segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

01:19h. Bebendo cerveja. Pensando besteiras. Ressaca de amores.

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É você. E sempre foi você.
O motivo do meu peito estar tão amargo quanto goles elevados de saudades. E eu já não sei até que ponto suportar essa vontade de ti que nunca se apaga. E eu sei que não deveria estar pensando tais coisas sobre ti. Não mais. Não depois de tanto tempo. E eu acho que estou perdido. E confuso. E exausto. E sempre foi você. E eu queria lembrar do som da tua voz, mesmo que nunca tenha esquecido. Lembrar do teu abraço. Do teu gosto. Do teu sorriso. Do teu perfume. Queria lembrar da última vez que sorrimos um para o outro. E lembrar também de quando senti tanto a tua falta. Sendo que essa falta nunca passa. E me atormenta. E perturba. E esse vem sendo o motivo de eu frequentar tantos bares. E querer nunca ficar sozinho. E estar sempre com alguém. Fazendo algo. Falando sobre tudo e nada. Só para eu não lembrar que não te esqueci. E eu gostaria de esquecer. Como um apagão. Como um relâmpago. E eu cansei de chorar. Cansei de lembrar. Cansei de pensar. E continuo escondendo tudo isso atrás de mim mesmo. De minhas cervejas e de meus sorrisos. Sorrisos forçados. Sorrisos breves. Sorrisos que fingem que tudo está bem, quando na verdade, dentro deste peito atordoado não se encontra absolutamente nada bem. E eu queria conseguir chorar um pouco mais. E eu forço. E eu espremo uma lágrima mais sequer. E não sai. Deve ser por isso que sempre caio de encontro com meu peito apertado. E desço cerveja goela a dentro. E sempre foi você. Queria conseguir negar para mim mesmo o quanto sua falta é avassaladora em minha vida. E todos acham que estou completamente bem. Superado. Invencível. Acreditando que o amor é a próxima situação brilhante prestes a bater em minha porta como a mais consagrada de todas as divindades. E sempre foi você. Essa saudade. Sempre foi por você. E de você. E eu não consigo mata-la. Não consigo olhar um palmo a minha frente sem lembrar que dentro de mim existe uma saudade. E ela é de você. Dos abraços que não demos. Dos filmes que não assistimos. Dos romances que não passamos juntos. Dos beijos esquecidos que nunca demos. Das duas cervejas que não tomamos juntos para comemorar alguma de nossas vitórias. Das conversas jogadas ao vento por acasos de um romance que eu mal sei se deveria ter começado...um dia. E o eu e você não existe. Nem lembro quando foi a última vez que ele existiu ou quando foi que ele deixou de existir. E isso exemplifica um pouquinho da saudade que eu sinto. Saudade de quando eu era feliz e não sabia. Clichê, não é? E eu tentei. Tentei pintar dentro de mim com várias cores o coração enegrecido pelo passado. Pelo teu olhar. Pela tua voz. Pela tua alma. Pelo teu descaso. E vi que esse nada mais é muito mais existente que qualquer coisa que nunca foi compreendida pelo teu amor por mim. E eu sinto falta de quando eu entregava o meu mais precioso valor pelo amor que me era dado. E eu queria nunca poder errar. Queria nunca poder dizer adeus. Queria nunca poder sentir saudades. Queria nunca ser esse sonhador solitário que muito tem a dizer e nunca diz nada, e quando diz, só estraga tudo que lhe é capaz de deixar tua vida mais colorida e sonhadora. E ele sempre estraga tudo. E sempre foi você. E as lágrimas caem de meu rosto. Caem tanto a ponto de que eu não enxergue mais nada. Lágrimas que deixam a minha miopia pior do que já é e a minha visão muito mais cansada do que costuma estar. Vai ser difícil amar de novo.

- Tu sentes falta dela?
- Não mais.

