quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Entre blues, cervejas e alguns tragos de bipolaridade

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Disco teu número em meu celular para te dizer que te quero demais, mesmo sabendo que já desisti de ti e do amor. Escrevo essa carta para dizer que estou me sentindo altamente bem, quando na verdade o que eu penso é em desistir e continuar escutando todos os meus jazz e blues tristes, escrevendo pequenas cartas que nada tem a dizer, quando na verdade, gostaria de te mostrar o tudo que tenho para dar. Na verdade, meu amor, isso tudo já não tem a importância de todos esses sentimentos e pensamentos importantes que eu gostaria de te dizer de fato. E queria que lesse todas as cartas minhas, quando na verdade tenho um medo ensurdecedor de que comeces a compreender tudo que ouso sentir por ti. Tenho um pavor absurdo de telefones, meu bem, mas todas as noites não vejo a hora de te ligar para ouvir tua voz cansada me dizendo como foi o teu dia e, por mais que me deixes falando sozinho, gostaria de terminar a conversa com um 'eu sinto tua falta', tal como tem sido meu sentimento todas as noites em que já não sei absolutamente nada de você. Droga, eu só queria que tudo fosse mais simples, meu amor, quando na verdade, o amor não é nada simples. E meus sentimentos por você não são nada simples. E os teus sentimentos por mim são capazes de nem existirem. E eu só queria tuas mãos grudadas nas minhas nesse exato momento, enquanto o pensamento de que quero solta-las me invade a mente. E isso é perturbador, meu bem. Teus carinhos são capazes de curar a pior das doenças e tua distância me traz todas elas de volta. Uma a uma. Me matando a cada minuto que passa. E, querida, eu me sinto tão sozinho quando converso com você e mais sozinho ainda quando não trocamos uma palavra sequer. E isso me prejudica, meu bem. E esse tormento de estar longe de você exala pelas minhas entranhas que todas as pessoas ao meu lado sabem que alguma coisa não está bem. E o que farás para que isso pare? Me fará de abrigo ou me jogará fora de uma vez por todas? Querida, uma noite dessas sonhei com teus beijos e acordei com uma saudade de você, mas logo em seguida quis desistir desses mesmos beijos, porque sei que eles podem ser o meu fim. E eles já são. Vejo tuas fotos e te quero tão perto de mim como em nossa última noite juntos. E vejo tuas fotos e nos sinto tão distantes um do outro. Distância que até dói dentro de um peito que já não sabe mais como amar. Poderias me ensinar, meu amor? Querida, tu sabes amar? Tu sabes o que é o sentir? Se sabes ou se sente algo por mim - por mais pequenino que seja -, compreende que gostar de alguém nunca é fácil o suficiente para sermos fortes. E sabes, meu bem, o quão bem tu me faz? Tu és o blues mais bem tocado entre todos os acordes de canções, mas penso deliberadamente em deixar de toca-la, mesmo sabendo que teu corpo é a maior das obras-primas já criadas por todo esse universo. Querida, se tu és uma música, quero toca-la por toda a minha vida. E que minhas mãos desçam por todo o teu corpo enquanto sinto o arrepio de tua alma. E não me jogues fora, meu bem. Não desista. Não fuja. Ou apenas me largue. E me esqueça. Às vezes sinto, meu bem, que sou facilmente esquecido dentro dessa tua mente que eu não consigo decifrar. Não. Não 'às vezes', MUITAS vezes. E quase o dia todo eu penso no som de tua voz e no toque de teus lábios e me perco. E tento te encontrar. E nunca te encontro. E me perco mais ainda sabendo que estou ali perdido no tempo e espaço em que você não faz questão nenhuma de me encontrar. E quando fazes questão, sinto-me um plano secundário ou uma música triste sem muito a dizer. O que sou para ti, querida? O que sentes por mim, meu amor? É forte o suficiente para que eu seja um amor ou normal o suficiente para que eu seja só mais um em tua vida de amores, meu bem? Querida. Querida. Tu és uma obra-prima misteriosa que queria tanto decifrar, mas que está me fazendo perder as forças. Querida. Querida. Sabes como estou? Sentado diante desta carta em que tu não fazes questão nenhuma de entender, ouvindo meu blues, bebendo minha cerveja e tendo uma crise de amor surrado qualquer enquanto brincas com meu coração com esses teus olhos penetrantes que eu não consigo olhar por tanto tempo. O que queres de mim, meu bem?

- Não desiste de mim. Não esquece de mim.
- Quando uma pessoa diz "Não desiste de mim", o que ela quer dizer?

Sinto vontade de te puxar para mim. De pegar para te cuidar, mesmo sabendo que és a mais forte das mulheres por aguentar tudo que aguenta e viver da tua maneira. Mas porque te sinto tão triste, querida? Porque essa minha necessidade em cuidar de você quando o mundo me mostra todas as situações importantes para se viver e se ter? Meu bem, tu não atrapalha em nada minha vida, mas essa tua ausência me aterroriza um pouco. Queria poder te ter sempre que a saudade aperta dentro de mim, mas estás sempre tão ocupada e tão longe. Tão distante. E nunca tens tempo para mim. Jamais imaginaria passar por um romance desses. Até quando resistirei, meu bem? Até quando sobreviverei a esse teu lado romântico que não me diz muita coisa sobre nós? E eu só queria ouvir algumas palavras bonitas e sinceras sobre nós dois, mesmo sabendo que ai dentro não deve ter nada a ser dito. E eu só queria beber menos quando tua falta invade meu coração e eu já não sei o que fazer para suprir essa falta, mas minhas cervejas são minhas melhores companhias. E minhas palavras são minhas melhores ausências. Só tenho algo a te dizer, meu bem, eu sempre fui de sentir péssimos sentimentos quando algo não ia bem, principalmente em relação aos meus romances, hoje não consigo sentir nada disso e não sei lhe dizer se isso é bom ou ruim. Consegues me entender, meu bem?
Te queria tão mais longe de mim. Quase que imperceptível. Longe o suficiente para que eu não possa te encontrar em qualquer esquina que eu virar. Não consigo mais gostar de você, meu amor. Eu queria mesmo era apagar teu número de minha agenda e nunca mais lembrar de tua existência. Essa que me faz tão, mas tão mal. Porque eu já não sinto nada sobre você. E quando sinto, só consigo ter raiva dentro de um peito que nunca amou. E que nem quer amar. Meu bem, é muito fácil te esquecer. É muito fácil não pensar em você. É muito simples esquecer todas as vezes que conversamos e tu me fez muito bem. Isso não tem um pingo sequer de importância e gostaria que soubesses. Nossa, como eu sinto tua falta, meu amor. Só queria teus braços em volta dos meus me dizendo que nada disso é um sonho. Que a realidade é eu, você e o mundo. Que nada mais importa. Mas, amor, será que teu amor é suficiente para tais facetas ou não passo de um passatempo ou história qualquer em teu livro da vida? Baby, tu me machuca. E me cura. E me joga fora. E me salva. E faz com que eu surte. E és meu remédio tarja preta. E me traz agonia. E me acalma toda noite. E teu nome sussurrado pelos meus lábios me traz o mais belo dos sorrisos. E teu nome me fere, amor. E me sinto perdido. E quando me encontras, sou o melhor e mais feliz dos homens. Tente me entender, querida. Tente me encontrar para dizer que nada disso que é sentido por ti é em vão. Ou me encontres, amor, e me mande ir embora para sempre. Digas que tudo que sinto não passa de bobagem. Que tudo que penso sobre ti é a mais pura perca de tempo criada dentro dessa mente ingênua. Tu és minha bebida mais forte. E me sinto sóbrio nesse momento. Jogado no lixo com as mãos para cima pronto para ser resgatado. Teu corpo é o mar que sempre me afogo. Tuas tatuagens são as linhas da minha perdição. Teus olhos minha bussola. Teus beijos meu desejo. E teu amor, bem meu amor, teu amor é minha dúvida. Minha dúvida mais cruel. A mais cruel de todas. E a gente se importa, meu bem? Que bobagem tudo isso, não?!

- Que música é essa?
- Algo que diz "Cê tem uma cara de que vai foder minha vida".
- Isso é capaz?
- Todos nós somos capazes de mentir sobre nossos sentimentos, linda. A dor não é tão glamourosa assim afinal. Nem o amor. Nem romances. Nem mentiras. Nem desejos. Glamour mesmo é não sentir.
- Glamour mesmo é saber e conseguir mentir sobre sentimentos.
- Isso. Quem mente sobre sentimentos é sempre o mais feliz.

Eu não sei mentir para você, querida. Te quero. E te quero muito. Mas sei que não sou tão importante assim para ti.

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

O médico perguntou: - O que sentes? E eu respondi: - Sinto lonjuras, doutor. Sofro de distâncias.

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E hoje caio de encontro a diálogos que citam o quanto estou escrevendo bastante, algo que há alguns meses atrás era "Você nunca mais escreveu nada, né?". Não sei o que isso quer dizer. Nem quero saber o que isso quer dizer. Se é algo bom ou ruim. Para mim não importa desde o momento em que sei que tudo que escrevo não importa para ninguém. Absolutamente ninguém. E eu não me importo se todas as minhas cartas são ruins o suficiente para que as pessoas entreguem alguma importância sequer. E entre blues, cervejas, tristezas e solidão continuo escrevendo tais cartas. E vários e vários pedidos de socorro, mesmo sabendo que ninguém estenderá a mão para me salvar. Ao final, o que as pessoas fazem mesmo é dizer as mesmas frases de sempre sobre o quanto tais cartas estão boas ou o quanto salvei elas naquele dia ruim ou o quanto sou um escritor "incrível", que sei encaixar todas as minhas palavras em momentos e pontos exatos e que deveria dar mais valor e atenção para isso porque tenho todo um futuro nesse meio a se pensar - vale lembrar que não sou absolutamente nada disso, tudo que escrevo é ruim e triste demais. E não, não quero pensar num futuro como escritor de verdade. Isso não me fascina. Porque todas as vezes que ouso colocar tudo para fora e mostrar realmente o que estou sentindo, nunca são sentimentos e pensamentos bons para alguém que deveria usar isso como profissão. E, ás vezes em que tentei seguir esse caminho, nunca deu muito certo. Todas as vezes que enxerguei minhas cartas como obrigação, tudo sai uma verdadeira porcaria falsificada de mim mesmo. Algo que não sou e nunca quis ser. Consegue me entender?
Não. Isso é de praxe!
Escrevi algumas linhas na esperança de fugir de algo que realmente importa. Meu romance. Oh droga, eu sempre escrevo sobre o meu romance e em como estou bebendo demais e escrevendo demais e sentindo demais e pensando demais e querendo tal pessoa até chegar no ponto em que não consigo só sentir e quero vomitar tudo para fora de uma vez por todas. Tem sido assim nos últimos tempos. E eu realmente venho escrevendo demais. Todos os dias. Sempre que posso. Sempre que sinto demais e o peito aperta. Isso é um crime? Pois já estou começando a sentir que é. Sempre que me pego de frente com a tela branca e começo a mexer meus dedos, sinto que estou cometendo algum erro em colocar tudo para fora dessa forma. Oh droga, mais uma vez, porque o amor nos emburrece tanto? E eu só queria a calma de um amor tranquilo. Nunca fiz pedidos grandiosos demais. Nunca fui desses. Nunca desejei tudo. Nunca pedi demais. E isso me entristece porque, talvez, a calma de um amor simples e tranquilo seja algo grandioso demais para um vida cuja distância de amores é perceptível aos olhos de quem vê. E já me chamaram de romântico demais. Clichê demais. Bobo demais. E até burro demais. E tudo por amar demais e sentir demais e querer demais. Qual o meu crime senão amar? Alguém pode apontar o dedo para minha cara e dizer que meu maior pecado é sentir demais? Se fores capaz de me dar todas as opções de uma vida criminosa - essa que levo, talvez -, me mostre. E prenda-me. Deixe-me exilado do mundo. Porque, se essa é a visão do mundo, hoje em dia, em relação ao amor, eu não quero mais viver por aqui. Talvez, eu nem queira mais viver. Porque, talvez, minha visão de romances e amores seja muito distorcida da visão da sociedade que tanto julga seres humanos e suas formas de sentimentos. OH DROGA, se a minha forma de amar e sentir estejam erradas, eu tenho uma forma MUITO distinta do que é o sentir. Se o maior dos meus pecados é amar e demonstrar de tal forma, jogue-me fora. Mate-me. Acabe com isso de uma vez por todas. Se a forma de amar uns aos outros seja essa em que a maioria - descartável uma das outras - está vivendo, eu não quero fazer parte disso. Que eu seja errado e sofra e morra em amar e sentir e demonstrar demais.
Mas, pare para pensar, se a pessoa não sabe lidar com o meu amor e todas as palavras que lanço chegam nela como flechas no coração, a culpa é de quem? Minha que não é. Concorda?
Ou me mate. AGORA!

