domingo, 23 de novembro de 2014

Dizem que Jesus morreu por amor e ninguém acredita que isso mata. Tolos!

Estávamos abraçados e ela disse:
- Quero só ver como será o seu próximo texto, querido.
- Ainda não sei, mas não escreverei mais sobre o amor - respondi.

Mentira. Se eu não escrever sobre o amor, sobre o que escreverei? Eu necessito escrever sobre minhas loucuras e melancolias, e é o amor que me deixa louco e melancólico. Já não me importo sobre o que as pessoas pensam disso. Já não me importo se as pessoas acreditam convincentemente que sou uma pessoa triste que odeia amar. Sim, eu sou isso. Eu sou assim. Eu sempre fui assim. Repito várias e várias vezes, mas as pessoas são burras. Que inferno. Elas gostam dos meus contos. Elas sempre estão lendo os meus contos melancólicos e pedindo cada vez mais e mais. E eu fico louco. Mais louco do que o normal e sem querer escrever, sem querer ver todas essas pessoas lendo os meus contos e se identificando cada vez mais com eles a ponto de chorar por minhas tristezas transparecidas na mente delas. Como me sinto estúpido em amar e escrever. Como me sinto idiotizado em escrever e ter que amar. O que seria de mim sem sofrimento? O que seria de mim sem amor? Eu não escreveria e não viveria, mas o que mais quero é permanecer dentro desse meu buraco escrevendo e sem viver. Embebedando-me e enlouquecendo-me. Ouvindo a chuva bater forte pela minha janela, forte e mais alto que a música clássica ecoando sobre os meus ouvidos. Coloco as melhores sinfonias de Beethoven e me sinto vivo. Deixa fluir. Deixa eu me embebedar. Deixa eu escrever. Deixa eu enlouquecer. Hoje é domingo e ninguém se importa. Eu não me importo. Deixa a chuva cair forte e limpar toda a mente de um louco insano que não sabe mais o que quer e onde quer chegar. Deixa eu entrar em contradição de minhas próprias palavras, porque eu sei o que quero e onde quero chegar. Mas me deixa aqui, quieto, em paz, sem ver as pessoas. Me deixa amar em silêncio. Ninguém se importa com o meu amor, apenas eu, eu e ninguém mais.
As pessoas acreditam mesmo que nos tornamos pessoas melhores depois que nos apaixonamos. Essa é a mentira mais estúpida e sem bom senso que já ouvi e li em toda a merda da minha vida. As pessoas se tornam perdidas, chatas e burras quando se apaixonam. Elas perdem a noção no humor e do tempo. Perdem a qualidade de vida e o pensamento fixo de que sabemos onde queremos chegar. As pessoas se apaixonam e se perdem. O amor é a pior invenção do ser humano. Não. Não é a bomba nuclear, não são as drogas, não é a poluição. O amor é a coisa mais desgraçada e sem nexo que inventamos. Dizem que ninguém nunca morreu por amor, mas na bíblia eles pregam que o tal Jesus morreu por amor. Sim. Ele devia ser chato e burro. Desculpem minha sinceridade babaca de ateu, mas muitos outros morreram sim por amor. Cristãos ou não. Se você ama, você fica chato, burro, tedioso e com um pé a frente da morte. Não ouse amar. Não ouse me amar. NÃO OUSE.

- Você acredita mesmo que sou como as outras pessoas que entraram na sua vida, né? - ela perguntou.
- Acredito, querida. Todas as pessoas que amam estão propensas a machucarem as outras. Elas querendo ou não - respondi e pensei mais um pouco. - Todas as pessoas que amei me machucaram de tal forma que me trouxe até aqui e me transformou nesse miserável tolo que sou hoje - e a beijei.
E ela quase chorou.

