segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Se até Nietzsche enlouqueceu por amor não correspondido, quem desfruta - e chora - por minha insanidade?

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Se tu lembrar que esqueceu, não esqueceu. E não quero esquecer. Tanto quanto não quero ser esquecido. E o que mais me incomoda é querer gritar alto o suficiente para que me ouças, mesmo sabendo que não consigo dizer uma só palavra que me leve até ti. E me perco cada vez mais. Sinto-me cada vez mais distante de ti e isso me estraçalha cada minuto que passa. É aterrorizante querer gritar todas as palavras que um dia quis que escutasse e não ter forças mais para isso. E isso dói. E estar longe dói. E não ter o teu olhar sob os meus me causa uma dor constante que me deixa cada vez mais perto da mais pura insanidade. E eu que sempre acreditei em não ter nada mais a se acreditar em relação ao amor, me encontro tão só com esse amor surrado, estraçalhado, machucado e real. Amor que nunca pensei em sentir. Nunca pensei existir. Amor que faz com que eu não enxergue nada mais a minha frente. Que embaça mais ainda minha visão míope e cansada. Que sente falta da tua voz cansada do outro lado me dizendo que tudo irá ficar bem. E eu sei que nada ficará bem quando meu peito não está correndo de encontro a ti. E romantizar demais o que já é romântico demais não faz parte de mim. Nunca fez. Mas se eu não escrever tais palavras sobre um amor que já não sei mais que fim dará, fará com que eu enlouqueça cada vez mais. Estou perto de minha insanidade mental por não ter abraços quentes que me aqueçam do mundo lá fora. Estou cada vez mais perto de minha loucura por saber que teu coração não pulsa tão forte quanto o meu ao lembrar de um nome. E essa droga foi batizada com teu nome, mas não consigo mais usá-la. E quando tento, já é tarde demais, não consigo me libertar. E eu choro. Choro amargo contido no peito de quem nunca soube amar. E eu deito em minha cama pensando "Tudo acabará. Tudo acaba. Tudo passará" e eu acordo pior do que quando me deitei. E isso é triste o suficiente até para as pessoas que caem de encontro com meu olhar profundo e triste. E eu que sempre fui discreto o suficiente para não deixar ninguém saber até que ponto estou sofrendo por algo, hoje me encontro sendo visto por todos em cada esquina que passo como o garoto que amou demais e se perdeu o suficiente para acreditar que nunca soube, de fato, amar. E isso me emburrece cada vez mais. E em cada esquina que me encontram, procuro por ti. E nunca te encontro. E em cada olhar que bate de frente com o meu, tento encontrar um espelho teu. E nunca te encontro. E todas as palavras bonitas que sempre tive medo em dizer, hoje quero entrega-las todas a ti. E nunca te encontro. Quero que saibas tudo que sinto. Como sinto. E onde erro. Queria tuas mãos coladas as minhas e teus lábios perto o suficiente dos meus para que eu sinta que tudo, finalmente, acordará bem. Que toda essa dor passou. E saber que temos forças o suficiente para vencer o mundo. O universo. E que o esquecimento não cairá por terra, assim como penso todos os dias que cairá. E sinto tua falta todos os dias. E vejo todas as tuas coisas na esperança de que me sinta perto de ti. Um pouco. Só um pouquinho. E a vontade de gritar cai por mim como de quem diz "Jamais me esqueça". Não me esqueça. Te imploro. E eu sei que não esquecerá, mesmo acreditando que sim, mas não te quero longe. Não mais. Não. Meu peito exala o teu amor. Escorre pelas beiradas. Meu coração é teu. Meus pensamentos são teus. Minhas palavras são tuas. Minhas lágrimas também. Meus sorrisos apertados como de quem quisesse viver um amor infinito de novo também são teus. Não se vá. Acredite no que sinto. Acredite. Nunca soube medir a suficiência de um amor. E nunca acreditei no amor até estar de encontro a ti. Desfrute do meu amor ou me veja cair por minha insanidade. Sem ti.

Diálogo 1:
- O teu descaso me deixou tão só.

Seria fácil demais sentir apenas saudades. Seria muito fácil apenas sentar aqui e escrever algumas palavras sobre saudade. Sentir amor é difícil. Escrever sobre o amor não é algo tão fácil quanto pensam. Não existe um glamour. Não existe a parte bonita como nos filmes românticos. É apenas essa tempestade que me afoga e ninguém cai de encontro a mim para me salvar. É muito surreal querer tudo de uma pessoa. Não o pouco. Não o meio termo. Não o mais ou menos. O tudo. O amor todo. Todo amor que desejas na vida. Não consigo amar pouco. E já escrevi tais palavras aqui. Não consigo gostar pouco. Pensar pouco. Querer pouco. Sentir pouco. Não. Não faz sentido ficar em cima do muro quando teu peito bate forte o suficiente para querer tudo. O todo. A todo tempo. Não é carência. Não são palavras melodramáticas para apenas romantizar isso que chamamos de amor. É muito mais que isso. Sentimentos nunca podem ser dispersados e jogados fora. Nunca podem ser esquecidos ou mantidos dentro do porão da alma. E eis que sempre me pergunto em como as pessoas do mundo atual encontram coragem de jogar tais sentimentos no lixo tão facilmente?! Como e quando as pessoas se tornaram tão descartáveis umas para as outras, que apenas um olhar e uma frase de "Vá embora" é suficiente para sermos esquecidos e supridos em cima de qualquer outra coisa fútil e sem total valor?! Não entendo a facilidade de ser esquecido. E esse é o tal amor surrado de que tanto falo. É muito mais fácil tu jogar teu amor fora do que vive-lo. Já paraste para pensar nisso? O quão triste é olhar para teu amor e não mostrar importância nenhuma, mesmo quando ele lhe virou as costas e está prestes a ir embora. E tu deixas. E não se importa. E busca conforto em outros braços e apegos e laços e também não se importa se nada daquilo não der certo. Somos descartáveis, se lembra? E é por isso que nos tornamos essa massa vazia predestinada a sermos cada vez mais esquecidos.
O amor morreu. Ou melhor, matamos o amor. E já não queremos mais vivências de tal palavra. Foi banalizado. E esquecido. E surrado. E mal vestido. Vestimos o amor do avesso e sujamos esse lado, mas não colocamos essa roupa para lavar, simplesmente a descartamos ou deixamos dentro da gaveta mais esquecida no canto de nossas casas. E ela envelhece. E o que fará quando abrires essa gaveta e ver teu amor todo estraçalhado, desacreditado, mal-falado e raro dentro desse porão em forma de esquecimento? Um aperto no peito já fala por mim. Não me faças esquecer do amor. De ti. De nós. Não me faças ser exatamente tudo aquilo que nunca quis ser para você: História. Passado. E nada mais.