Diálogo 1:
- Sinto tua falta!
- Tu nunca demonstra essa tua saudade.
- Não sei como.
- Então não sentes tanta falta assim.

Saudade aperta. Vontade mata. Ansiedade de abraços quentes consome. Desejo por tais lábios é devastador demais para não fazer nada e continuar longe. Não sei amar. Nunca soube. Mas sei quando quero alguém. Sei como dizer isso. E eu quero. Eu te quero. TE QUERO MUITO. E não sinto esse tal pecado em dizer tais palavras. Mas é o 'te querer' que me consome de tal forma que me deixa embrigado. Um brinde ao blues. Um brinde por todas as cervejas que já consumi. Um dia me disseram que quando as pessoas sentem falta ou saudade, elas fazem de tudo para estar com você. De tudo. Atitudes valem mais que palavras, certo? E então porque continuo tão sozinho escutando todas as minhas músicas tristes e bebendo todas essas cervejas que já não cabem mais na escrivaninha do quarto? Porque tais lábios continuam tão longe dos meus? E porque eu me encontro querendo alguém dessa forma? Existe algo estranho no meio disso tudo e não consigo explicar o que é. PORRA DE CUPIDO ESCROTO, tu nunca acertas uma!!! Estou ouvindo tuas risadas de longe. Sorrio por dentro. Sei que essa é a brincadeira mais sem graça que ele gosta de ter. Me deixar na sarjeta com uma garrafa vazia em uma mão e uma carta despedaçada em outra. Talvez, um dia, todas as minhas cartas façam algum sentido para alguma coisa e para alguém. E eu vejo filmes românticos passando em minha TV e não concordo com absolutamente nada que acontece lá. E eu ouço músicas que falam de amor e não consigo entender uma palavra do que falam. E eu leio poesias e entendo todas as dores. E caio em tentação de compreender que o amor não passa de uma dor ridícula em que as pessoas sujeitam a passar seus tempos. E eu nunca quis ser um plano B. Acredito que, por eu ter lido demais a minha vida inteira, tenho pensamentos diferentes sobre amores. E eu queria ser todo ignorante a ponto de nem acreditar nessa merda que chamam de amor. Se é que um dia acreditei. E ouvir blues machuca demais meu coração já quebrado. E amar machuca demais meu coração já corrompido e cheio de cicatrizes. Pode parecer um melodrama da madrugada, mas meu coração é cheio de cicatrizes abertas que não fazem sentido nenhum. E quem estaria disposto a cura-lo? Ninguém, de fato.
Essa é só mais uma carta triste cuja palavras ninguém se importa. Isso daqui não vale nada. E porque valeria? Um bêbado chegando aos teus 28 anos, ouvindo blues, escrevendo tristezas e sentindo amor demais por uma romance sem explicação nenhuma. Meu bem, meu bem, eu só queria teu amor e sinto que estas jogando fora cada dia que passa.
Abri mais uma cerveja.

Diálogo 2:
- Tua distância e teu silêncio me fazem tão mal, querida.
- Eu sou assim. Esse é meu jeito. Me desculpa.
- Sinto que sou uma segunda opção em todas as coisas da tua vida, meu bem.
- Não é.
 O silêncio nos invadiu por uns instantes. Então eu disse:
- Querida, queres jogar meu amor fora de uma vez por todas ou queres me fazer de abrigo?

*

"Não sei nem mais dizer
O que sinto por você...
Se é amor...
Se é amizade...
Se é paixão...
Mas suspeito fortemente
Que seja tudo isso junto!"

*

- Porque tens bebido tanto, meu bem?
- Para suprir a falta dela.
- E porque não fala para ela, meu bem?
- Ela sabe.
- E o que ela fala, meu bem?
- Que também sente minha falta.
- E porque não estão juntos, meu bem?
- A vida dela é corrida demais, mal nos falamos.
- Isso é estranho, meu bem.
- E eu não sei? Por isso eu bebo.
- Mas estas escrevendo demais, meu bem. Uma hora isso deixa de fazer sentido.
- Poemas e poesias e escrituras nunca fazem sentido, mas as pessoas de alguma forma te entendem. E sempre que tu termina de escrever algo, se sente totalmente leve
- Mas o sofrimento pela distância da pessoa continua, meu bem. 
- Por isso que eu bebo.
- Mas não podes beber a todo tempo, meu bem.
- São nessas horas que ouço o cupido dando gargalhadas de minha cara feia, meu bem. 

domingo, 25 de novembro de 2018

Não use o telefone, as pessoas nunca estão prontas para atende-lo. Use poesia.

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Alô, meu bem.
Decidi te ligar e pedir para ficar. Para não ir embora. Não de vez. Se tu for embora, que seja aos poucos, tal como tem sido. Te perder de uma só vez é assustador demais e não sei se tenho forças para isso. Estou te ligando para dizer que tudo se encontra como deveria estar. Estou fazendo minhas coisas, meu bem. Acompanhando a minha vida dentro de mim mesmo cada vez mais de perto. E cada vez que acordo, crio um pouco mais de forças para continuar. Com ou sem você, meu amor. E toda vez que penso, de fato, em te ligar, meu coração amolece e a mente emburrece e a visão fica turva. Sinto tua falta, querida. Liguei para dizer isso. Liguei também para dizer que meus passos não são vistos por ti e eu sempre quis que fossem vistos pelo mais belo dos olhares que um dia caiu de encontro a mim. Ligo-te para dizer que meu coração estremece toda vez que escuto teu nome e que os domingos têm sido cada vez mais difíceis sem você aqui. Estou te avisando que teus abraços poderiam estar aqui comigo, cada vez mais quentes, cada vez mais confortáveis. Aviso-te que te quero como sempre quis. Como quis ontem. Como quero hoje. Como irei querer amanhã. E cada vez mais e mais e mais. Estava pensando em como te dizer que tua voz é a calmaria de todas as minhas tempestades. E queria dizer-te também que todas as escolhas da minha vida que tenho andado fazendo são pensando em como tu se sentiria orgulhosa sobre quem me tornei e sobre quem deixei de lado aqui dentro. Deixei de lado a raiva do amor, meu amor. Deixei de acreditar que irás me ligar para pedir pra eu ficar. Deixei mais ainda de acreditar que meu telefone tocará e serás você me pedindo para ir te visitar porque já não consegues mais ficar sem o eu na tua vida. E eu sei que isso não irá acontecer. Nem deveria. Tua vida é corrida demais para se importar com sentimentos como esses. Tua vida é apertada demais para que eu entre de uma vez por todas nela. Para que eu esteja nela. Sou só uma aspas nesse teu livro. Aspas sem valor nenhum. E isso me entristece. Mas também me deixa forte para que eu não esqueça de não me entregar nunca por inteiro, querida. E tu estas me ensinando bastante coisa sobre como devo ou não me sentir. E isso é reconfortante. Meu amor por ti, talvez, sejas demais. Teu amor por mim, talvez, seja de menos. E o amor sempre foi assim. Mais e menos. Tudo ou nada. Abrigo ou solidão. Choro ou riso. Tristeza ou alegria. Paz ou tormento. E já não cabe mais a mim a decisão de escolher em como quero que nosso amor seja, meu amor.
Estou te ligando para dizer que sinto falta da tua voz ecoando em meus ouvidos, querida. Te ligando para dizer que não lembro qual foi a última vez em que me senti tão fraco por estar longe de alguém. Queria deixar avisado que tuas mãos são tão quentes a ponto de me entregarem paz e teu olhar é tão penetrante quanto um raio de sol pela manhã. Mas queria deixar avisado que não sei até quando consigo suportar essa espera de você, meu bem. Te amar não é o que me mata. A espera é o que me mata. E me mata cada minuto mais e isso é tortuoso.
Vale lembrar que tenho escrito muitas poesias sobre ti. Todas com teu nome nas entrelinhas. E dizer que estou crescendo por dentro. Como pessoa. Como amor. Como gente. Como poeta. Crescendo o suficiente para que um dia lembres de mim com carinho. E que abras um sorriso sincero sempre que teu pensamento for invadido por lembranças minhas. E que me mande uma mensagem sempre que lembrar de mim. E que eu possa ter uma noção da falta que faço em tua vida por cada vez que me manda algum sinal de que estas aqui comigo, mesmo de longe. Eu quero ser tua falta mais sincera. Eu quero ser aquilo que preenche o teu vazio. E tudo na mesma proporção do vazio que tu preenches em mim. Teu amor talvez não seja tudo isso, meu amor. E minhas poesias podem um dia não dizer mais nada sobre nada. Mas te liguei para dizer tudo que quero. Te liguei para dizer que da sua falta sinto muito. E que sinto vontade de chorar quando lembro de você. E em outras vezes mais, vontade de correr até ti para lhe perguntar se quer me mandar embora de tua vida ou se quer que eu seja teu abrigo. Só que aprendi uma coisa, meu bem, em relação a ti eu só sei passar vontades nada passageiras. E essa tua forma de amar não sei onde se encaixa com a minha forma. E teu silêncio me desmonta. E teus sumiços me fazem enlouquecer. Qual a melhor forma de não enlouquecer quando tudo que se quer é estar com outro alguém?
Liguei para te dizer que já não sei nada sobre você. Nem sei se quero saber, querida. Sinto tua falta e ela está cada vez mais abstrata aqui dentro de mim. Queria deixar avisado que fico manhãs inteiras pensando em desistir desse tal amor. Desistir de nós. Talvez por estar nessa de não saber de nada. Mas chegam as tardes dos meus dias e me bate uma falta de ti, meu amor. E quando a noite vem, é só em ti que penso. E preciso deixar bem claro que são esses pensamentos que me tem feito beber tanto e escrever tanto e disfarçar tudo atrás de sorrisos forçados dizendo que tudo aqui dentro está bem, quando na verdade, o que eu queria mesmo era desmoronar em colo teu. Se lembra da última vez em que me disse que tudo ficaria bem, meu bem? Acho que não. Tu deve ter esquecido até da minha forma de sorrir ao te olhar andando de lá para cá. Deve ter esquecido também que esse olhar perante a ti não muda facilmente. Olhar de quem ama e que não tem medo de dizer o que sente. Sou desses, não consigo não mostrar como me sinto.
Falei demais, meu amor. Só queria que soubesses que, por mais que tu tenhas desistido do amor e que já não se importa com isso, meu amor ainda está aqui. Bem quietinho. Aquecendo uma parte do meu coração enquanto o resto se encontra frio. Queria te pedir para não deixar essa parte quente acalmar demais. Meu tormento é pensar em acordar e ver que tua desistência ou falta de vontade de tentar me fizeram desistir de nós dois, meu amor. Essa será a pior de todas as manhãs.