Embebedo-me para esquecer. Embebedo-me para escrever. Embebedo-me para não amar. Embebedo-me para ficar sóbrio. Embebedo-me para ficar louco. Embebedo-me para achar uma cura. Mas eu sou a doença. A doença está dentro de mim. Esse tumor chamado amor. Ele está crescendo. Cada vez mais. Cada minuto que passa encontro-me mais burro e chato e tedioso e com o humor entre altos e baixos. A saudade aperta e eu fico chato. Penso em teus lábios tocando os meus e fico burro. Lembro do teu sorriso e fico tedioso. Lembro do teu corpo colado ao meu e bate mais aperto da saudade, então o meu humor se torna um grande saco de merda. Fico tão burro que não sei o que escrever. Tão burro que não sei o que pensar. Eu paro, penso, reflito, teorizo e repenso. OH DIABOS, estou apaixonado pela mulher mais linda dessa cidade. Espero que ela não morra. Espero que ela não me mate. OH DROGA, ela já está me matando. Pouco a pouco. Cada dia mais. Cada semana mais. Não. Cadê a porcaria da minha bebida? Cadê a porcaria do meu copo cheio para sustentar esse coração vazio de quem não sabe o que quer? CADÊ?
Tolo eu em pensar dessa forma. Meu copo está tão vazio quanto essa música clássica de Beethoven tocando aos meus ouvidos, eu encho ele com uma bela quantidade de cerveja gelada e, ao preenche-lo, percebo que meu coração se encontra como aquele copo. Cheio. Cheio de vida. Cheio de saudade. Cheio de um aperto doce de quem não se sente vivo por causa de alguém há anos. Meu copo está cheio, assim como o meu coração, e então, sei o que quero. Sei muito bem o que quero: A mulher mais linda dessa minha vida.

- Não ouse sair da minha vida - eu disse em nossa primeira conversa.
- Não sairei - ela respondeu e sorriu.

Embebedo-me em nome desse romance. Embebedo-me em nome dessa promessa. Embebedo-me por me sentir triste em saber que as promessas dentro da minha vida NUNCA são cumpridas. Embebedo-me por sentir que sou um adolescente de colegial escrevendo sobre um câncer chamado amor, mas sou velho. Um idoso no corpo de um jovem de 23 míseros anos. Meu olhar nesse momento se encontra tão triste quanto a música clássica e a chuva caindo lá fora. Tão triste.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Preenchendo o meu vazio em palavras vazias

E hoje não tem música clássica. Hoje não tem cerveja ou uma dose mais forte. Hoje não tem um café quente. Hoje não tem você. Não, não tem você. Não agora. Não nessas palavras. Você me preenche demais para estar nessas palavras vazias e todas as pessoas já estão cansadas de lerem coisas sobre o amor. Me estabeleço através do que? Me estabeleço através de quem? Eu ando pelas ruas rotineiras e vejo todas aquelas pessoas que nem conheço. Os mesmos rostos. Os mesmos sorrisos. As mesmas tristezas. Eu me vejo através delas e não me encontro. Me perco. Me iludo. Me frustro. Me deprimo. E já não aguento mais escrever nada sobre o amor. Escrever algo sobre romance faz apenas com que eu me sinta vazio, quero dizer, depois de escrever. As coisas funcionam da seguinte forma: Eu me apaixono. Eu amo. Eu me perco. Eu fico louco. Muito louco. Cada vez mais louco. E cheio de palavras para escrever, algo como fonte de fuga ou fonte de expressar sentimentos. Escrevo sobre o meu amor, escrevo sobre o meu romance, me sinto cheio de vida naquele momento e depois volto a me sentir vazio. Logo em seguida, vejo todas aquelas pessoas que conheço bem e outras nem tanto falando que estão cansadas de lerem coisas sobre o amor, mas dizem que o meu amor deve ser uma pessoa de sorte. Tolo eu por acreditar nisso. Eu sou triste. Deprimido. Frustrado. Confuso. Perdido. Será alguém capaz de me salvar?