Diálogo 2:
- Sinto tanto tua falta, que, mal sobra espaço pra sentir outra coisa.
- Já me falaste isso.
- Um tiro no escuro deixa cicatriz no coração.
- O que queres dizer com isto?
- Meu tiro foi dado por ti e essa cicatriz aberta em meu coração está fazendo com que eu morra cada minuto mais. Longe de ti.
- Para de drama.
- Tu és o meu melhor drama. Não mate essa novela da vida real. É triste demais não ser mais tua música de abertura.

Sinto meu coração apertado e pequeno o suficiente para não ter forças de continuar. Queria apenas acabar com essa dor que se encontra bem no centro do meu peito. É gritante o quanto enlouqueço longe de ti. É imensurável a dor de escutar tua voz em sonhos meus e não saber onde tu está. E eu escuto tua voz por cada lugar que passo em minha casa. Por cada canto contido em meu quarto, encontro recordações tuas e isso me afasta mais ainda de mim. Queria acordar e não sentir mais absolutamente nada. E isso é pedir demais. E te pedir o tempo todo, acredito eu, que sejas pedir demais. E o universo não consegue conspirar ao meu favor, mesmo que injustamente, pelo menos uma vez na vida. Se é para a vida ser injusta, que ela seja ao meu favor, porque eu gostaria de dar umas boas e velhas gargalhadas também. E faz tempo que já não lanço um sorriso sincero como de quem diz que tudo se encontra bem o suficiente para eu permanecer andando em linha reta. O problema é que sempre que escuto o teu nome, me sinto cada vez mais em curvas e mais curvas e estradas e barrancos que me levam cada vez mais para longe de ti. E ninguém consegue me parar quando estou indo de encontro a ti e todos me olham em tristeza sabendo que tu não virás de encontro a mim. E esse caminhão que me atropela por cada curva que passo, tem meu nome escrito nele. Eu me afundei. E me afundo. E me culpo todas as noites por sentir essa raiva arrebatadora de quem foi emburrecido o suficiente para jogar tuas cartas fora de minha vida. Erro grave que não consigo consertar. E todos me olham e se preocupam com o meu olhar. Tentam me ajudar de todas as formas. Manter presença. Ser presença. Me manter acolhido. E eu só quero ficar sozinho. E, mesmo perto de todas essas pessoas, me sinto sozinho. E isso é delicado. Porque só o som de tua voz pode me destruir e ao mesmo tempo me salvar. E hoje digo que quero ser salvo. Desse romance. Dessa dor. Desse amor. Desse desejo de ti que há um tempo me infesta a alma escura de quem não sabe até onde irá chegar. Romantizar demais o amor é triste e, talvez, chato demais. Não falar sobre o amor que sentes é mais triste ainda e chato demais, mas perigoso. A gente surta quando deixamos todas essas coisas contidas aqui dentro. A gente surta quando um turbilhão de pensamentos passam sobre nós e não sabemos como descrever tais situações. E eu tento. Continuo tentando. Escrevendo o suficiente para que tudo isso chegue, um dia, até você e lembres que sou capaz de mover céus e terra por teu amor. Por ti. Por nós. Não deixe essa loucura tomar conta de mim. Não deixe teu amor ser esquecido, meu amor. Não deixe que eu seja apenas uma lembrança dentro de ti, meu bem. E que, de alguma forma, a porta do teu coração seja aberta por mim e que a janela do seu peito pouse libélulas de paixão e euforia e amor, se és que me entende, meu amor. Pressiono teu nome ao meu peito na esperança de que me peças para ficar.

Diálogo 3:
- Sinto-me doente o tempo todo, doutora.
- O que sentes? - ela perguntou.
- O tal do amor. Ansiedade de que fique. Depressão de que não se vá.
- O que sentes agora? - ela insistiu.
- Tristeza. Tristeza profunda. E loucura. Insanidade, doutora - eu disse.
- Te olhando daqui, pareces que está bem - ela constatou.
- E essa dor constante em meu peito?
- Olhe para mim - ela pediu.
Olhei. Ela anotou algo.
- Olhar vazio o suficiente para saber que nem o tempo cura essa ferida em teu coração - disse a doutora e continuou. - Existe alguém que possa te salvar disso?
- Existe. Ela existe. Tenho saudade de quem não sabe que sinto saudade, mas não tenho coragem de perguntar se ela quer saber. Não sei viver tão só e já não quero aprender.

"Esquece as marcas de um tempo atrás e saiba que eu não sei viver com o estrago que o tempo faz."

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