- Ah, e tu beijaria ela se estivesse diante de ti?
Engasguei. Silenciei. Não respondi. Abaixei o olhar.

"Toda vez que toca o telefone
Eu penso que é você
Toda noite de insônia
Eu penso em te escrever
pra dizer
Que o teu silêncio me agride."

E todas as minhas poesias eu escrevo pra ti.



quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Teu nome daria um bom título

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- O amor é tão brega, meu bem.
- Não acredito mais no amor.
- Qual o nome do teu amor, meu bem?

Espere. Não. Não se vá. Não ainda. Peço te um pouco mais de atenção. Só um pouquinho. Um pouco mais. E, sob pena de não me encontrares mais de frente com teu olhar, aceite minhas palavras. Aceite minha confissão. Esta talvez seja a última carta. Não sei. Só leia. E se atente. E enxergue meu pedido com carinho. Pedido de amor. Pedido de socorro. Pedido de salvação. Pedido de você. E entenda.
Não sei mais a direção de teu olhar perante a mim. Não sei onde teu coração bate quando pensas em meu nome ou quando sequer lembras que este nome existe. Se é que lembra. Se é que me lembras. E dentro desta frustração que é meu lamento em te pedir demais para ficar, caio em contradição de tudo que insisto em sentir sobre ti. E para ti.
E outra vez mais, as pessoas estão esperando minhas palavras para se identificarem com algo triste que é só meu. E eu nunca quis que fosse assim. Sinto-me um vendido, quando eu só queria entregar meu pedido de socorro para que vieste me resgatar. E cada vez que lhe peço ajuda, teu coração está cada vez mais distante do meu. Nunca sei onde te encontrar. Nunca sei onde te procurar. Nunca sei o que te falar. E isso tira o meu sossego. Irônico, não é? A pessoa que mais lhe entrega calmaria de uma vida turbulenta, é a que mais lhe tira o sono. E isso já não importa. E, ao final, as pessoas que caem de encontro com minhas palavras realmente não se importam com tudo que tive a coragem de escrever. Elas só querem pegar tudo aquilo que elas não são capazes de expressarem e sentirem de alguma forma no peito delas. E elas conseguem. E eu tiro, com minhas palavras, algumas pessoas da tristeza momentânea de um amor machucado, mas sou aquele que não consegue dar um só riso de frente com tal situação. E eu só queria um resgate. E eu só queria uma ajuda. E eu só queria uma salvação. E eu só queria tuas mãos coladas as minhas para me dizer que tudo não passou de um sonho ruim. E eu só queria teu rosto grudado ao meu para me dizer que nunca sairá do meu lado. Não mais. Não é isso que quero. Não quero a distância do teu olhar. Não quero a distância dos teus lábios. Não quero a distância dos teus abraços. Quero você. Quero você perto o suficiente de mim para que eu sinta total segurança do teu amor. Mesmo sabendo que o amor é o sentimento mais cruel que existe na face da terra. Teu amor me assusta. E eu nem sei se ele existe. Teu amor me assombra. E eu nunca acreditei em fantasmas. Teu amor me tira o sono. E eu sempre cai de encontro com a insônia. Teu amor me emburrece. E eu sempre acreditei que ainda não sei de absolutamente nada. E você permanece ali, intacta. Estabelecida. De pé. Inteira. Como se nada tivesse acontecido. Como se nada mais fosse te abalar. E isso me aterroriza mais ainda. Aterroriza o suficiente a ponto de eu saber que se eu for embora, tu mal irás perceber minha ausência. E eu fui embora. Inúmeras vezes. E eu disse "adeus" bem baixinho. E tu nem reparou. E eu tentei permanecer longe. E tu nem sentiu. Talvez porque meu amor seja forte o suficiente para que sintas de longe. Bem longe. Muito longe. Não sei do que és capaz de sentir por mim. Teu olhar me diz tão pouco. Teus lábios menos ainda. Teus abraços apertados me sufocam e eu nunca quis sair deles, mas mesmo assim, me sinto distante. Bem distante. Quase imperceptível aos teus olhos. E sinto que tu não se importas. E porque se importaria? Logo agora. Logo hoje. Sou uma música triste sem nada a dizer tocada em teu rádio mais antigo. Sou uma única linha escrita em teu livro velho. Apenas uma linha que nada tem a dizer. E teu nome pesa demais sobre minhas costas quando o que mais quero é te pedir para ficar. Não me deixa. Não agora. Gostaria de gritar para que ouças. E só guardo no peito. Bem baixinho. Quietinho. E triste. Amor dilacerado esse que reina em meu coração. E eu só queria que me visitasse para dizer que tudo estará bem.
Existem pedidos que são demais até para a mais forte das pessoas. Talvez meu pedido seja grandioso demais. Quase que universal. Tal qual o que sinto. Mas deixa ele aqui dentro quietinho. Nunca fui feliz nas vezes em que abandonei o amor. Sempre me peguei no fundo do poço. O mais obscuro. E nele voltei por diversas vezes, mesmo depois do meu amor ter ido embora, e não porque eu queria viver aquilo de novo, e sim porque o abandono do amor é a situação mais cruel que possamos enfrentar. Não abandone teu amor. Não faça o que fiz. Não finja que nada se passa dentro de um peito que só quer explodir. Enganar teu amor é enganar a ti mesmo. E, percebas, sempre que tentaste enganar a ti mesmo, coisas boas nunca vieram de encontro com teu colo. Porque com um sentimento tão puro, real e perigoso quanto o amor seria diferente? Tomes cuidado.
E onde encontramos forças para lutar por um amor quando nosso coração está tão quebrado quanto um copo de vidro que quebramos há anos atrás. Aquele copo foi restaurado? Não. Foi apenas juntado e jogado no lixo. Fizeram isso com o que bate dentro do meu peito. Remendaram. Eu fiz isso com o que bate dentro do meu peito. E espero tuas mãos e teu amor me remendar de novo. E não me importo com as consequências. Sinto que sou forte o suficiente quando estou ao teu lado. E todo medo dentro de mim evapora como num passe de mágica. Você faz com que eu queira ser uma pessoa melhor, mesmo quando o que mais quero é fugir. Fugir para bem longe. Na esperança de que o amor passe e que eu não me sinta nunca mais assim. Quando foi que me tornei tão burro? Já não lembro.
Teu nome daria um bom título para esta carta, mas seria clichê e trágico demais revelar o quanto te quero só para mim.
Nossos nomes estão próximos de se tornarem uma colisão grave rumo a caminhos distintos ou rumo a salvação de nós dois. Escolha se queres ir ou se pretendes ficar.

- Diga-me o que sentes! Se é que sentes algo. Quero ver se tenho coragem de pedir para que não se vá.
- Qual o nome do teu amor, meu bem?
- Nunca quis tanto alguém como quero ela.
- Diga-a.

O silêncio me consumiu.
Salva-me desse caminhão com meu próprio nome escrito nele que me atropelou a vida. Só tu és capaz.


terça-feira, 20 de novembro de 2018

Olhei o rosto dela e pensei: merda, eu gosto dela. Que vou fazer?

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E desde quando escrever todas essas coisas se tornou algo chato? Juntar palavras. Pensar palavras. Cuspir palavras. Temer todas elas. E joga-las aos quatro ventos sem o medo contínuo de que me julguem. Nunca me importei com o que as pessoas realmente pensam das coisas que ouso sentir. Não seria agora que me importaria. E todas essas pessoas olham para mim e falam "como tens coragem de sentir tanto e revelar tanto?" e eu balanço a cabeça e não me importo. O erro não está em mim de sentir demais e entregar tudo que perece dentro de mim, o erro é de quem não aceita tudo de bom que ouso ter aqui dentro. Sentimentos que o coração explode e mostra para onde todos os pedaços terão que ir já não me assustam mais. Um dia me aterrorizava e me tirava o sono. Hoje, apenas espero tal pessoa aceitar os pedaços ali contido e pensar no que deve fazer com tudo aquilo. Meu coração escolhe em qual colo cairá cada parte de mim, o coração alheio é que escolhe se joga tudo fora ou se me deixa entrar. Meu erro, talvez, seja sentir demais. Demonstrar demais. Querer demais. E até, sonhar demais. Mas são esses erros e sentimentos que me mostram o quanto ainda estou vivo. São esses sentimentos que me mostram caminhos distintos para a solidão ou para a cura. E já não me importo de tentar mais uma vez. Outra vez. Mais uma vez mais. Qual o problema do sentir? Qual o problema do gostar? Qual o problema do amar? Em decomposição do mundo, esquecemos de nossos sentimentos verdadeiros que podem nos trazer um bem danado, mas quando lembramos e sentimos todas essas coisas, por vez ou outra, boas, é melhor não tentarmos prende-los dentro de um peito que se perderá cada vez mais. E se sentirá cada vez mais aflito. O erro do ser humano é pensar demais e sentir de menos.
Bukowski uma vez escreveu algo sobre 'Não tentar'. E isso, de alguma forma, faz todo sentido. Não tente amar. Não tente suportar a dor de não ser amado de volta. Não tente dar o seu melhor quando, no final de todas as coisas, as pessoas só te darão algum tipo de decepção. Não tente ser feliz. Não tente agradar os outros. Não tente demonstrar tudo que sentes, senão falharás. Não. Não tente. Não tente dar o seu melhor para ninguém, no fim tudo é decepção ou falhas ou erros. Mas, Buk dessa vez estava errado. São nossas falhas que definem nós mesmos. Experiências. Vivências. Acertos. Erros. Amores. Romances. Sentimentos. Perigos. Riscos. Cura. Solidão. Teus amores e romances podem definir você e tu nem faz ideia do quanto. Não ouse fugir de um sentimento tão puro quanto o amor. Estou escrevendo coisas bonitas e esperançosas sobre tal sentimento? NÃO. Nunca irei falar tão bem do amor. Não dessa forma. Não tão clichê. Se existe algo que sempre falarei mal, até que me provem o contrário, é o amor. Meus romances se encontram perdidos por ai. Meus amores esquecidos. Meu peito tão machucado quanto a carcaça de um animal velho. Sou uma pessoa com feridas abertas dentro de um coração que não sabe mais o que quer - mesmo querendo demais -, e não sei onde está esse amor que pode me restruturar e fazer com que eu volte a acreditar nas palavras de 'eu te amo' que sempre temi em dizer. E quer saber? Isso não importa também. Por hora. Deixa eu continuar sentindo esse calorzinho aqui dentro como se houvesse alguma esperança no amanhã. Como se, mesmo atrás de um dia cinza, alguém estivesse pintando e moldando cada borda obscura dentro de mim. Porque nunca me ensinaram que o amor não é como nos filmes? Meus pais falharam em algo. Ah, falharam.

Diálogo 1:
- Sou um acorde errado em tua música. Até quando?
- Sou tua canção triste sem nada a dizer. Até quando?