Estou escrevendo essas palavras vazias. Sem planos. Sem choros. Sem sentimentos. Não estou pensando muito, apenas escrevendo. E escrevendo. E escrevendo. E escrevendo. E repetindo as mesmas palavras para que algo se encaixe no final. Entediante? Sim. Monótono? Sim. Frustrante? Sim. Confuso? Com certeza. E quem eu sou? O garoto entediante, monótono, frustrante, confuso e apaixonado, mas que não se ama e que não faz questão nenhuma de se auto-conhecer mais ainda. Eu daria qualquer coisa para poder estar bebendo alguma dose forte de uma bebida qualquer. Daria tudo para não estar sóbrio. Hoje, existem duas coisas que tornam o meu mundo mais suportável, o meu romance e as minhas bebidas. Mas HOJE, não tenho o meu romance e nem as minhas bebidas. O que eu faço? Escrevo. Escrevo feito um louco. E digito. E desenho. E penso. E reflito. E fico mais louco, muito louco e perdido. Me salvem. Me ajudem, pelo o amor de Deus, seja Ele quem for. Estou quase enfiando uma faca em meu peito para sentir que estou realmente vivo. Eu não me sinto mais vivo escrevendo. Não sóbrio, não sem música, não seu o meu romance. Mas que inferno, levem tudo isso para longe de mim. Me tirem desse inferno que é estar apaixonado. E sintam, espera, sintam, sintam minhas pequenas e medíocres palavras vazias. Não me levem tão a sério, a não ser quando eu peço, imploro, suplico e invoco ajuda. Não esqueçam de me ajudar. Não esqueçam de me trazer umas boas doses ou uma música clássica ou o meu amor. Não existe nada mais chato do que um homem apaixonado por uma mulher. Não. Não existe.

Prestou atenção em todas as minhas palavras vazias de sentimentos cheios? Se encheu de sentimentos cheios com minhas palavras vazias? Não. Não deixe o seu coração transbordar com minhas pequenas palavras vazias e imundas. Estou odiando cada vez mais todos os meus contos. Estou me odiando e me perdendo. Não se perca comigo. É horrível sentir que você não faz parte desse mundo. É horrível. É um abismo e a visão cansada vai ficando embaçada. Não deixem minha visão escurecer. Não me deixem morrer. Não me deixem amar. Não me amem. Não deixem minhas palavras vazias entrarem no coração de vocês. Aviso de amigo. Aviso de um louco. Eu avisei. ESTOU AVISANDO.

Eu odeio me apaixonar e mesmo assim peço todas as noites para o meu romance não me esquecer. Quer um conselho de um escritor de quinta categoria? Sofra, sofra muito. Ame, ame muito. Viva, viva muito. E escreva, você sendo um ótimo ou terrível escritor, mas escreva e nunca deixe que o teu romance te preencha mais do que tuas palavras.

E, OH INFERNO, me perdi dentro de meu próprio sentimento. Perdi a linha do raciocínio. Cairei em contradição de minhas próprias palavras, oh querida. As palavras não foram capazes de preencher o meu vazio, não essa noite, não como o teu sentimento, que tu dizes ter por mim, é capaz de preencher. O amor é como a corda de uma forca, e ela está enroscada em meu pescoço. Puxem a alavanca para a minha morte de uma vez por todas. Antes que seja tarde demais.

domingo, 16 de novembro de 2014

Todas as minhas cartas para você

Estou vivendo um sonho. Um sonho real. Peço que não me acordem. Suplico que não me libertem desse sonho. Amar, para mim, era um pesadelo, agora é apenas um sonho. Não me acordem. Eu imploro. Eu poderia estar escrevendo alguma coisa sobre minhas lamentações e tristezas. Algo sobre minhas incertezas e inseguranças. Todos sabem como isso aqui funciona. Sabem a forma que escrevo e o jeito que me dou com as palavras. O jeito que eu me encaixo nelas e a forma que elas se encaixam em mim. Não. Eu não quero escrever, novamente, sobre alguma coisa triste. Estou lutando e relutando para conseguir escrever algo bonito, algo que faça com que as pessoas apenas coloquem sorrisos entre seus lábios e não apenas lágrimas passando por eles. Eu sou triste e quero salvar o mundo, mas não apenas com minhas tristezas. Eu sou louco e quero mesmo salvar o mundo, mesmo acreditando que ele não tem mais salvação. Eu evito escrever, falar e pensar no amor, mas hoje é difícil. E é por isso que não perco mais a esperança em nada. Um dia eu perdi a esperança no amor e hoje isso está sendo completamente diferente. Estou aqui trabalhando fortemente em algo que transpareça cada sentimento que está pulsando dentro do meu peito. Não. Não me acordem. Não me acordem desse sonho que está sendo suplantado dentro desse meu amor. Estou vivendo melhor e sorrindo mais. Apenas preciso me preocupar em não deixar o meu romance se tornar algo clichê demais, por isso estou aqui escrevendo algo lindo e bom sobre ele. Tentarei não falar tão mal do amor dessa vez. Tentarei apenas me expressar da melhor forma que consigo fazer: Escrevendo.