E eu aprendi a mentir muito bem depois que deixei o amor escorrer pelos meus dedos. Aprendi a mentir constantemente quando observei que ninguém tem nada a ver com meus amores e romances e momentos em que eu quero cuspir tudo para fora na esperança de que alguém venha me salvar. Até mesmo você. E eu minto toda vez que me perguntam sobre o amor. E eu apenas sorrio quando citam teu nome ao meu lado. E eu finjo. Finjo bem. E choro por dentro toda vez que lembro de nós. E as flores em meu coração murcham cada vez que lembro que não estará mais aqui para confortar esse peito depressivo que muito tem medo da solidão. E essa solidão é aquela solidão derradeira que me leva para a beira do precipício feito por mim mesmo. Espero que não leiam minhas besteiras dessa madrugada. Espero que estas palavras jamais cheguem a você. Espero que o universo não mostre para absolutamente ninguém o quanto sinto tua falta. Espero mais ainda que as cervejas em minha casa acabem logo. Espero que eu não crie mais forças para continuar escrevendo. E espero que as lágrimas que estão escorrendo em meus olhos não me deem essa força para cuspir e vomitar tudo para fora como estou fazendo nesse exato momento. Porque esse foi o meu ponto e meu momento de fraqueza. E eu não estou sabendo lidar com nada disso. Porque toda vez que lembro de nós, choro, e bebo, e penso em desistir novamente. E eu lembro da força contida dentro de mim para que eu tenha uma vida melhor e mais feliz do que nunca costumei ter. Mas lembro que a voz de toda a minha força sempre veio de ti. E isso não posso apagar de dentro de mim. E hoje entendo as pessoas que bebem. E hoje entendo o porque delas sempre estarem bebendo sozinhas. Sem a questão de que alguém esteja junto delas. Porque elas se sentem sozinhas o suficiente. Porque elas perderam o amor delas. E por elas. Porque essa é a forma de manter um conforto dentro do peito cansado que muito tem a dizer. E elas bebem porque o peito aperta de uma forma que mal conseguimos nos controlar. Momentos como este que é mais fácil ter um ataque cardíaco do que aguentar as pressões nada momentâneas de um amor que não está mais conosco. E isso machuca. Cada gole dado em nossas cervejas é um soco em nosso estômago. E perdemos o ar. E cuspimos tudo para fora. E choramos baixinho. E gritamos em silêncio. E vomitamos tudo na esperança de que esse amor e esses sentimentos saiam de dentro de nós. Tudo em vão. Tudo falho. E dormimos na esperança de que, quando acordemos, tenhamos esquecido de tudo que se passou. E a gente esquece. Por pequenos momentos. Nos esquecemos. Mas a ressaca moral nos lembra que fizemos tudo errado novamente. E não existe ninguém aqui para me ouvir. E fazer eu mudar esse jeito que insisto em viver nos últimos meses. E estou sufocado. E aflito. E gritando por socorro. E o ciclo se repete. A gente finge que esqueceu. A gente finge que estamos bem. E a gente sai para nossas vidas no mundo em que nada tem pena de nós. E a gente sorri. E finge que não passamos mais uma noite atordoados por nossos próprios pesadelos a base de um amor que aqui já não se encontra. E pensamos "Vai ficar tudo bem. Tudo vai passar. É só uma fase". E vivemos. Vivemos da nossa maneira. Do nosso jeitinho. E passamos mais um dia de fingimento e escondendo tudo que ousamos sentir. Desse nosso jeitinho mesmo. E ao anoitecer, nos pegamos em balcões de bares escrevendo mais uma carta de amor para quem nem se importa mais com tudo isso. E é triste demais. E eu queria o fim disso ou alguém para me salvar ou um amor para me salvar. Ou apenas esquecer. E viver sozinho de bem comigo mesmo. E estou aprendendo a viver sozinho. Mas esses dias sozinho comigo mesmo tem sido tão difíceis. Tão, mas tão difíceis. Ainda mais pelo fato de lembrar a cada minuto que o teu dia está chegando. Que tu aches o teu amor, meu amor. E sejas feliz.

- Tu sentes falta dela, filho?
- Todos os dias.

"foi você,
sempre foi você,
desde que chegou e se aninhou no meu peito e deu
razão as minhas certezas.
amor aos meus gestos,
carinho aos meus toques e sentidos as minhas
palavras."

Será que existe alguém para me ouvir e me salvar? Eu insisto.

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