A gente ama e quer ser amado. A gente chora e quer ser consolado. A gente desfruta de sabores e quer compartilha-los. A gente pensa demais em alguém e espera que seja assim do outro lado da cidade. A gente procura fotografias esperando sentir a pessoa mais perto. A gente olha nossas mensagens a cada meia hora na esperança de que tenha um "sinto tua falta". A gente espera por sinais e eles nunca caem de encontro a nós. A gente se frustra. Se arrepende. E chora. E grita para o mundo que não sabemos amar. A gente não sabe lidar. A gente fica burro na esperança de que a outra pessoa limpe a tua mente de todos os pensamentos que nos afastam de nós mesmos. A gente acredita que a pessoa te ama da mesma forma que tu amas. E que a importância é a mesma que tu entregas. E, tristemente, raramente é assim. E falhamos. Falhamos na esperança de que todos os nossos sentimentos sejam, de alguma forma, super valorizados. E somos apenas uma peça no quebra-cabeças da vida que, por um lado, não tem importância nenhuma. Em qual peça desse jogo tu estarás? Em qual peça desse jogo tens deixado teu romance? Entre as importâncias ou entre objetos perdidos sem valores nenhum? Pense.
Não é demais pedir um amor tranquilo. Tuas mãos coladas nas minhas quando o suor de desespero escorre entre os olhos. Teus lábios perto o bastante dos meus quando meu peito pulsa forte o suficiente para ser ouvido de longe. Teus abraços quando o mundo parece desmoronar sobre as costas. E não que o amor sirva só de conforto, mas que sirva também como abrigo. Como paz. Como válvula de escape de uma vida tão tortuosa. Não é pedir demais um amor que nos vista com o melhor dos sentimentos. Horas e horas de conversas jogadas ao vento. Sorrisos sinceros. Abraços apertados. Beijos longos. Mensagens trocadas. Filmes assistidos enquanto comemos todo e qualquer tipo de porcarias que a vida nos é capaz de proporcionar. Beijos carinhosos quando o filme não tem tanta importância assim. E o que teria de importância quando estas ao meu lado? Absolutamente nada. Só o eu e tu e o mundo lá fora. Nada mais. Quero a calma de uma admiração sincera por tudo que ambos fazemos. A força que vem quando um ou outro pensa em desistir. A gente se levanta. Se reergue. Se abraça e se fortalece. E a gente continua a vida. Um empurrando o outro para o melhor dos caminhos. Vá. Vá. Não desista. Tu me tens. Vá. Não esquece. Não me esquece. Somos fortes juntos. Mais fortes que o mundo. O mundo que se foda. E acreditamos em nossas vidas, em nossas conquistas, em nossas batalhas vencidas, em nossas frustrações supridas de desejos e ambições boas e o amor contido em nossos peitos que batem tão juntos e iguais quando estamos perto um do outro. E isso é lindo de sentir. Um amor tão simples e magnífico quanto o pouso de uma das mais belas borboletas em uma flor pelo campo. Poético demais? Talvez. É nisso que nossos romances se transformam. POESIA!

Diálogo 2:
- Eu sinto tua falta.
- Vem me ver.
- Estou indo. Me espera!

Um amor que eu sinta falta. Não quero voltar a ter esse medo horrendo do amor. A olha-lo com olhos de quem nunca mais irá senti-lo, porque essa merda dói, e dói demais. E machuca. E nos pegamos tão machucados que nunca mais ousamos sequer deixar o amor entrar dentro de nossas casas, por mais que eles nos aqueça de alguma forma, deixa ele lá, batendo em nossa porta. Não. Não quero que ele entre. É perigoso demais. E depois de todo ciclo, ele se torna a tristeza de alguém saindo pela mesma porta que entrou.
Preciso te encontrar e te dizer que sinto tua falta. Preciso te beijar e lembrar que teus lábios, de alguma forma, são meus. Nem que seja por hora. Preciso te encontrar e te abraçar e te dizer que não quero mais sair desse refúgio. Tu quando estas longe é distante demais de mim. Do meu peito. Da minha vida. E cada minuto que passa sinto que estou para desaparecer. E vejo tuas fotos e desapareço. Vejo tuas mensagens e sumo. Sinto teu cheiro por onde passo e evaporo. Preciso te encontrar e te dizer que não quero nunca, jamais, dizer Adeus. Preciso te encontrar e te dizer que você é exatamente tudo aquilo que eu procurei um dia pelo submundo do universo. Preciso te encontrar para dizer que você fez o melhor de mim renascer. O melhor. E te entrego o meu melhor. Aceitas?
Preciso te encontrar e te dizer que nunca quis tanto você como quero agora. Mais do que quis ontem. Menos do que irei querer amanhã. E depois. E depois. E depois, mais uma vez. Preciso te encontrar para te dizer que esse sentimento me atormenta e me assusta, mas que eu não me importo com as consequências, sabendo que te tenho em meus braços, nada mais importa. Preciso te encontrar para te dizer que sinto ciúme. Ciúmes de quem te teve e nunca te quis. Ciúmes de quem um dia te terá ou têm. E raiva. Raiva por saber que todas essas pessoas jamais irão te querer como te quero e te quis e irei querer. Se é para sentir, vamos sentir. Se é para falar, vamos falar. Eis aqui minhas dolorosas confissões de tudo que sempre tive medo e ressaltar e espalhar para o mundo. E não me importo com as consequências de tudo que ouso escrever. Minhas cartas me privam de minhas loucuras. Me salvam de enlouquecer. E isso acontecendo, sinto-me bem. Um dia me disseram que se declarar demais é humilhante demais. Isso faz algum sentido? Eis que continuo.
Preciso te encontrar para dizer que tua voz me acalma. Preciso te encontrar para dizer que não preciso dizer absolutamente nada quando estou ao teu lado porque tua voz já é tudo para mim. Saber que estas ali ao meu lado dizendo todas as coisas de tua vida é uma calmaria tremenda. Preciso te encontrar para dizer o quanto gosto de ti, mesmo que seja tarde, mesmo sabendo que sejas tarde. Preciso te encontrar para dizer que não quero que vás embora. Não para longe. Longe de mim. Te quero aqui, pertinho. Como nunca esteve e como, talvez, nunca estará. Preciso te encontrar para dizer o quanto penso em ti. E o quanto penso em dias futuros ao teu lado. E o quanto teu sorriso é minha salvação. E o quanto teu perfume não sai de mim. Preciso-te. Preciso te encontrar. Em alguma esquina, em algum bar, em algum lar. Tanto faz. Mesmo sabendo que sejas tarde demais. Muito tarde. Poético demais? Quem se importa. Ninguém lerá essas palavras. Talvez me sinta bem em saber disso. Talvez me sinta mal o suficiente por saber que tais palavras bonitas nunca cairão em colo teu. Tão reconfortante quanto um drama de Shakespeare.

- Ela pode ser a razão de eu ter bebido esses dias. Mal consigo pensar.
- Corra até ela!
- Nunca sei do seu paradeiro. Perdi a conta de quantas vezes a procurei, e sempre voltei sem saber o meu lugar na vida dela.
- Teu problema é em não confiar nas pessoas.

Garçom, uma dose bem forte, que amor aqui já tem demais.

domingo, 18 de novembro de 2018

Chatterton suicidou. Marc-Antoine suicidou. Van Gogh suicidou. Schumann enlouqueceu. E eu?! Puta que pariu! Não vou nada bem.

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Veja bem. Compreenda. Leia-se devagar. Devagarinho. Bem devagar. E entendas. Entendas que já não quero dar fim em algo que nem sei bem o que é. Dor. Vida. Angústia. Agonia. Eu mesmo. Não. Nem nunca quis. Sombras sempre nos cobrem com o pior de nós mesmos e mal entendemos a situação de tudo que estamos passando. E isso é o que nos faz querer desistir. Tal como as pessoas desistem de nós. E o desespero toma conta mais uma vez. Entenda. Leia-se devagar cada palavra que aqui eu escreverei, talvez essa carta ficará um pouco confusa, mas sei, sei que lá no fundo irás me entender.
Sozinho. Só. Bem Sozinho. Solitário escritor pensante e aflito. E escutando canções que fazem algum sentido para mim. E lendo poesias. E me cobrindo por cada melodia e palavra contida. Veja bem, já sei olhar o oceano por onde a vida passa. E ainda me encontro perdido no cais de todos os meus sentimentos. Com a âncora baixa. E a bussola de todos os meus pensamentos mais perdida do que a mim mesmo. É complicado tentar encontrar um caminho quando já não se vê nada de tão importante nele. E caio de encontro a mim mesmo. E preso no esquecimento de algo que eu mal deveria dar tanta importância. E isso me assombra. Me fascina. Me assusta. Me frustra. Meu navio de sentimentos está lá. Travado. Ancorado. Surrado. Esquecido. E sujo. Pedindo um pouco de ajuda. Muita ajuda. Ajuda até demais. Implorando por socorro. Para que sejas encontrado. E salvo. E eu continuo olhando todo esse mar acreditando que não exista uma mão sequer que possa me puxar e me tirar daqui, mostrar um caminho distinto para a solidão. Para o esquecimento. Uma mão que me puxe e diga que tudo que é bom cairá, de alguma forma, de encontro a mim. A nós. Por nós. E essa solidão, mesmo rodeado de tanta gente, faz com que eu suplique cada vez mais alto por algum tipo de atenção, mesmo, muitas das vezes, eu querendo ficar cada vez mais aqui, sozinho, tão só. Só. Tentando encontrar uma realidade que bata de frente com a minha e que faça eu criar forças de onde acreditei que nada existia. Nada mais. Eu e você. O nós. Mesmo acreditando que esse "nós" não exista ou nunca existiu. Nem existirá. Não sei. A realidade é algo cruel demais que não sei se sou capaz de querer bater de frente, mesmo que eu me encontre de frente com ela todos os dias e me conforme cada vez mais com todas as coisas que a vida é capaz de entregar. Grandes surpresas. Grandes lembranças. Grandes sonhos. Grandes amores. Romances. Sorrisos. Tristezas. Choros. Lágrimas. Cartas. E momentos. Muitos momentos. Momentos que um dia iremos gostar de lembrar. Momentos que em outro dia iremos gostar de esquecer e iremos pedir para esquecer. E talvez, chorar. Ou sorrir. Estou nesse cais pedindo para ser salvo e um turbilhão de momentos e lembranças passam por minha cabeça e me deixam aqui, sorrindo e chorando. Lembrando e esquecendo. Te apagando. Me apagando. Cada vez que tento te apagar, me apago um pouco mais de mim mesmo. E cada vez que tento lembrar de ti, me perco um pouco mais de mim. E cada vez que finjo te esquecer, corro de encontro a ti. E nunca te encontro. E volto para o cais, perdido dentro de mim mesmo. Não sei mais qual o sentimento contido aqui dentro de mim, é tudo muito confuso e abstrato. Não sei mais se o choro aqui contido é de tristeza ou saudade ou falta ou amor. Mas sei que ele existe. Está aqui dentro. E muita coisa ainda existe aqui dentro. Deixa ele lá, quietinho. Aquecendo e esfriando o coração de que já se encontra tão só, mesmo sem nunca querer aprender a viver tão só. Eu NUNCA quis aprender a viver tão só. Isso não faz sentido. Mas sei que existe algo. Algo dentro de mim que se encontra tão inexplicável quanto todas as coisas que grandes sábios nunca sequer conseguiram explicar. E se nem mesmo eles conseguiram explicar, como achas que me sinto em relação a tudo que ouso sentir por outro alguém? Tente medir o nível de minha loucura e tente entender como me sinto. Será que tudo isso faz algum sentido ou tenho mesmo que cair de encontro com teus olhos e continuar procurando alguma resposta enquanto seguro tuas mãos quentes em busca de uma calma? 
Quão profundo é o teu sentimento quando não tenho mais certezas nem forças para continuar?
Tu tens milhares de opções sobre mim em tuas mãos. Exclamações. Interrogações. Vírgulas. E um ponto final. Tu tens meu coração e a faca das mais afiadas presos ao teu lado. E eu te entreguei. Faz tempo. Te disse "Toma, faz o que quiseres fazer". É todo teu.