O amor é como um tumor e ele está crescendo dentro de mim. E qual o meu tratamento? Uma voz. Um perfume. Um sorriso. Uma brincadeira. Um abraço. Um beijo. Um carinho. Uma atenção. O meu romance. Estou sendo salvo. Estou criando esperanças, muitas esperanças. Quase acreditando que o amor existe de verdade. Eu escrevo cartas e mais cartas, quero te entregar. Quero apresentar cada palavra que expressa o que tenho sentido dentro do peito. Vale a pena lutar por alguém. Tenho medo de me entregar, mas já estou em suas mãos. Tenho medo de demostrar os sorrisos bobos, mas eles são lançados pelos ares cada vez que penso nesse alguém ou simplesmente lembro do teu nome. E eu escrevo. Cartas e mais cartas. Rascunhos e mais rascunhos. OH MEU DEUS, esse romance está me tirando do fundo do poço. Eu tenho que escutar cada dia mais ele, mas estou enlouquecendo. Vale a pena enlouquecer por conta do amor? Não, amor. Não me deixe mais louco do que o normal. Não me obrigue a pedir salvação. O amor é como um tempestade que devasta toda uma cidade. É como uma bomba nuclear capaz de destruir todo um mundo. Não me destrua, amor. Não me jogue na sarjeta. Não me deixe ser apenas esse velho de 23 anos que bebe para esquecer os amores passados. Não. Não me deixe de lado. Não me faça escrever apenas sobre coisas tristes que o mundo é capaz de me proporcionar. Estou apaixonado por acaso. Um acaso capaz de me matar ou de fazer com que eu me mate. Mas eu não quero que me acordem. NÃO ME ACORDEM. Pela primeira vez, depois de anos e anos, estou escrevendo algo lindo sobre o amor. Deixe-me acabar essas linhas e depois disso alguém pode me acordar. Deixe-me escrever essas palavras clichês para eu tentar acreditar que estou me sentindo vivo depois de muito tempo. Oh amor, não seja traiçoeiro comigo, mais uma vez. Só dessa vez, me deixe viver em paz ao lado de um outro alguém.

Ela tem medo e sorri. Ela chora e depois sorri. Ela me abraça e depois sorri. Ela me olha, eu vejo, ela sorri e olha para o lado com vergonha. Ela me olha, só o fato dela lembrar a minha existência faz com que eu permaneça em choque. Esses sentimentos. Para onde eles irão me levar? Porque ela é tão otimista? Porque ela é tão eu? Isso é mais uma armadilha da vida? Porque o amor sempre me deixa com essas perguntas sem respostas. O amor é pior que Deus. O amor é pior que qualquer coisa. Você tem que estar muito bem preparado para poder sentir isso e não sei qual a minha posição em estar preparado. Eu nunca estive preparado, mas ele me pegou de jeito. Pulsa, coração, pulsa. Bate forte dentro de mim. Me deixa com essa sensação de estar vivo. Pulsa. Bombeia. Explode. Mas não morre. Não morre por amor. Não. Não. NÃO MORRE. Aguenta o tranco. Aguenta a pancada. Aguenta o susto. Vai aguentando e sendo atormentado cada dia mais por conta de um sorriso, mas aguenta. Você é forte. Eu sou forte. E ela me fortalece mais ainda. Cadê a minha paz? Cadê o meu alívio? Eu poderia passar o resto do dia escrevendo sobre o meu romance e não encontraria uma calmaria sequer dentro de mim. Eu não me senti melhor e nem pior. O que é o amor? Mais uma pergunta sem resposta. Mas eu sei que ele está lá fora. Eu sempre soube. Hoje, ele bate na minha porta e o convido para tomar uns bons drinques comigo. Se embebede comigo, oh amor. Deixe as mágoas longe. Engula uma boa dose forte. Cuspa suas palavras em mim. E depois vá embora da minha casa. Deixe-me seguro do que estou fazendo e vá embora. É difícil amar. É difícil se apaixonar. Mas já não tenho tanto medo. E eu aguento. E sofro. E sorrio. E escrevo. Escrevo bastante. Cartas e mais cartas, lembra? Depois eu queimo todas ou jogo todas elas fora. Menos essa. Eu quero que leiam essa carta. Eu quero que saibam o que hoje pulsa dentro do meu peito. E não me importo que perguntem sobre quem estou escrevendo. E não me importo que amem ou odeiem cada palavra. E não me importa se o meu romance irá ler e depois jogar fora.

