quarta-feira, 5 de agosto de 2015

E eu nunca quis dizer adeus

Eu nunca quis dizer adeus. Procuro todas as respostas para todas as milhões de questões contidas em minha mente e tudo fica tão preso que me sinto impotente. E o que eu faço? Nada. Absolutamente nada. E como eu me sinto? Ninguém se importa. Eu não me importo. Mas as milhões de questões em minha cabeça continuam ali. Ecoando. Ecoando. Sem esvair. Sem nem dizer adeus. E eu nunca quis dizer adeus. Deixa as perguntas e questão desolarem minha mente incapaz de ser e ter o que sempre quis. E ainda sim, como eu me sinto? Em palavra sincera e em curta grosseria de meus pensamentos rudes: Foda-se, porra!
E eu poderia nunca mais escrever. Poderia abandonar todas as palavras que assolam o meu peito na hora do aperto, mas o que eu ganharia com isso? Absolutamente nada. Nada. e NADA. Porra, continuo sendo esse jovem velho que se auto tortura ao anoitecer com sua cerveja do lado. Continuo sendo esse insuportável chato com pensamentos tristes e agonizantes, mas sempre me levanto. E continuo. A vida tem que continuar. Eu não quero morrer. Não agora, não hoje. Tenho que ser forte o suficiente para lidar com muita coisa e deixar a minha marca e meu nome em algum lugar qualquer. Tenho que ser lembrado, talvez esquecido. Tenho que ser amado, talvez odiado. Tenho que ser a alegria, talvez a tristeza. Quem se importa? Eu. Nesse ponto, eu me importo e sempre me importarei. Nunca escrevi da forma que escrevo hoje. Nem tão feliz nem tão alegre, apenas forte. Forte o suficiente para não chorar. Forte o suficiente para não desmoronar e desistir. E o que eu faço? Volto a escrever e relembro todas as minhas cartas e poesias para ninguém. Penso e repenso que se voltei a escrever é porque minha mente e minha alma - se é que ela existe ainda - estão em completa agonia e depressão desse mundo e da vida que levo, mas o que eu faço? Morro, renasço, levanto, fortaleço e começo tudo outra vez. E outra vez. E mais uma vez. E mesmo sendo difícil continuo me levantando até o dia em que eu puder olhar o mundo lá fora, ver todas aquelas pessoas com seus sorrisos amarelos e cabelos ao vento e enfim dizer: - Hoje sou tão feliz quanto todos vocês!

- Vai dar tudo certo!
- Você vai sair dessa!
- É só uma fase!
E blá blá blá blá blá. A humanidade me enche de preguiça e revolta. Todos esses discursos baratos para tentarem fazer as pessoas se sentirem melhores quando algo ruim está acontecendo é completamente corrosivo. Não existe. E, para mim, se Deus existisse, tivesse com algum tipo de problema, pedisse ajuda ou conselho de vocês e ouvisse algo do tipo, Ele explodiria essa grande bola azul sem pensar duas vezes. E que tal Ele fazer isso mesmo? Que tal ele começar tudo do zero como estou acostumado a fazer? Não! Deus não está aqui por ninguém. Minha visão é apenas essa e, mesmo não querendo focar absolutamente nada desse ponto religioso que em minha falta, fui capaz e corajoso o suficiente de escrever tais palavras, mas elas não são o foco dessa carta.
Tenho medo da morte. Penso nela todos os dias, mas qual a diferença da morte e do amor sendo que todas as pessoas tem o medo constante de passar por tais momentos? A morte e o amor estão e estarão para sempre ligados um ao outro. A morte mata o amor. O amor mata a morte. E o ciclo continua. E o que acontecerá quando eu morrer? Eu poderia morrer agora. assim que terminar essas minhas palavras. Iriam achar essa ultima carta que escrevi e diriam o que de mim? O que fariam com ela? O que pensariam de mim? Pelo menos o meu sonho teria se concretizado, sonho de deixar as minhas palavras para todas as pessoas que amo e odeio como herança, porque isso, para mim, é o bem mais valioso que tenho. Mas e seu eu demorar anos e anos para morrer, o que será? Continuarei escrevendo e escrevendo, lutando, fortalecendo, morrendo e renascendo. E a cada carta um sentimento e uma verdade. E a cada carta um valor maior de minha herança deixada para todos que estão longe e perto de mim. Amor, ódio, rancor, alegria, tristeza, choro, sorriso, lágrima, mágoa, depressão, saudade, tudo junto numa só carta. Tudo junto num só livro. Tudo junto em papéis que escrevi cada palavra que saiu de mim. E talvez eles dirão:
- Michel Rodrigues era um gênio bêbado depressivo que sabia muito bem o que queria!

E se for para isso acontecer, que eles não me exaltem e vangloriem tanto a ponto de eu vomitar, mas que todos eles saibam que eu nunca quis dizer adeus, mesmo amando e odiando alguns. Que meus amigos se lembrem de mim. Que meus pais continuem me amando. Que minha amada não esqueça tudo que fiz por ela e o toque de meus lábios ao fechar dos meus olhos são sempre dela. Que meus inimigos sempre se lembrem o porque me odiaram. Enquanto isso, que eu continue bebendo e escrevendo o suficiente para aguentar o peso do mundo sobre minhas costas, as milhões de questões que consomem minha mente e ser suportável para todas as pessoas que aqui me querem.

Que o meu Adeus demore para chegar!