- Um vendedor de flores me ensinou sobre como escolher meus amores.
- Como se escolhe amores?
- Não entendi nada do que ele quis falar.
- Não tirou nenhuma lição disso tudo?
- Tirei. A lição de como não escolher nossos amores. A lição de que, por mais que a gente saiba o quanto dói e o quanto machuca e o quanto nos sentimos burros no começo e estúpidos no final, sempre terá alguém capaz o suficiente de fazer com que a amemos, pegará o melhor que daremos de nós...
- Mas...isso é ruim? - ela me interrompeu.
- ...e logo em seguida desistirá de tudo. - continuei. - Mas ainda sim, não me importo de dar o meu melhor e tentar a estrutura de algo bom. Se levaram o meu melhor, fico feliz. De alguma forma.
- Porque se sentes tão aflito então?
- Meu melhor eu sempre darei, mas a esperança de que farão o mesmo por mim está cada vez mais derradeira. 
- Não confie no amor, meu bem.
- Não. Eu confio. E se é para sentir, que eu sinta. 
- Não confie nas pessoas, meu bem.
Emudeci.

Caetano sofreu por amor e compôs. Seu Jorge sofreu por amor e compôs. Bukowski sofreu por amor e escreveu. Muitos poetas e escritores e músicos sofreram por amor e escreveram e fizeram sua arte e depois enlouqueceram, de algum jeito. Pessoas importantes. Relevantes para todos nós. Que fizeram e fazem alguma diferença. Porque comigo seria diferente? A diferença é que não sou tão relevante assim para uma sociedade que já não sabe mais amar. Que esqueceram o que é amor. E que deixou todos nós esses meros seres humanos descartáveis sobre como todas as coisas devem ser. E cada dia que passa nos tornamos isso que nunca desejamos. Esquecidos. Facilmente descartáveis. E substituíveis. Incrivelmente esquecidos nos braços quentes de outro alguém. E o ciclo se repete. Quando tu descartas alguém por simples bobagem e o substitui, nunca pensas que podes ter perdido uma pessoa incrível. E, de uma forma ou de outra, todos nós somos incríveis. E queremos que outro alguém veja isso em nós. E é bom a sensação de alguém te olhar e dizer que fazemos um bem danado para ela. É incrível essa sensação de que não seremos esquecidos por tão pouco. Que hoje temos o tudo e somos o tudo. E que amanhã não seremos apenas uma pequena lembrança que se passa por uma memória já quase esquecida. É incrível acreditar que mãos que se tocaram, lábios que se beijaram, braços que se entrelaçaram e sorrisos trocados que tanto nos confortam, não serão amanhã jogados fora. É surreal ter alguém ao teu lado e desejar que aquele momento não acabe nunca. E quando está perto de acabar, você pensa "Mais cinco minutos. Só cinco minutinhos. Me deixa aqui mais um pouco", mesmo quando o que mais queres é gritar para que aquele momento não se acabe nunca e tu olha para a pessoa com o semblante de quem diz "Não se vá. Fica!". São nesses momentos que esquecemos que, uma hora ou outra, podemos ser esquecidos e que mal nos falaremos. Que nos tornaremos pessoas desconhecidas como há muito tempo já fomos. E que nada daquilo fez algum sentido ou razão ou importância. Acreditamos tanto ser a importância de alguém que, quando ela se vai, nos sentimos perdidos o suficiente para não querer ser a importância de mais ninguém. E a gente chora como válvula de escape. E a gente finge ser tudo tão natural quanto as coisas da vida. E a gente finge que acredita que tudo é passageiro, que não fez importância realmente, e a gente só se engana. Enganamos a nós mesmos na esperança grotesca de que nos sentiremos bem, mas é a partir desse momento que nos pegamos tão dentro de um abismo de saudade e falta que acreditamos que ele não tem fundo ou parada ou fim. O poço da saudade não tem fim. Não tem morada. Não tem desejos. Não tem sorrisos. A saudade é uma só. Cabe a ti como ser feliz com essa tua saudade. Cabe a ti administrar a falta que fazes para outro alguém. E se não fazes falta para tal pessoa, deixe-a ir. Deixe-a quietinha no canto dela. Se teus sorrisos e teu amor e tua pessoa e teu carinho e teu melhor não são suficientes para outro alguém, para que lutar? Não te enganes em pensar tão piamente que alguém te amas, quando no fundo ela só está te querendo longe. Entregue teu valor para as pessoas que te dizem "Quero te ver", "Tu faz falta", "Lembrei de você", "Eu te amo", "Você é incrível", "Vem me ver". Palavras pequenas, mas que querem dizer tanta, mas tanta coisa. E tudo tão sincero. Sincero o suficiente para não caber no peito. E eu sinto falta de fazer falta. Se é que fiz. E faço. 
Sem melodramas. Só pensamentos. Tento não ser tão dramático, algumas vezes, mas o amor nos deixa assim. Querendo escrever histórias como a de Charlie Sheen, mas no final somos uma tragédia de Allan Poe. É estranho!

- As pessoas devem pensar que tu escreve todas aquelas coisas para ser o "Senhor Culto", né?
- Não me importo com o que as pessoas acham.
- Como não?
- Tudo que escrevo é de coração, fazendo ou não sentido. Não faço questão de mostrar que estou bem quando, na verdade, estou desmoronando. Também não faço questão de não mostrar quando não estou feliz. Se tentas esconder tudo que ousas sentir, estará apenas enganando a ti mesmo. 
- As pessoas não gostam de ver as outras felizes.
- Eu sei. E não me importo. Se estou triste demais, escrevo. Se estou feliz demais, escrevo. Se estou amando demais, escrevo. Se estou com raiva, escrevo. Sentimentos escondidos se transformam em angústia com o tempo e isso eu já sinto demais para sentir mais ainda.
- Você não faz sentido.
- Querida, o lado bom disso tudo é que as pessoas que realmente se importam e me conhecem sabem se estou bem ou mal. Os curiosos também. Mas os curiosos não são grande coisa. São só...restos. Restos e mais nada. Queres sentimentos sem a preocupação de ser culto ou inteligente ou não? Leia as coisas que escrevo. E as coisas que grandes poetas e escritores escreveram. Boas escrituras saíram de muito amor e sofrimento e tristeza e até mesmo de muita felicidade. Um bom poeta nunca se importou com os curiosos, só com o teu sofrimento em prol do amor, eu faço o mesmo.

*
"Nossos corpos se acalmam e se exaltam.
Nunca contato tão intenso e magnifico,
Que é dança, é arte, é vívido.
Movimento e sensação, sentimento.
Enquanto nossos rostos são vistos, são lidos.
Entre dedos e olhos atrevidos.

Nossas bocas se provocam e degustam.
Dentes e mordidas a todo custo.
O seu pudor, seu medo é abuso.
E meu susto, absurdo é seu conteúdo.
Me complementa, me alimenta.
Transforma minhas certezas em tormenta.

Cabelos, pele, unhas e beijos.
Partes cheias de vontades, desejos.
Justificam os hematomas e as palavras sobre tudo.
Receios, medos, sustos, sugestões, sonhos, mundo.
Num momento onde os dois não se anulam.
Mas por sentir e transmitir, formam algo uno."
 *

- Queria um amor simples. Sem muito glamour. Sem muita dificuldade. Sem muitos problemas. Só eu sendo só teu e tu sendo só minha. Um amor que me faça esquecer de escrever tanto. Sem tantos problemas, entende? Será que é pedir demais?
- Tens noção de como me sinto bem ao teu lado?
Abaixei a cabeça, sorri.

Esqueci de dar sentido ao que estou sentindo. É mais ou menos por aí...

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Muitas vezes, o título de uma carta diz muito mais do que a própria carta

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Nunca fui capaz de escrever coisas bonitas o suficiente para entregar algum tipo de esperança para as pessoas que se encontram lendo linhas minhas. Mas também, nunca fui capaz de acreditar que algum dia iria dar esperanças o suficiente de uma vida melhor para alguém. Nunca quis ser um livro de auto-ajuda, mas também, mesmo sabendo que não sou o melhor dos escritores, sempre tentei dar o meu melhor e mostrar em linhas rudes, ou não, tudo que ouso sentir. De maneira correta ou não. O sentimento certo e o incerto. Sou esse tipo de escritor, aquele que esconde muitas coisas através de um sorriso e que confessa exatamente tudo através de um olhar. Sou aquele que não sabe usar as palavras ditas, mas sabe expressar em palavras escritas tudo que têm se passado em um coração que se encontra quase parando.
Ando de esquina em esquina procurando coisas que me entreguem alguma felicidade ou alegria - ou seja lá o que for que chamem -, encontrei em poucos lugares. Sorrisos novos. Pessoas diferentes. Histórias contadas. Restaurantes bons e outros ruins. Temperos novos. Um tempero que passe pela minha vida que faça algo mudar. Que eu encontre novamente o brilho em meu olhar ao me enxergar de frente com o espelho. E toda vez que estou de frente com o espelho só encontro um olhar triste que sabe que não depende de muita coisa para mudar. Só eu mesmo. Ou o tempo. Ou os dois. Não sei. Procurando saber, mas sem muita afobação. Sem muito desespero. Sem muita ansiedade.
A vida é assim.
E hoje já não sei sobre o que quero falar. Sobre o que quero escrever. Encontro-me fugindo de todas as coisas que, talvez, pudessem me fazer bem o suficiente para esquecer algumas coisas do passado. E foi tentando aprender a viver tão só, que cai de encontro a tudo isso aqui. E ainda não aprendi. E nem sei se quero aprender. Mas acordo tão só com alguma de minhas camisetas surradas e velhas, com a cara amassada e a barba toda por fazer, e não encontro saídas. Ando de lá para cá em meu quarto, ainda escuro, e procuro por belas melodias. Tento deixar o peito não falar por mim, não mais. Só a cabeça. Razão e emoção. Não discutam por mim. Apenas me compreendam. Coloco uma melodia tranquila. Uma canção que diz demais sobre algumas coisas. Deixei a emoção tomar conta de mim. Faço o que tenho que fazer. Me olho no espelho e não encontro nada. Arrumo a cara cansada de quem já não quer sair do quarto e desço, desço para pegar um belo e amargo café quente. E a melodia não para. Manhãs são feitas para tomar um belo café e escutar canções que falam mais por nós do que a nós mesmos. Volto para meu quarto. E penso. Penso sobre um dia que era feliz e que sabia disso. Penso sobre dias em que os problemas não tomavam tanta conta de mim e quando meu coração não se encontrava em total desespero a ponto de segura-lo e falar-lhe "Acalma-te. Acalma-te". Eu era feliz e sabia, pelo menos posso olhar por este lado.
Será que tenho muito a dizer nesta carta? Será que as pessoas irão encontrar por aqui todas as coisas que estou fugindo de falar na esperança de que eu me sinta bem apenas por lembrar que ainda estou vivo? Talvez esta carta não seja tão profunda assim como todas as outras, e eu não quero que seja. Talvez eu continue me sentindo da mesma forma que estava quando comecei a escrever a primeira palavra aqui. Exatamente da mesma forma. Mas, pelo menos, terei a sã consciência de que tentei fugir de alguma coisa. Mais uma vez. Outra vez mais. E isso é um insulto pela minha própria pessoa. Nunca tentes enganar a si mesmo, isso pode lhe causar um acidente extremamente grave e sem direito a um retorno.

- Quero a calma de um coração tranquilo.
- Corações tranquilos são tão sem graça.
- Qual a graça de um coração turbulento?
- A graça é saber que aquele coração te salva e tu salvas aquele coração.
- Tu não tens jeito! - e me abraçou.
- Meu bem, já não consigo mais pensar direito. Está tudo tão abstrato aqui dentro.
- A graça é saber que existe alguém nesse mundo que irá pintar, da forma mais colorida, esse teu coração cinza.
- Um dia. Antes que sejas tarde. Talvez sejas tarde.