Se o seu coração parar de bater, peço que cavem a sua cova e a minha. Lado a lado. Se o teu carinho por mim fugir, que eu faleça antes disso. Se eu sonhar, que seja com você. Se eu abrir os olhos, que você esteja bem na minha frente. Se você me esquecer, que eu esteja lá para você lembrar de mim e se eu te esquecer, que teu perfume passe pelas minhas entranhas e aqueça o meu coração triste. Se você se for, que me leve junto, mas se eu for embora, que você venha comigo. Me dê a mão. Sorria. Me abrace. Me beije. E não me esqueça. Sinta medo, mas só o medo de que eu vá embora da tua vida, mesmo você já sabendo que nunca sairei dela. Que eu sorria por você e para você. Que você chore apenas quando sentir saudades de mim.
ESPERA. Estou escrevendo tudo muito lindo demais. Cadê a minha melancolia? Eu jurei que não deixaria esse meu conto clichê demais. Então, assim farei. Terminarei por aqui.

Sonhei com você essa noite, oh amor. E foi tão bom. Receba essa carta e só a jogue fora quando enjoar de mim. Tente entender. Você me entende quando ninguém mais está aqui por mim. Juro que tentarei não escrever mais nada sobre o amor, nem tão cedo.

domingo, 9 de novembro de 2014

Amargas palavras sobre um domingo


Odeio o domingo. Odeio tristemente por ele ser tão parecido comigo. Chato, Ranzinza. Frustrante. Desinteressante. Entediante. Sem amor. Sem prazer. Sem sabor. Sem tempero. Não gosto de estar trancafiado dentro do meu quarto escrevendo palavras amargas sobre o primeiro ou último domingo de minha vida. Cada domingo é diferente, mas também é a mesma coisa. Sinto-me longe. Sinto-me cansado. Sinto-me com saudades de escrever palavras verdadeiras sobre coisas boas. Minhas palavras me levam onde não quero ir, mas elas me salvam. Já fui salvo várias e várias vezes pelas minhas palavras, mesmo fugindo e quase desistindo de tê-las. Eu penso inúmeras vezes antes de começar a escrever. Penso na primeira palavra e na última. Penso no título. Penso nas pessoas que irão ler e no que elas irão pensar. Eu poderia escrever coisas boas e lindas, já que muita gente está lendo meus contos tristes. Poderia tentar deixar o dia delas mais animado, mas o que eu faço? Trabalho em minhas palavras num domingo triste. Arranjei um tempo. Tirei um dia de folga. Mas estou trabalhando. Trabalhando duro para deixar essas minhas palavras as mais lindas possíveis. Pensando em escrever sobre o meu amor. Sobre o meu romance. Sobre coisas lindas. O mundo está sendo enxergado por mim de forma diferente nesses últimos dias. Será que o meu amor está me salvando? Será que estou mudando ou apenas ficando mais e mais louco? Me salva, oh amor. Tira-me desse dia frustrante. Tira-me dessa agonia de não poder tê-la. Você está aqui dentro de mim, mas está tão longe, tão longe, muito longe. E eu repito para mim mesmo: Não. Não lute pelo seu amor. Não lute por sua vida. Desista. Desista enquanto é tempo. DESISTA!
Se eu desistir do meu amor, acredito que desisto da minha vida. Se eu desistir da minha felicidade, desisto dos meus amores, mas que INFERNO, eu não acredito em amores. Eu não acredito no amor que cabe dentro do meu peito. Ele é como um pássaro preso que quer voar e se sentir em liberdade há anos, mas eu o prendo. Ele não vai fugir. Ele não vai voar. Ele não vai escapar de dentro desse peito que tanto chora em silêncio. Já sofri demais por amores passados e não estou em vantagens de sofrer de novo. Degusto um belo café quente nesse domingo em defesa de meu amor.

