quinta-feira, 11 de abril de 2019

A realidade de todas as invenções

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- Estou com saudade.
- Vem dormir essa noite comigo!

Te enxerguei. Você não me viu.
Te peguei pelos dedos. Você soltou.
Te acariciei os cabelos. Você pouco se importou.
Acendi um cigarro. Te ofereci minha cerveja. Você disse que odiava cigarros e não queria beber comigo.
Te entreguei carinho. Você me entregou repulsa.
Te entreguei beijos. Você virou o rosto.
Te mostrei um caminho. Você não quis saber e escolheu o teu.
Te pedi para ficar. Você quis ir embora.
Te disse que queria que voasse comigo. Você fugiu.
Te escrevi poemas. Você rasgou todos sem ao menos lê-los.
Acendi mais um cigarro. Não te ofereci minha cerveja. Você achou isso ruim e foi para mais longe.
Não me importei.
Eu tinha te pedido tantas e tantas coisas, e você não deu a mínima. Isso que eu tentei demais, mesmo sabendo quando não me ocupo em tentar demais quando sei que nada daquilo irá dar certo.

Um dia a gente aprende como não amar!

Te olhei. Você me olhou.
Te surpreendi. Você me notou.
Te estendi a mão. Você apenas tocou.
Te olhei os cabelos. Tu deu de costas.
Te pedi um cigarro. Você não fumava.
Te pedi uma cerveja. Você me apontou a direção para pegar uma.
Te pedi um carinho. Você não sabia o que era isso.
Te pedi um beijo. Você disse que não beijava quem não amava.
Te pedi um caminho para longe de ti. Você me trouxe para mais perto sem ao menos querer algo comigo.
Te pedi para que deixasse eu voar para bem longe. Você me prendeu em tuas garras.
E sorriu.
Te pedi poemas. Você me deu cartas horríveis de seus outros romances.
Te pedi outro cigarro. Te pedi outra cerveja. Você achou isso ruim e me quis mais perto de ti.
Me importei. Me importei até demais.
E eu tinha te pedido tantas e tantas coisas, e você não deu a mínima. Mas me lembrei que eu sempre quis demais de você e você nunca deu a mínima. E nunca se importou em dar o máximo do seu mínimo. E eu sempre quis te enxergar como nunca te enxerguei. Como um ser humano a mais no mundo. Não como meu romance. Não como minha dor. Não como minha frustração. E eu quis te ocupar tanto dentro de meu coração que teu coração se tornou algo ocupado demais para ter qualquer tipo de espaço que contenha meu nome nele.

Um dia a gente aprende a não amar!

- Acho que tenho saudade de ti.
- Vem dormir comigo esta noite.
- Achar não é o suficiente.

E eu acordei e te vi ao meu lado.
Levantei animado. Desci as escadas. Fui para a cozinha. Coloquei um jazz. Te fiz café. Subi as escadas. Animado. Te acordei calmamente. Te ofereci o café. Você abriu os olhos. Disse que não queria. E eu desanimei. Sentindo o cheiro de café no ar. E desanimei. Você me olhou. Eu te olhei. Não te surpreendi com meu café. E você notou. Te estendi a xícara. Você apenas tocou, mas não bebeu. Afastei os cabelos de seus olhos. Tu virou para o outro lado. Levantei da cama, peguei um cigarro, acendi o cigarro. Você disse que odiava cigarros. Bebi do teu café. Aquele que você recusou. Fui até você, te pedi um beijo. Você me beijou. Beijo fraco. Beijo seco. Beijo obrigado. E virou de lado. Você pediu para ir embora. Eu pedi para ficar. Você insistiu. Te mostrei o caminho. Você levantou. Colocou tuas roupas que estavam espalhadas pelo chão. Te pedi, mais uma vez, para ficar. Você nem respondeu. Te pedi para não voar para longe de mim sem falar uma palavra sequer. O teu silêncio machuca muito mais do que todas as borboletas que encontrei mortas em meu jardim. Você silenciou todas as tuas palavras. Derrubou uma lágrimas. Apenas uma. Te mostrei meus poemas com teu nome neles. Você perguntou onde estava o seu molho de chaves. Te apontei a prateleira. Acendi outro cigarro. Tu fez cara feia. Bebi o café, o meu dessa vez. Tu fez cara de descaso.
Me importei. Sem me importar.
E eu não tinha te pedido tantas e tantas coisas assim. Só te pedi para ficar. Só mais um pouco, mas o teu descaso me deixou tão solitário quanto todas as rosas em meu jardim. Porque eu sempre espero algo demais de meus romances?

Um dia a gente aprende a esquecer de amar!

- Vem dormir comigo esta noite?
- Não sinto saudades de você.
- Acredito que isso seja o suficiente.

Eu tento quase nada se vejo que não vai dar certo. Eu tento quase nada se vejo que não existe o romance verdadeiro. Mas eu continuo acreditando nos romances. Continuo olhando por cada esquina a procura de romances que sejam de verdade. Romances de outras pessoas que façam com que eu acredite que isso ainda existe no mundo em que vivemos.
Meus romances. Meus poemas. Minhas cervejas. Meus diálogos. Minhas esperas. Meus pedidos. Minhas desistências. E eu crio diálogos e momentos e situações e loucuras e chegadas e partidas e a pessoa nem sabe disso. Ela, de alguma forma, sabe o quanto amo ela. E sabe o quanto quero ela aqui do meu lado todas as manhãs possíveis. Mas ela também sabe o quanto sou desistente em relação a amores. Por isso não espera nada mais de mim. E eu nem peço nada mais. E ela não me pede nada mais. E eu nem espero nada mais. E eu sofro. E ela desiste. E eu tento. E ela partiu. E eu espero. E ela nem aguenta mais. E eu escrevo. E ela não lê. E quando lê, finge que não leu ou finge que nem se importa. Ou não se importa mesmo.
Tu tens algum tipo de amor por mim? Mostre que se importou com algo que escrevi e eu te darei todo o mundo que nos resta.

Entendeu o espírito dessa porra toda? É lindo, não é?

E se eu te pedisse para ficar? Seria lindo ou trágico?

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