E hoje já não sei se quero falar ou escrever sobre o amor. Meu cupido é uma criança tão traiçoeira e perversa que eu deixo ele fazer tuas besteiras e já nem me importo. Só ouço teus sorrisos em meus ouvidos e me sinto um estranho no ninho. A gente não larga, mas também não se importa. Entendes? Ou finge não se importar.
Um dia me disseram que as pessoas que sabem escrever sobre o amor são as que melhores amamos. Mas eu nunca nem soube amar. E esse sentimento se encontra tão apertado dentro desse coração que se encontra pequeno, que sufoca. E eu nunca nem soube escrever coisas bonitas sobre o amor. Coisas como nos filmes românticos que não te dizem nada nem escritas bonitas como nas canções de amor que querem te dizer tudo. É tudo tão confuso. É tudo tão jogado e cuspido que nunca sei quando as pessoas realmente entenderam tudo que desafiei escrever. E hoje já não quero mais falar sobre amar. Sinto que essa porcaria é uma perca de tempo. A gente espera sinais. Toques. Momentos. Beijos. Abraços. Falas. Fotografias. Mudanças. Calmaria. E nunca encontra. A gente só espera. Esperamos por falhas e erros de alguém para que possamos pegar um pouquinho de raiva sequer, nas esperança de que não caíamos dentro desse poço de amor com medo de se ferir. E quando encontramos, não conseguimos sentir tanta raiva assim a ponto de desistir. Esperamos uma voz para te acalmar nas noites de desespero. Uma mensagem que fale tudo que queres escutar naquele momento. Esperamos por atitudes que tu sintas que está sendo, verdadeiramente, salvo de algo que tu mal sabes o que é, mas que tu sentes, e sentes bem forte. O amor é só um sentimento, as pessoas que continuam banalizando esse sentimento. Pouquíssimas vezes, banalizei o amor de outro alguém e foram essas pouquíssimas vezes que me peguei de encontro com um ser que nunca quis ser. Por vezes, banalizaram e banalizam o meu amor, e são essas vezes que me pego de encontro com raiva do mundo ou da vida ou de mim. Do mundo por ser exatamente isso. Por saber que ele nunca muda, o que muda são as pessoas. O mundo está extremamente igual ao que era antes. Da vida, por saber que a vida é assim. E ela é assim. Ela te entrega situações e pessoas e momentos muitas vezes para que tu se fodas e que ela possa te entregar um límpido e belo "eu te avisei". E de mim, por saber que sou fraco o suficiente para deixar uma pessoa entrar em minha vida a ponto de cometer uma colisão que possa acabar com ela. Acidente grave do qual farei parte. E esse pode ser o fim. Deixo minhas belas palavras para dizer que o amor é perigoso. Não vive-lo é mais perigoso ainda. E sem sentido. Mas o amor é um caminho sem volta. Tudo que começa como salvação e termina em um desfiladeiro ingrime e sem fim, é perigoso e sem sentido. Tudo aquilo que te faz sangrar por dentro é pior do que as feridas por fora que uma hora cicatrizam. E são esses momentos que sangro que vejo o quanto as pessoas, todas as vezes, levam o melhor de mim.
Será que meu coração é bom o suficiente para enxergar sempre o melhor das pessoas e acreditar que elas podem, de alguma maneira, me salvar? Minhas mãos estão atadas. Tento movimenta-las para que me encontres. Não enxergo nada. Absolutamente nada. Nem mais a ti mesmo. Tu está cada vez mais longe vivendo tua vida com teu sorriso estampado no rosto.
E me perguntam sobre minha felicidade, e eu digo que ela está no sorriso estampado em um rosto. Entendas como quiser.

- É perigoso demais pessoas que pensam demais. Elas enlouquecem rapidamente e, quando nos damos conta, elas não estão mais entre nós.
- Eu penso demais, querida. É inevitável.
- Eu sei, por isso estou te dizendo essas coisas. Tenho medo de que partas. Tenho medo de acordar e não te encontrar mais aqui.
- Todas as pessoas partem, querida. E, um dia, tu acorda e olha para o lado e estas sozinha novamente. Tentando preencher as lacunas de uma vida cheia de arestas e falhas e erros e enganos e amores que não te deram uma parcela do que tu ousavas sentir. E é essa partida a que mais nos machuca. Saber que nossos amores sentidos de verdade são estradas distintas para o amor de outro alguém que mal se importa com sentimentos.
- Não gosto de pessoas que brincam com algo tão sério.
- O amor não é brincadeira, meu amor. Nunca levei o amor na base da brincadeira. Ele que sempre brinca com a gente.
- Não seria capaz de acordar e não te ver mais por aqui. Tua falta me faz mal.

Não sei até quando aguentarei acreditar que o amor é capaz de nos salvar. Existem tantas outras coisas no mundo que são capazes de nos tirar do fundo do poço. Existem tantos outros sentimentos capazes de nos dizer tanta coisa. Porque só o amor seria esse sentimento capaz de dar um sentido sequer para duas vidas, a minha e a tua? Seria burrice e prepotência demais dizer que devo esperar um amor que me liberte de todas as minhas amarguras e falhas e pecados e cicatrizes, porque eles dizem "teu amor está lá, está lá fora, vá até ele, caralho" e eu refuto e reluto com todas as forças que posso ter. Não. Ele não está. Não vou até ele. Que se FODA o amor. O amor é uma droga e, quando nos damos conta, estamos no centro de reabilitação chorando e sofrendo e tentando dar algum sentido para a vida, de novo, outra vez. Mais uma vez mais.
A vida é assim.
E não sei se quero escrever sobre o amor hoje. Dessa vez.
Meu peito é uma estrada distinta ao teu peito. E, talvez, não enxerguemos o amor da mesma forma.
Não tentes enganar a si mesmo. Ou a mim.
E foi aprendendo a viver tão só, que cai em colo teu.
E me perguntam sobre felicidade, e sei que ela está lá fora. Não sei onde busca-la. E não quero ir de encontro a isso, porque sei que o amor está por trás dessa armadilha.
E eu sei que, dessa vez, só irei entregar meu verdadeiro amor quando outro alguém entregar o teu verdadeiro. E não apenas momentos ou tempos picotados ou para suprir a falta de outro alguém. Amor moderno nunca fez sentido para mim. Beijos sem romance nunca me agradou. Só beijar. Isso não faz sentido. Só um beijo. E só sexo muito menos. Um beijo na testa logo ao amanhecer depois de um belo café quente me diz muito mais do que apenas sexo. Deixa a diversão para lá. Só para as pessoas que banalizam esse tal amor. Elas sabem o que fazer, mas veja bem, são todas essas pessoas que se encontram sempre tão vazias de tudo e de nada. E são essas pessoas que sempre me deixaram tão infeliz. Essa pessoa infeliz que nunca escreveu coisas bonitas. Consegue entender?

Salva-me desse mundo moderno que não sabe amar e que te transforma em algo descartável. Amar de forma antiga me fascina muito mais.

Quando se é capaz.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Se até Nietzsche enlouqueceu por amor não correspondido, quem desfruta - e chora - por minha insanidade?

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Se tu lembrar que esqueceu, não esqueceu. E não quero esquecer. Tanto quanto não quero ser esquecido. E o que mais me incomoda é querer gritar alto o suficiente para que me ouças, mesmo sabendo que não consigo dizer uma só palavra que me leve até ti. E me perco cada vez mais. Sinto-me cada vez mais distante de ti e isso me estraçalha cada minuto que passa. É aterrorizante querer gritar todas as palavras que um dia quis que escutasse e não ter forças mais para isso. E isso dói. E estar longe dói. E não ter o teu olhar sob os meus me causa uma dor constante que me deixa cada vez mais perto da mais pura insanidade. E eu que sempre acreditei em não ter nada mais a se acreditar em relação ao amor, me encontro tão só com esse amor surrado, estraçalhado, machucado e real. Amor que nunca pensei em sentir. Nunca pensei existir. Amor que faz com que eu não enxergue nada mais a minha frente. Que embaça mais ainda minha visão míope e cansada. Que sente falta da tua voz cansada do outro lado me dizendo que tudo irá ficar bem. E eu sei que nada ficará bem quando meu peito não está correndo de encontro a ti. E romantizar demais o que já é romântico demais não faz parte de mim. Nunca fez. Mas se eu não escrever tais palavras sobre um amor que já não sei mais que fim dará, fará com que eu enlouqueça cada vez mais. Estou perto de minha insanidade mental por não ter abraços quentes que me aqueçam do mundo lá fora. Estou cada vez mais perto de minha loucura por saber que teu coração não pulsa tão forte quanto o meu ao lembrar de um nome. E essa droga foi batizada com teu nome, mas não consigo mais usá-la. E quando tento, já é tarde demais, não consigo me libertar. E eu choro. Choro amargo contido no peito de quem nunca soube amar. E eu deito em minha cama pensando "Tudo acabará. Tudo acaba. Tudo passará" e eu acordo pior do que quando me deitei. E isso é triste o suficiente até para as pessoas que caem de encontro com meu olhar profundo e triste. E eu que sempre fui discreto o suficiente para não deixar ninguém saber até que ponto estou sofrendo por algo, hoje me encontro sendo visto por todos em cada esquina que passo como o garoto que amou demais e se perdeu o suficiente para acreditar que nunca soube, de fato, amar. E isso me emburrece cada vez mais. E em cada esquina que me encontram, procuro por ti. E nunca te encontro. E em cada olhar que bate de frente com o meu, tento encontrar um espelho teu. E nunca te encontro. E todas as palavras bonitas que sempre tive medo em dizer, hoje quero entrega-las todas a ti. E nunca te encontro. Quero que saibas tudo que sinto. Como sinto. E onde erro. Queria tuas mãos coladas as minhas e teus lábios perto o suficiente dos meus para que eu sinta que tudo, finalmente, acordará bem. Que toda essa dor passou. E saber que temos forças o suficiente para vencer o mundo. O universo. E que o esquecimento não cairá por terra, assim como penso todos os dias que cairá. E sinto tua falta todos os dias. E vejo todas as tuas coisas na esperança de que me sinta perto de ti. Um pouco. Só um pouquinho. E a vontade de gritar cai por mim como de quem diz "Jamais me esqueça". Não me esqueça. Te imploro. E eu sei que não esquecerá, mesmo acreditando que sim, mas não te quero longe. Não mais. Não. Meu peito exala o teu amor. Escorre pelas beiradas. Meu coração é teu. Meus pensamentos são teus. Minhas palavras são tuas. Minhas lágrimas também. Meus sorrisos apertados como de quem quisesse viver um amor infinito de novo também são teus. Não se vá. Acredite no que sinto. Acredite. Nunca soube medir a suficiência de um amor. E nunca acreditei no amor até estar de encontro a ti. Desfrute do meu amor ou me veja cair por minha insanidade. Sem ti.

Diálogo 1:
- O teu descaso me deixou tão só.