Eles falam que cabelos crespos são ruins e reforçam que é errado ter cabelo ruim. Eles falam que ser gordo é errado. Eles falam que isso é errado. Que aquilo é errado. Que viver de tal forma é errado. Tudo errado. Muito errado. E eu me afasto. Permaneço longe. Permaneço e reluto em acreditar que a unica coisa errada nesse mundo é o ato de amar. Amar é errado. Eu amo errado. Eu sinto errado. Tudo errado mais uma vez. Que hoje eu não fuja da linha do meu pensamento. Que eu tente e me esforce ao máximo em escrever um conto verdadeiramente bom. Só dessa vez. Só mais uma vez. Em defesa do meu amor. Meus contos são entediantes, mas meu amor me tira do tédio. Meu domingo está chato, mas o meu amor me deixa menos chato. Eu sou triste, mas meu amor me traz momentos de alegria. Eu penso em suicídio, mas meu amor me salva. E eu jurava para mim mesmo nunca mais escrever NADA sobre amor. Tolo sempre fui em pensar assim. Não ame e não ouse me amar, mas se for para eu amar, que seja dessa forma que ele está batendo dentro de mim, cada dia mais, um pouco mais, muito mais. Se for para você me amar, que você me ame do jeito certo, com carinho, com felicidade, com otimismo, com ternura, com sabedoria, com o dom de me salvar, porque sou triste, entediado, frustrado e depressivo. Pessoa difícil com uma vida difícil em meio a pensamentos difíceis. Existe alguém que está sendo capaz de me salvar um pouco mais a cada dia, mas tenho medo que ela vá embora. Um dia ela irá embora. Meu amor irá me abandonar mais uma vez, logo estarei escrevendo palavras mais tristes que essas sobre o meu amor. Eu penso e vivo assim. Triste pensar tão mal sobre o amor. Triste ser triste por conta do amor. Amar é uma solidão egoísta, assim como os domingos. Domingo, o dia mais desgraçado entre todos os dias da semana.

Eu poderia ficar aqui escrevendo a tarde inteira. Inspiração e vontade de cuspir todas as minhas tristezas não me falta. Poderia escrever mais e mais sobre o meu amor. Esse aperto constante dentro do peito. Sobre ter escrito teu nome dentro do meu coração e por conta disso fazer com que eu sinta sua falta cada vez mais. Poderia escrever mais sobre o domingo, mas não quero. NÃO QUERO. Não quero me frustrar bem mais que isso e não quero frustrar você com minhas tristes palavras. Acredito que já é triste o suficiente as pessoas me conhecerem de longe apenas por minhas palavras tristes, mas hoje deixei minha mensagem. Trabalhei duro nesse domingo para fazer alguém se sentir melhor. Não. Espera. Trabalhei duro nesse domingo para fazer com que EU me sinta melhor. E não estou me sentindo melhor. E olha quantas palavras cuspi para fora de mim. E olha quantos pensamentos e sentimentos deixei em minhas palavras. Só que a vida é muito mais que isso. O domingo é muito mais que apenas tristezas e tédios, mas seria melhor se eu estivesse com o meu romance em meus braços. Meu romance está longe, muito longe e eu gostaria de agarra-lo para sempre.
Expresso-me de forma estranha e triste. Expresso-me de forma carinhosa e entediante. Eu poderia escrever uma carta para o meu amor e ele nem sequer se importaria em ler. Não irei me dar ao trabalho de escrever. Estou fazendo rimas e diálogos constantes dentro de minha mente. Pensando. Pensando. Entristecendo. Lembro do meu amor. Lembro do meu romance. Lembro do seu beijo, do seu perfume, do seu carinho, da sua voz, do seu gosto. Lembro que fui feliz por uma noite depois de muito tempo. Entristeci no dia seguinte por saber que estava longe, muito longe, de novo. Lembro do seu sorriso, da sua ironia, do seu cinismo. Lembro suas palavras e abraços e ternuras. Você escreveu e eu li. Eu escrevi e você leu.

