terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Flores mortas

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O amor abaixou seu preço. Agora o vendo por 5,99. Barato, não é?
O amor perdeu o seu valor. Não existe mais o valor. Esqueceram do valor que ele continha.
O amor entristeceu. E nos entristece. E tu achas mesmo que com um valor tão baixo ele iria fazer alguém ser feliz?
O amor é barato demais para aqueles que não sabem amar. E, para aqueles que nunca ligaram para o amor, ele cobra caro. Muito caro.
Esquisito, não acha? Caro. Barato. Sem valor. Triste.
Não sei mais o que fazer. E o amor me entristece. E caio de encontro comigo mesmo. Começo a me conhecer. E lembrar o que eu fui há muito tempo atrás. Desacreditado. Desencorajado. Despreparado para o amor. Sem coragem nenhuma de sentir um décimo do que eu poderia sentir. E eu me sinto um covarde por não fazer o amor sair de dentro de mim. E eu me sinto um fraco por não externar tudo que acredito e penso sentir. E o amor me cobra caro, muito caro. Escrotamente caro. O amor abaixou seu preço. E estou com um medo perturbador de lembrar tudo que eu já fui. E te largar. E lembrar o quão chato com o amor eu sempre fui. E nossos duelos. E nossas lutas. E nossos problemas. E enjoar de tua pessoa. E enjoar do teu amor. E ter medo de me envolver tanto com uma pessoa a ponto de fazer aquele amor que ela sente ser o meu amor. O teu sorriso ser o meu sorriso. Tua voz ser minha calma. Teus braços abrigo. E eu imploro para o amor continuar abaixando o teu valor. E ironizar o que eu sinto dentro de mim. E fazer com que eu me sinta tão ridículo a ponto de não querer sentir nada disso. E eu minto para mim mesmo. Continuo mentindo. Continuo gritando em silêncio que não amo. Que não sei amar. Que não quero amar. E continuo xingando essa droga de amor. E falando super mal dele. E escrevendo coisas horríveis que fazem as pessoas acreditarem que sou esse ser humano sem uma vontade sequer de amar outra pessoa. O amor é esse sentimento esquisito que ninguém sabe ao certo se sentiu ou deixou de sentir. E a gente se soca por dentro. E a gente se entope de sorriso nas esperança de que aquilo é o sentido de nossas vidas. O amor é o sentido para alguma coisa? Uma busca? Uma saída? Uma salvação? Um louvor? Uma poesia barata? Quais são as ridículas decisões tão erradas e absurdas que tomamos quando o nosso rosto é invadido por um sorriso sincero quando escutamos o nome de nosso amor? E somos todos esses marinheiros com vestes de segunda mão encobertos por amores baratos e romances desprezíveis. E quando damos conta, o amor é aquilo que mais nos machuca. Perdas. Partidas. Choros. Feridas. Cicatrizes. Lembranças amaldiçoadas por nós mesmos. Porque somos tão tolos de chegar nesse ponto de amar outro alguém sem lembrar se, ao menos, sabemos como nos amar, de fato? O amor abaixou seu preço. Não só pelo fato de que não damos valor a esse sentimento, mas pelo fato dele ser inteligente o suficiente para deixar todos nós burros o suficiente para tomar decisões absurdas que farão com que ele ria de nossas caras algum dia. O amor é inteligente o suficiente para abaixar teu valor e saber que qualquer um pode compra-lo.
Depois de um dia em que penso que nunca irá acabar, quero chegar em casa, colocar uma boa canção, abrir uma bela cerveja gelada e lembrar que esse é meu abrigo. Passeio pelo meu quarto bagunçado e lembro que minha vida se encontra tão bagunçada quanto todas as flores mortas contidas em meus canteiros de vida, e lembro também que sou tão sozinho quanto essas pessoas que nunca souberam amar. E eu me pergunto se sei amar o suficiente para continuar com essa bagunça dentro de mim. E também me pergunto se sei amar o suficiente para tirar esse pensamento de minha cabeça que manifesta em todo meu ser, esse pensamento que é a lembrança de teu sorriso tão perto do meu que foi capaz de me salvar de todas as coisas ruins que o mundo sempre foi capaz de me entregar. Burro o suficiente em lembrar que é esse mesmo sorriso que se encontrará tão distante do meu a ponto que eu não lembre mais de nenhum detalhe contido nele. E teus abraços serão meras lembranças. E teu amor por mim. Esse sentimento romantizado que tu diz ter. E teu aconchego já não será mais em minha vida. Em meus braços. Será longe. Longe o suficiente para que tudo se torne apenas uma lembrança, como todas as flores mortas que fomos capazes de apreciar em algum canteiro de nossas estradas para a exímia solidão. Mas são essas mesmas flores mortas que serão esquecidas por nós. E lembre-se que meus romances sejam esquecidos. Que meus momentos de amores sejam exilados de dentro de mim, porque tenho medo de continuar te amando o suficiente para pedir que não se vá para mais longe de mim. Porque meus sentimentos me tornam tão, mas tão burro. E esse é o meu medo. Que o amor seja tão barato quanto as burrices que somos capazes de cometer por conta dele. Lembre-se, querido amor, tu és uma bosta que não quero mais apreciar. Seja uma flor morta em minha vida. Não me faça amar de novo. Não. De novo não. Assim não. Por favor. Te imploro. Me deixa quietinho. Me esquece um pouquinho. Não me lembres o tempo todo que preciso me conhecer. Não. Não preciso de um amor. Não preciso de romance. A vida não é feita só disso. Meu coração aperta em escrever cada palavra aqui contida, principalmente quando já não me encontro tão bem quanto estive há uns dias atrás. Minha vida está bagunçada. Esse amor consegue arrumar essa bagunça ou me fazer esquecer por alguns longos momentos dela. Esse é meu medo. Que meu vício em você se torne tão forte que eu não consiga te tirar de minha vida. Que meu vício por tais lábios continuem sendo o motivo de minhas reabilitações e poesias e faltas de esperança. Sendo que teu amor poderia ser minha salvação, minhas melhores cartas e a minha esperança de que um dia tudo pode ser bom, novamente. Estou entre essas flores mortas e encontro o amor tão, mas tão distante de mim. E isso me atrai. Continue assim. Distante. Longe. Bagunçado. Embaçado. Me queimando cada vez mais até que eu lembre que o amor não é algo tão fascinante assim.

- Estou com uma saudade absurda de você, meu bem.
- Sou essa música triste que tu insiste em tocar.
- Vem me ver, meu bem.
- E sou também esse filme romântico que tu insiste em ironizar.
- Quero teu amor só para mim, meu bem.
- E eu insisto em recolher todas as flores mortas que meu peito é capaz de derrubar.

Mais uma poesia barata que ninguém se importa!

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