Seria fácil demais sentir apenas saudades. Seria muito fácil apenas sentar aqui e escrever algumas palavras sobre saudade. Sentir amor é difícil. Escrever sobre o amor não é algo tão fácil quanto pensam. Não existe um glamour. Não existe a parte bonita como nos filmes românticos. É apenas essa tempestade que me afoga e ninguém cai de encontro a mim para me salvar. É muito surreal querer tudo de uma pessoa. Não o pouco. Não o meio termo. Não o mais ou menos. O tudo. O amor todo. Todo amor que desejas na vida. Não consigo amar pouco. E já escrevi tais palavras aqui. Não consigo gostar pouco. Pensar pouco. Querer pouco. Sentir pouco. Não. Não faz sentido ficar em cima do muro quando teu peito bate forte o suficiente para querer tudo. O todo. A todo tempo. Não é carência. Não são palavras melodramáticas para apenas romantizar isso que chamamos de amor. É muito mais que isso. Sentimentos nunca podem ser dispersados e jogados fora. Nunca podem ser esquecidos ou mantidos dentro do porão da alma. E eis que sempre me pergunto em como as pessoas do mundo atual encontram coragem de jogar tais sentimentos no lixo tão facilmente?! Como e quando as pessoas se tornaram tão descartáveis umas para as outras, que apenas um olhar e uma frase de "Vá embora" é suficiente para sermos esquecidos e supridos em cima de qualquer outra coisa fútil e sem total valor?! Não entendo a facilidade de ser esquecido. E esse é o tal amor surrado de que tanto falo. É muito mais fácil tu jogar teu amor fora do que vive-lo. Já paraste para pensar nisso? O quão triste é olhar para teu amor e não mostrar importância nenhuma, mesmo quando ele lhe virou as costas e está prestes a ir embora. E tu deixas. E não se importa. E busca conforto em outros braços e apegos e laços e também não se importa se nada daquilo não der certo. Somos descartáveis, se lembra? E é por isso que nos tornamos essa massa vazia predestinada a sermos cada vez mais esquecidos.
O amor morreu. Ou melhor, matamos o amor. E já não queremos mais vivências de tal palavra. Foi banalizado. E esquecido. E surrado. E mal vestido. Vestimos o amor do avesso e sujamos esse lado, mas não colocamos essa roupa para lavar, simplesmente a descartamos ou deixamos dentro da gaveta mais esquecida no canto de nossas casas. E ela envelhece. E o que fará quando abrires essa gaveta e ver teu amor todo estraçalhado, desacreditado, mal-falado e raro dentro desse porão em forma de esquecimento? Um aperto no peito já fala por mim. Não me faças esquecer do amor. De ti. De nós. Não me faças ser exatamente tudo aquilo que nunca quis ser para você: História. Passado. E nada mais.

Diálogo 2:
- Sinto tanto tua falta, que, mal sobra espaço pra sentir outra coisa.
- Já me falaste isso.
- Um tiro no escuro deixa cicatriz no coração.
- O que queres dizer com isto?
- Meu tiro foi dado por ti e essa cicatriz aberta em meu coração está fazendo com que eu morra cada minuto mais. Longe de ti.
- Para de drama.
- Tu és o meu melhor drama. Não mate essa novela da vida real. É triste demais não ser mais tua música de abertura.

Sinto meu coração apertado e pequeno o suficiente para não ter forças de continuar. Queria apenas acabar com essa dor que se encontra bem no centro do meu peito. É gritante o quanto enlouqueço longe de ti. É imensurável a dor de escutar tua voz em sonhos meus e não saber onde tu está. E eu escuto tua voz por cada lugar que passo em minha casa. Por cada canto contido em meu quarto, encontro recordações tuas e isso me afasta mais ainda de mim. Queria acordar e não sentir mais absolutamente nada. E isso é pedir demais. E te pedir o tempo todo, acredito eu, que sejas pedir demais. E o universo não consegue conspirar ao meu favor, mesmo que injustamente, pelo menos uma vez na vida. Se é para a vida ser injusta, que ela seja ao meu favor, porque eu gostaria de dar umas boas e velhas gargalhadas também. E faz tempo que já não lanço um sorriso sincero como de quem diz que tudo se encontra bem o suficiente para eu permanecer andando em linha reta. O problema é que sempre que escuto o teu nome, me sinto cada vez mais em curvas e mais curvas e estradas e barrancos que me levam cada vez mais para longe de ti. E ninguém consegue me parar quando estou indo de encontro a ti e todos me olham em tristeza sabendo que tu não virás de encontro a mim. E esse caminhão que me atropela por cada curva que passo, tem meu nome escrito nele. Eu me afundei. E me afundo. E me culpo todas as noites por sentir essa raiva arrebatadora de quem foi emburrecido o suficiente para jogar tuas cartas fora de minha vida. Erro grave que não consigo consertar. E todos me olham e se preocupam com o meu olhar. Tentam me ajudar de todas as formas. Manter presença. Ser presença. Me manter acolhido. E eu só quero ficar sozinho. E, mesmo perto de todas essas pessoas, me sinto sozinho. E isso é delicado. Porque só o som de tua voz pode me destruir e ao mesmo tempo me salvar. E hoje digo que quero ser salvo. Desse romance. Dessa dor. Desse amor. Desse desejo de ti que há um tempo me infesta a alma escura de quem não sabe até onde irá chegar. Romantizar demais o amor é triste e, talvez, chato demais. Não falar sobre o amor que sentes é mais triste ainda e chato demais, mas perigoso. A gente surta quando deixamos todas essas coisas contidas aqui dentro. A gente surta quando um turbilhão de pensamentos passam sobre nós e não sabemos como descrever tais situações. E eu tento. Continuo tentando. Escrevendo o suficiente para que tudo isso chegue, um dia, até você e lembres que sou capaz de mover céus e terra por teu amor. Por ti. Por nós. Não deixe essa loucura tomar conta de mim. Não deixe teu amor ser esquecido, meu amor. Não deixe que eu seja apenas uma lembrança dentro de ti, meu bem. E que, de alguma forma, a porta do teu coração seja aberta por mim e que a janela do seu peito pouse libélulas de paixão e euforia e amor, se és que me entende, meu amor. Pressiono teu nome ao meu peito na esperança de que me peças para ficar.

Diálogo 3:
- Sinto-me doente o tempo todo, doutora.
- O que sentes? - ela perguntou.
- O tal do amor. Ansiedade de que fique. Depressão de que não se vá.
- O que sentes agora? - ela insistiu.
- Tristeza. Tristeza profunda. E loucura. Insanidade, doutora - eu disse.
- Te olhando daqui, pareces que está bem - ela constatou.
- E essa dor constante em meu peito?
- Olhe para mim - ela pediu.
Olhei. Ela anotou algo.
- Olhar vazio o suficiente para saber que nem o tempo cura essa ferida em teu coração - disse a doutora e continuou. - Existe alguém que possa te salvar disso?
- Existe. Ela existe. Tenho saudade de quem não sabe que sinto saudade, mas não tenho coragem de perguntar se ela quer saber. Não sei viver tão só e já não quero aprender.

"Esquece as marcas de um tempo atrás e saiba que eu não sei viver com o estrago que o tempo faz."

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Eu não te peço muito, só espero todo dia poder te esperar; ensaio te pedir pra voltar porque morro de medo que se vá.

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Bebi até chegar no ponto de que não me lembro como se começa uma bela carta. Ou a tentativa de uma bela carta. Vamos lá...tentativas.

Quero um amor calmo. Um amor simples. Quero a calma de um amor que me faça esquecer todas as coisas ruins. Quero a calma de um amor que deita no sofá aos domingos e assiste filmes e séries, enquanto comemos besteiras e bebemos café ou cevada e não pensamos que estamos perdendo tempo. Quero a calma de um amor que não me faça sentir ser uma perca de tempo. Quero a calma de um amor que me abrace e me faça sentir vivo. Um simples abraço. A calma de um amor que não me esqueça. Que não me jogue fora. Que não desfrute do meu melhor e depois deixe apenas o meu pior. Quero a calma de um amor sem traumas. Sem choros. Só sonhos. E beijos. E um domingo a tarde nublado. Quero a calma de um amor que me convença de que não fiz escolhas erradas. De que eu não lembre das escolhas erradas. Quero a calma de um amor que não deixe com que eu vá embora. Que sinta minha falta. Que me beije carinhosamente. Quero a calma de um amor que jogue conversas quaisquer fora. Que gargalhemos juntos como se nada mais importasse. Quero a calma de um amor que faça com que todos esses momentos sejam eternos e jamais esquecidos. Quero jamais ser esquecido, por um amor calmo. Quero a calma de beijos longos e abraços apertados. Quero a calma de um voz que me pede para ficar, só mais um pouco. Um pouco mais. Só um pouquinho. Quero a calma de um amor clichê, aqueles de filmes bobos. Aquele que sabemos sempre o final, mas que não seja um final trágico. Triste. Aterrorizante. Que o final não seja a calma de uma solidão exata e uma dor inenarrável. Quero a calma de um amor simples que não sei se pode ser entregue a mim. Talvez seja pedir demais. Talvez eu tenha problemas demais. Talvez eu seja facilmente esquecido. E isso soa como melodramático demais. E eu só quero ser sincero em minhas palavras. E eu sempre quis ser sincero em minhas palavras, não existe outro lugar em que posso ser completamente aberto em tudo que falo. Quero a calma de um amor. Amor que consome. A calma que me acalma na hora em que penso que nada irá dar certo. Que aquele começo talvez seja o fim. Será que é pedir demais? Não lembro qual foi a última vez que pedi demais e lembrei do fato de realmente ter exagerado.
A calma de um amor simples talvez seja um pedido óbvio demais para uma pessoa que sente demais e pensa demais e vive errado demais. Bebendo minhas besteiras e pensando minhas bobagens, chego na conclusão de que muitas vezes peço demais e insisto demais em algo que não tem escapatória nem sentido nem solução.
Pedir um amor calmo é algo insensato demais para quem sempre morreu de medo de amar e de sentir e de viver. Pedir um amor desses é totalmente fora de sentido. E eu não faço sentido. E tu não faz sentido. E teu amor não faz sentido. E meu amor não faz sentido e nunca fez. Talvez, eu morra assim, sozinho, bebendo, triste e pensando por nunca ter aprendido a amar e por nunca fazer sentindo. E por sempre estar esperando uma mão que me puxe desse oceano em que me encontro tão perdido.

Diálogo 1:
- Na verdade eu sempre tive esperança, mas esperança nem sempre é o sinônimo de acreditar.
- Tentei mais uma vez, mas eu não sei se isso me leva a algum lugar. Eu acho que eu cansei...

Ah, podemos ser um pouco confusos agora? Só por hora.
Quando eu te peço pra seguir em frente, eu quero que tu volte. Quando te peço pra me esquecer, eu quero que tu lembre de mim em cada esquina que passe. Quando te peço um pouco do que tem, eu quero exatamente tudo que tens pra me dar, mesmo que não tenhas nada. Quando te peço para não pensar em mim, quero que lembre de mim até nas pequenas coisas. Quando eu tento te esquecer e te mostro isso, quero que saiba que eu jamais te esqueço. E pense nisso. Sempre. Quando tento te convencer de que estou bem, esse é o momento em que mais estou precisando de ti. Quando tento te mostrar que sou forte, esse é o momento em que mais fraquejo por estar lembrando teu nome a todo instante. Quando tento me esconder e te evitar, é quando mais quero que tu me aches. Quando digo que te esqueci e que não tenho mais forças pra lutar, é quando mais espero você dizer que não desistiu de mim. Quando digo que não sinto saudades, é quando mais sinto tua falta. Quando digo que não sei amar, é quando quero que me mostre como amar verdadeiramente de novo. Sempre penso em ti. Sempre te evito. Sempre tento não transparecer aquilo que sinto. E sempre me sinto só. E sempre me odeio cada vez mais por saber que, talvez, meu amor está indo cada vez mais embora de mim. Quando eu digo que só quero que sejas feliz, na verdade estou pedindo pra que sejas feliz ao meu lado, num domingo a tarde, assistindo qualquer besteira, falando qualquer bobagem e sorrindo. Quando digo que sinto tua falta, é muito mais que isso, muito mais. Quando digo que estou com saudades, é muito mais do que uma lembrança, é uma memória. Memória da esperança de que meus braços estejam juntos aos teus o mais rápido possível e teus lábios tocando os meus assim que lembrares que eles sempre tremem ao lembrar teu nome. Errei demais e quero que me ensines. Fui quebrado demais e quero que me consertes. Chorei demais e quero que enxugues cada lágrima aqui contida. Xinguei demais e quero que me acalmes. Escrevi demais e me perdi em poucas palavras e me senti mais perdido ainda quando não encontrei teu nome nas entrelinhas. Me afundei demais e só quero que me salve. Que estenda tua mão. Nunca sei quando isso será possível. E o pior, a unica lembrança do dia mais feliz da minha vida que tenho é eu deitado ao teu lado numa segunda feira nublada ouvindo tua voz cansada me pedindo ajuda. Beijei tua testa e parecia que tudo estava tão bem. Nunca fui de pedir demais, nunca me importei com o muito, mas pedir você para mim parece ser o mais pesado pedido de todo universo. Estou em meio a tua constelação e estou totalmente perdido. Me encontre. Me salve. Me ajude. Não me julgue. Apenas me ame. E peça para eu ficar.
É pedir demais?