Mas que diabos é o amor afinal? Se tornar esse depressivo solitário que não para de beber e pensar em alguém. Cuida de mim, oh amor, antes que eu faleça de tanta saudade de você. Antes que eu faleça em um domingo qualquer e você nem sinta a minha falta. Será que você sentiria a minha falta se eu morresse hoje? Triste história para ser contada em um domingo.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Nem a morte me salva do amor

Eu não me sinto salvo. Eu não me sinto em sã consciência. Sou insano e louco e perturbado e triste. Eu já dormi na rua. Fiquei algumas noites para fora de casa. Eu já apanhei injustamente e apanhei calado. Eu já bebi demais e fui largado em qualquer lugar, mas outras vezes cuidaram de mim. Eu já corri de seres humanos ruins. Já senti vontade de nunca sair de minha casa. Eu já fui humilhado. Eu já chorei em silêncio. Eu gritei quando deveria ficar em silêncio e me calei quando deveria gritar. Eu já me senti sozinho, inúmeras e inúmeras vezes. Eu sempre me sinto sozinho, tendo pessoas ao meu lado ou não. Eu sou sozinho. Eu sou esquecido. E esqueço também, mas em algum ponto eu lembro das pessoas e não cobro nada para que elas lembrem de mim. Eu já sofri por amor. Sofri muito por amor. Chorei. Odiei. Serrei os punhos. Fechei os olhos. Ajoelhei e implorei por perdão. Eu entrei em depressão. Eu escrevi cartas e contos e textos e resenhas. Joguei fora todos os rascunhos e me afundei em bebidas fortes. Eu já me cortei. Cortei meus pulsos fracos quando a minha alma estava fraca. Já tentei me matar. Já tentei me envenenar e pensei em me enforcar. Ouvi canções tristes nos meus discos e nas rádios e continuei sofrendo por amor. Sofri por meu pai. Perdi meu pai, mesmo que eu nunca tenha tido o meu velho aqui do meu lado. Eu já senti inveja de todas as pessoas que têm seus pais ao seu lado e já senti raiva por todos aqueles que não respeitam os pais que estão ali com eles, de criação ou não. Eu sinto isso e vivo isso. Eu sou triste desde a barriga de minha mãe. Eu era triste por ter sido rejeitado quando ela descobriu que eu não era o que ela queria. Hoje sou amado, muito amado, mas continuo sendo triste. É triste demais ser triste e não sei porque faço questão de repetir essa mesma história, mas quero escrever e estou aqui escrevendo para alguns gatos pingados que ousam ler meus contos tristes e chatos. Eu escrevo por me sentir perturbado e insano e louco e triste. Repito minhas palavras e elas falam algo por mim. Eu sempre repito alguma coisa que esteja me conflitando naquele exato momento. Eu trabalho. Eu estudo. Eu corro atrás de tudo. Eu sonho. Eu vivo. Eu sofro. Eu choro. Eu me alegro e me entristeço. Lembro de meus amigos e eles me esquecem. Esqueço dos meus amigos e eles se lembram de mim. Assim como, esqueço do amor e ele se lembra fortemente de mim. Lembro do amor e ele me despreza. É triste ser desprezado, mais triste ainda ser desprezado e esquecido pelo seu amor. Eu odeio o meu amor e ele ama o meu ódio. Ele se alimenta do meu ódio. E eu continuo me sentindo triste e sem me importar com minhas deprimentes e amargas repetições. Você irá ler isso? Pensará no meu amor? Sentirá curiosidade em saber quem é o meu amor? Sinta-se a vontade.

