Tenho medo. Muito medo. E vontade. Muita vontade. E eu sei que tens vontade, vontade de permanecer longe o suficiente de mim para que nunca mais sinta saudade, para que nunca mais lembre sequer do meu nome. E tu foge, foge para longe, muito longe, cada vez mais longe e longe e longe. E eu sinto. Sinto muito. Sentimento constante de saudade e decepção. Ansiedade e depressão. Tristeza e solidão. Essa era a mulher de minha vida? Amarei essa saudade para todo o sempre? Que merda é o amor, não é mesmo?
E eu tenho medo de despedidas, mas aprendi a dizer adeus para todas as pessoas que amo. Aprendi acordar e me preparar para um próximo adeus. Aprendi a acordar esperando acenos que me mostram o quanto nunca mais verei tal pessoa, e isso não me afeta mais. Porque eu sei que todas as pessoas existentes vão e irão embora de minha vida. Cedo ou tarde. Todas as pessoas partem, com adeus ou sem adeus. E disso a gente não pode fugir. Por mais que corramos. Por mais que a gente se afaste de pessoas e mostre o medo de te-las por perto, elas vão embora. E a gente sente. E a gente chora. E a gente surta. A gente bebe. A gente não demonstra. A gente mal fala sobre. Mas esta lá. O adeus está lá. Ele existe. Em um simples "tchau" ou num "adeus" ou na morte. As partidas estão lá. Cabe a nós lidarmos com as chegadas. E eu tenho medo de chegadas, a gente nunca sabe o quão intenso será essa pessoa em nossas vidas. Mas tenho mais medo de chegadas vazias e rasas, essas são as que mostram para nós mesmos o quanto devemos permanecer longe delas. Mas, e as chegadas significativas em nossas vidas, devemos ter medo? Não. Não devemos. Devemos ter medo dos ensinamentos que o universo lhe trará sobre esta pessoa. São eles que te deixarão forte ou fraco. Cabe a nós decidir até onde iremos com ela.
Coração é o labirinto pelo qual me perdi faz tanto tempo. E não quero que me encontrem. Não mais.

- Esperei tanto por você que, quando foi embora, mal consegui sentir o impacto!
- O que sentes agora?
- Um buraco vazio em meu coração que só me mostra o quanto fui fraco em te deixar escorrer pelos meus dedos.
- E o que sugeres?

Silêncio!

Meu coração é o vazio que tu não podes preencher. Tu entrou naquele bar e disse "Olá" e eu respondi em simpatia. E eu deveria não ter dito nada. Deveria não ter respondido. Deveria ter sido o babaca que sempre fui. Permanecido longe. Deveria ter lembrado do presente futuro que um simples "Oi" é capaz de te dar. Olhe para baixo, grande homem. Continue bebendo sua cerveja, grande homem. Não olhe para esses olhos, grande homem. Tu vais se perder. E ela vai embora. E ela nunca mais irá voltar. E tu virarás um grande alcoólatra por ter esquecido que o amor é perigoso demais para teu coração solitário demais. E o que tu se tornou hoje, grande homem? Este ser humano cheio de medos e anseios a espera de uma saudade que nunca mais será permitida dentro deste coração que vos escreve. Percebes o quão ridículo és? Você mesmo jogou fora o teu amor. Você mesmo sente falta dele. E você mesmo o quer de volta. Mas você mesmo não sabe mais como tê-lo de volta e pouco se importa. Se tranca em seu quarto. Bebe. Bebe. E bebe. E não acredita em nada, mas espera algo do universo. Tu não acredita no amor, mas quer ele de volta. Odeia demonstrar tuas fraquezas, mas escreve sempre sobre elas, por mais que todas as pessoas que são capazes de ler, não entendam porcaria nenhuma do que está escrito em todas as merdas de tuas cartas. E você espera, grande homem. Você acorda para mais um dia na esperança de que todos os teus medos tenham ido embora, sai para o mundo, olha para os lados na esperança de que alguém irá salvar esse teu coração vazio o suficiente para não ser suprido por ninguém. Percebeu o quão ridículo você é?
E você vive. Vive tua vida a tua maneira. E sai para trabalhar. E entrega sorrisos. E o teu melhor. E abraços. E sempre o teu melhor do melhor que você é capaz de dar por estar sempre tentando ser alguém melhor, mesmo que nem se importe com julgamentos. Porque, na idade em que está, você mal se importa com o que as pessoas pensam ao teu respeito. Mas você quer o amor de volta. Tu quer amar de volta. E quer lembrar como ser amado incondicionalmente. Você quer. Eu sei que quer. Eu vejo. E tu não vê a hora do dia acabar e voltar para casa e encher a cara e escrever mais um pouco e ficar sozinho. E isso é triste. Mas essa é a tua vida. E você, mesmo rodeado de um turbilhão de gente, está sozinho. E quer ficar sozinho. Porque tens tanto, mas tanto medo, que não se entrega para mais ninguém, seu coração não permite tal façanha. E sua vida é rodeada de choros internos, crises existências, depressões, ansiedades, noites em claro, bebidas, tragos e poesias. E tu nunca se lembrará como é ser amado de verdade, ou melhor, tu se lembras, por isso sentes tanta falta. Grande homem, saia do fundo do poço ou acabe com isso de uma vez por todas.
Teu amor não irá voltar!

...

- E o que sugeres?
- Que eu me mate esta noite.
- Vá em frente. Ninguém pode te salvar. Adeus!

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