Diálogo 2:
- Cansei de escrever. Minhas cartas já não dizem nada. Quero te falar.

Se eu deixar de te ligar, tu não irá me ligar. Se eu deixar de te procurar, tu não vai me procurar. Se eu deixar de mandar sinais, tu não vai querer nem saber se estou vivo ou morto. Se eu deixar de te amar, tu dirá "antes tarde, do que nunca". Se eu deixar de dançar a tua música, tu dançará com outro alguém. Se eu pedir para não falar mais comigo, tu dirá que não tem problema alguma. Se eu não falar mais com você, nem minha falta sentirás. Se passar alguém do teu lado com o mesmo perfume que o meu, dirás que tem uma vaga lembrança de tal aroma. Muito vaga. E se perguntará onde sentiu esse perfume. E esquecerá. Se eu te prometer não ficar, tu dirá que não pediu. Se eu prometer ir embora, tu dirá que me deixou de fora faz tempo e que eu deveria ser feliz lá fora, sozinho, sem ninguém. Como tudo deve ser. Nunca soube dançar. Nunca dancei um carnaval sequer. E quando dancei, dancei muito mal e todos riram. Assim que se trata o amor. Sempre tentei não amar e quando amei, amei errado. O que eu faço agora quando ninguém mais me enxerga como um abrigo? E se eu te disser que antigamente eu sabia exatamente onde eu estaria e que saberia como reagir e ser feliz da minha forma? E que eu seria feliz o suficiente para não me importar com quem não me ama? E que a dança que me pediste para dançar, quando eu disse que não sabia, seria muito mais que esse carnaval? Que eu continuaria dançando meu tango enquanto ouço o bom e velho blues sentado a um balcão de bar sofrendo por ler todas as cartas de amor que um dia ousei escrever? Quem diria que eu sofreria, verdadeiramente, por causa do amor?! QUEM DIRIA?
Não sei o que fazer lá fora sem tuas mãos. Não sei deitar sem ouvir tua voz cansada me dizendo que tudo ficará bem. E hoje só te ouço pedindo para deixar você colocar alguém no meu lugar ou simplesmente para que largue tua mão para tu ires embora. Que tragédia. Que triste. Minhas palavras nunca chegam a você. Esqueci como ser feliz lá fora. E eu tentei, o mês inteiro te mandei sinais e tu em nenhum momento sequer acreditou que eu nunca quis te ver partir. E não quero. Não sei o que fazer agora, mas se tu quer me deixar, tudo bem, meu bem. Eu vou tentar...

- Tentei até acreditar em algo diferente. Tentei mesmo.
- Tu vai sair para outro lugar pra por alguém no meu lugar, meu bem. Meu bem.
- Deixa eu dançar meu tango, querida.
- Se você tentar não amar quem ama, você vai aprender a odiar você mesmo.
- Meu bem, meu bem...um brinde à quem quer e não pode ter. Um brinde à quem teve e quer esquecer.
- Se soubesses o quanto dói amar alguém, não amaria mais ninguém.

 Meu bem. Meu bem!

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Mortos um a um, restam apenas os feridos: eu e tu.

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Com a saudade, que há muito não vejo. E assim permanecerá. E eu aguento. Ou tento aguentar. Ou finjo aguentar. E os olhos embaçam enquanto mudo todos os canais contidos em minha tevê. Perdi a direção. Perdi o roteiro. Suas mãos já não me mostram tudo que eu conseguia enxergar. E as minhas mãos insistem em escrever trocentas cartas que ninguém nunca se importará em ler. E eu já perdi as contas de quantas cartas botei para fora. De quantas vezes me expus e joguei tudo no lixo. E as que queimei e senti o cheiro delas enquanto dava um belo gole em minhas cervejas que, de alguma forma, não me mantém acordado. Desde que o amor se foi, só consigo dormir com uns bons e velhos porres. E já não me contento com isso, mas também não me importo. Não me importo se estou me estragando. Não me importo se isto é errado. O amor me machucou o suficiente para eu não me importar com um palmo que vejo em minha frente. O amor me deixou mais míope do que costumo ser. E essa dor é derradeira. E me afoga. E me leva para longe de mim mesmo. A gente se entrega na esperança de que nos salvem. A gente ama na esperança de que nos amem de volta. A gente chora na esperança de que nos abracem. A gente lembra na esperança de que não sejamos esquecidos. A gente sofre na esperança de que nos levantem e nos tirem do sofrimento. O amor é isso. Uma esperança. E, infelizmente, a esperança é algo que morre por último. A vida é isso também. Um gole de esperança para que todas as coisas se encontrem bem. Para que fiquemos bem, independente de como seja. E essa saudade permanece. Essa saudade bate na porta. E é a saudade que não quero companhia. Só deito em minha cama e penso "Uma hora ela vai embora. Uma hora ela para de bater. Uma hora ela se rende.". E quem se rendeu há um tempo fui eu. Marinheiro perdido. Com o barco afundado. E os braços erguidos em alto mar pedindo socorro, sem querer ser resgatado. Essa é a minha saudade. Saudade de quando nada mais importava. Saudade de um sorriso que me completava. Saudade de um abraço que me aquecia. Saudade de uma tarde sem ter o que fazer, mas com o pensamento de que não estava mais sozinho. Saudade de esquecer o que é ser sozinho. Saudade de não lembrar de esquecer. Saudade de quando o amor, para mim, por milagre, era algo bom. E ninguém, nunca, olha o amor como algo bom, a não ser quando estamos vivendo essa ilusão. Ilusão de que nada acaba. De que nada tem fim. De que as pessoas te esquecem. De que o romance não tem jeito. Ilusão de não enxergar nada mais que apenas o olhar de um outro alguém. E sorrir. Sorrir por nós. Pelo romance. Pelo amor. E esquecer. Esquecer que um dia o fogo dentro de mim, de ti, de nós, apaga. E isso é triste. É triste demais lembrar que seremos esquecidos. Que seremos como a névoa da madrugada. Que tudo se esvai. Que seremos como a fumaça que logo desaparece. Assim é o amor. Uma fumaça que logo vai embora. E ninguém pensa assim quando se está amando. E ninguém pensa assim quando está sendo amado. Esquecemos a nossa carência e acumulamos ela em outra pessoa, mas essa pessoa também tem suas carências e, um dia, ela se esquece das tuas. E o fim sempre é o mesmo. Carência. Choros. Lágrimas. Amores. Romances. E uma tragédia.

Diálogo 1:
- Não se vá!
- Estou muito mais perto de ti, agora, mas entre nós ainda existe uma centena de paredes, uma dezena de dúvidas e uma só saudade.

Nunca demorei tanto para escrever uma carta. E estou odiando cada palavra aqui contida. Parece que tudo está sendo esquematizado, planejado, estruturado. E eu nunca fui bom em estruturar palavras que insisto em escrever. Estou pensando demais. Esquecendo demais. E a cabeça vai para longe. E volta. E lembra. E esquece. E grita. E pede socorro. Não estou pensando direito. Não consigo mais pensar direito. Não mais. Não agora. E isso me entristece. Me emburrece. Lembrar da tua voz me emburrece de tal forma que esqueço de tudo. E bebo. Bebo muito. Continuo bebendo. Mais do que sempre bebi. E meus sinais enviados a ti nunca são entregues. E eu bebo mais ainda. E permaneço sozinho. Pensando. Bebendo. Pensando. Sozinho. E pensando. E bebendo. E não me importando mais com nada. Comigo mesmo. Eu e eu mesmo.
Fico me perguntando se sou o único ser vivente que sente esse tal de amor. Olho para as pessoas e vejo tudo tão descartável. Tudo tão vazio. As pessoas se jogam foram e nem sentem falta umas das outras. E essa falta é suprida com outros abraços e beijos e amores passageiros. E umas jogam as outras fora como se fossem nada. E o ciclo se repete. Sempre o mesmo vazio passado de uma para as outras. E as pessoas se esquecem. E não lembram e mal sabem quem elas amaram. É tudo suprido com sexo e abraços e beijos momentâneos. E no dia seguinte, ninguém mais lembra o que se passou. E elas não se importam. E, muitas vezes, eu queria ser esse ser vivente. Não me importar com romances. Não me importar com amores. Não me importar com as pessoas. Mas são esses sentimentos, para bom ou para ruim, que me fazem sentir um ser humano. Que fazem com que eu me lembre de que estou vivo. Sofrer para e por outro alguém. Lembrar um nome. Uma voz. Um perfume. Um momento. Um abraço. Um beijo. Um laço. Um Amor. Lembrar qualquer coisa que faça com que a gente se sinta vivos e não esquecidos. Por mais que nossos amores nos esqueçam e pouco se importem, ele está ali, dentro de ti, vivo e forte. E são esses momentos que a gente não pode esquecer. São essas pessoas que não podemos esquecer, porque, no fim, os dias passam, os meses, os anos, e seremos cada vez mais descartáveis. E quando amares de verdade, ninguém irá se importar. Talvez seja essa minha vontade de não fazer mais parte disso tudo, De não fazer mais parte desse mundo. E isso não sai de dentro de mim. E me sinto tão cansado.
E meu amor foi jogado fora. Tento chorar e não consigo. E isso machuca.

Diálogo 2:
- É um choro ligeiro, um curativo e, após isso, apenas mais um lugar pra gente tomar cuidado da próxima vez.
- Eu sinto tua falta.
- Quando?
- Todo momento. Não se vá!

Um dia me disseram que meus textos terminam sem lógica, nem fim, sem contexto, sem lição de moral. Sem um argumento que mostre que aquele texto acabou. Sempre permanecendo a sensação de que tem algo depois e depois...e depois. E mais tarde.
E por isso entrego tais palavras que não sei exatamente o que significam. E digo que estou bêbado o suficiente, numa segunda feira a noite, para entender tudo que quis escrever. E nunca fiz questão disso. Só escrevo. Só cuspo tudo para fora na esperança de que alguém entenda uma linha sequer e me tire desse abismo. Bêbado o suficiente para não se importar com erros, falhas, pontos e entendimentos. Bêbado o suficiente para conseguir esquecer do amor e tentar dormir. Bêbado o suficiente para dizer que, por conta do amor, o mundo quase me perdeu nessa segunda-feira nublada. Mais uma vez. Outra vez mais. Se é que algo ou alguém se importe com isso.
E se alguém entendeu tudo que escrevi aqui, tente me salvar, antes que seja tarde demais. Mais uma vez. Outra vez mais. Porque a lembrança de um simples nome me emburrece o suficiente para não se importar com qualquer existência que não seja a tua. E isso é triste demais. Não romântico. Mataram o romantismo já fazem uns bons anos. E ninguém se importa.

- Sinto que somos como dois carrosséis que giram em sentidos opostos. Eu não quero saber o que acontece quando estamos de costas um para o outro.

Tudo isso faz algum sentido para você? Jogue essa carta fora.