Não escrevia há uma semana. Estava me sentindo sufocado por conta disso. As palavras sempre ousam me sufocar quando me afasto delas. Elas pegam pesado com a minha mente quando tento me esquecer que sei escrever alguns pequenos contos ruins - quer dizer, existem as pessoas que falam que meus contos são enormes, mas são as pessoas preguiçosas que, mesmo assim, falam que todos os meus contos são sensacionais e lindo -, me pegam de jeito e esboçam em mim alguns rascunhos para que eu bote tudo para fora. Essa é a minha vida, depender de algumas breves palavras para se sentir um pouco melhor ou feliz ou alegre ou apenas menos triste. QUE INFERNO, eu preciso das palavras para me sentir um pouco mais feliz. E quando eu não tiver mais forças para escrever? E quando eu não souber mais o que escrever? E quando o meu desespero não for capaz de me trazer algo de valor? OH, JESUS CRISTO. Me sinto um surdo, cego e burro ao pensar que nunca sentirei desespero e tristeza e depressão a ponto de não saber o que escrever. Como me sinto burro ao pensar que um dia poderei ser feliz e ser amado de verdade. Como me sinto estúpido em pensar que o amor e a felicidade estão lá fora, em algum lugar, em algum canto. Uma vez eu joguei o amor fora, mas ele voltou. Ele sempre volta. SEMPRE. Mas eu sei que ele está lá fora. Mas eu sei que ele está aqui dentro de mim, porque estou sentindo esse amor mais forte do que nunca. Meu peito está apertado, pulsando, bombeando. Ele palpita forte quando ouço um nome. Ele chega a ponto de sofrer uma parada quando esse alguém está perto de mim e ele sofre quando ela está longe. Longe. Muito longe. Sempre longe. Mas tão perto. Eu não me importo com o amor, nunca me importei, mas ele sempre faz questão de se importar comigo. O meu amor se junta sempre com minhas tristezas. Meu amor e minhas tristezas sempre vão me moldando e fazendo com que eu seja essa pessoa patética que um dia caiu de joelhos para orar. Hoje eu sei que nada e nem ninguém irá responder minhas orações. Não existe Deus. Quer dizer, me sinto dentro de muita arrogância em escrever assim, mas eu sei e confio sabiamente de que Deus não existe. Ele não vai me salvar. Ele nunca me salvou. Ele nunca salvou ninguém. Ele nunca salvou o meu amor. Meu amor nasceu, cresceu, adoeceu, sofreu e morreu. Morreu. Apenas morreu. E me deixou um grande vazio. Minha felicidade foi junto. Minha tristeza e depressão tomaram conta de mim, pelo meu amor e por tudo que já passei. Escrevi quase todas as minhas situações e pensamentos ruins, mas falta muito, muito, mas muito mesmo. Muita coisa ruim já me aconteceu e eu tenho certeza absoluta que sou esse ser humano genioso, pensante e triste por conta disso. Eu escrevo demais e as vezes, tudo que escrevo, parece mentira. Eu nunca escrevi uma mentira ou algo inventado. Eu nasci, cresci, amei, sofri, amadureci e quase morri de verdade. E foi tudo muito triste.

Minha cerveja acabou. Meu amor renasceu. A música clássica chegou em seu último segundo. Minhas palavras não querem mais sair. O que mais eu deveria escrever então? Sobre o meu amor ou sofrimento? Sobre mim ou sobre ela? Sobre felicidade ou tristeza? Sinceramente, não sei mais o que escrever. Jurei para mim mesmo que escreveria um conto melhor que o último. Que escreveria como se fosse morrer amanhã. Que escreveria algo que encantasse de verdade caso eu morra essa madrugada ou caso eu resolva cometer suicídio, mas não me esforcei nem um pouco para isso. Apenas precisava colocar para fora todo o meu sofrimento, minha tristeza, minha depressão e, claro, o meu amor. Eu precisava escrever algo novo sobre o meu amor, porque isso está me sufocando, me deixando estranho, fazendo eu pensar em situações e momentos felizes. Não. Eu não quero um amor. EU NÃO QUERO AMAR, não estou preparado ainda. Eu não sei lidar com essa situação e acho melhor eu cometer suicídio antes que isso cresça e piore. NÃO, DROGA, nem suicídio eu posso cometer, não teria mais como beber algumas boas e geniosas cervejas. Mas que diabos, não sirvo nem para me matar, porque eu serviria para amar?

Me perdoe, meu amor. Você já me faz tão bem!