terça-feira, 20 de novembro de 2018

Olhei o rosto dela e pensei: merda, eu gosto dela. Que vou fazer?

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E desde quando escrever todas essas coisas se tornou algo chato? Juntar palavras. Pensar palavras. Cuspir palavras. Temer todas elas. E joga-las aos quatro ventos sem o medo contínuo de que me julguem. Nunca me importei com o que as pessoas realmente pensam das coisas que ouso sentir. Não seria agora que me importaria. E todas essas pessoas olham para mim e falam "como tens coragem de sentir tanto e revelar tanto?" e eu balanço a cabeça e não me importo. O erro não está em mim de sentir demais e entregar tudo que perece dentro de mim, o erro é de quem não aceita tudo de bom que ouso ter aqui dentro. Sentimentos que o coração explode e mostra para onde todos os pedaços terão que ir já não me assustam mais. Um dia me aterrorizava e me tirava o sono. Hoje, apenas espero tal pessoa aceitar os pedaços ali contido e pensar no que deve fazer com tudo aquilo. Meu coração escolhe em qual colo cairá cada parte de mim, o coração alheio é que escolhe se joga tudo fora ou se me deixa entrar. Meu erro, talvez, seja sentir demais. Demonstrar demais. Querer demais. E até, sonhar demais. Mas são esses erros e sentimentos que me mostram o quanto ainda estou vivo. São esses sentimentos que me mostram caminhos distintos para a solidão ou para a cura. E já não me importo de tentar mais uma vez. Outra vez. Mais uma vez mais. Qual o problema do sentir? Qual o problema do gostar? Qual o problema do amar? Em decomposição do mundo, esquecemos de nossos sentimentos verdadeiros que podem nos trazer um bem danado, mas quando lembramos e sentimos todas essas coisas, por vez ou outra, boas, é melhor não tentarmos prende-los dentro de um peito que se perderá cada vez mais. E se sentirá cada vez mais aflito. O erro do ser humano é pensar demais e sentir de menos.
Bukowski uma vez escreveu algo sobre 'Não tentar'. E isso, de alguma forma, faz todo sentido. Não tente amar. Não tente suportar a dor de não ser amado de volta. Não tente dar o seu melhor quando, no final de todas as coisas, as pessoas só te darão algum tipo de decepção. Não tente ser feliz. Não tente agradar os outros. Não tente demonstrar tudo que sentes, senão falharás. Não. Não tente. Não tente dar o seu melhor para ninguém, no fim tudo é decepção ou falhas ou erros. Mas, Buk dessa vez estava errado. São nossas falhas que definem nós mesmos. Experiências. Vivências. Acertos. Erros. Amores. Romances. Sentimentos. Perigos. Riscos. Cura. Solidão. Teus amores e romances podem definir você e tu nem faz ideia do quanto. Não ouse fugir de um sentimento tão puro quanto o amor. Estou escrevendo coisas bonitas e esperançosas sobre tal sentimento? NÃO. Nunca irei falar tão bem do amor. Não dessa forma. Não tão clichê. Se existe algo que sempre falarei mal, até que me provem o contrário, é o amor. Meus romances se encontram perdidos por ai. Meus amores esquecidos. Meu peito tão machucado quanto a carcaça de um animal velho. Sou uma pessoa com feridas abertas dentro de um coração que não sabe mais o que quer - mesmo querendo demais -, e não sei onde está esse amor que pode me restruturar e fazer com que eu volte a acreditar nas palavras de 'eu te amo' que sempre temi em dizer. E quer saber? Isso não importa também. Por hora. Deixa eu continuar sentindo esse calorzinho aqui dentro como se houvesse alguma esperança no amanhã. Como se, mesmo atrás de um dia cinza, alguém estivesse pintando e moldando cada borda obscura dentro de mim. Porque nunca me ensinaram que o amor não é como nos filmes? Meus pais falharam em algo. Ah, falharam.

Diálogo 1:
- Sou um acorde errado em tua música. Até quando?
- Sou tua canção triste sem nada a dizer. Até quando?

A gente ama e quer ser amado. A gente chora e quer ser consolado. A gente desfruta de sabores e quer compartilha-los. A gente pensa demais em alguém e espera que seja assim do outro lado da cidade. A gente procura fotografias esperando sentir a pessoa mais perto. A gente olha nossas mensagens a cada meia hora na esperança de que tenha um "sinto tua falta". A gente espera por sinais e eles nunca caem de encontro a nós. A gente se frustra. Se arrepende. E chora. E grita para o mundo que não sabemos amar. A gente não sabe lidar. A gente fica burro na esperança de que a outra pessoa limpe a tua mente de todos os pensamentos que nos afastam de nós mesmos. A gente acredita que a pessoa te ama da mesma forma que tu amas. E que a importância é a mesma que tu entregas. E, tristemente, raramente é assim. E falhamos. Falhamos na esperança de que todos os nossos sentimentos sejam, de alguma forma, super valorizados. E somos apenas uma peça no quebra-cabeças da vida que, por um lado, não tem importância nenhuma. Em qual peça desse jogo tu estarás? Em qual peça desse jogo tens deixado teu romance? Entre as importâncias ou entre objetos perdidos sem valores nenhum? Pense.
Não é demais pedir um amor tranquilo. Tuas mãos coladas nas minhas quando o suor de desespero escorre entre os olhos. Teus lábios perto o bastante dos meus quando meu peito pulsa forte o suficiente para ser ouvido de longe. Teus abraços quando o mundo parece desmoronar sobre as costas. E não que o amor sirva só de conforto, mas que sirva também como abrigo. Como paz. Como válvula de escape de uma vida tão tortuosa. Não é pedir demais um amor que nos vista com o melhor dos sentimentos. Horas e horas de conversas jogadas ao vento. Sorrisos sinceros. Abraços apertados. Beijos longos. Mensagens trocadas. Filmes assistidos enquanto comemos todo e qualquer tipo de porcarias que a vida nos é capaz de proporcionar. Beijos carinhosos quando o filme não tem tanta importância assim. E o que teria de importância quando estas ao meu lado? Absolutamente nada. Só o eu e tu e o mundo lá fora. Nada mais. Quero a calma de uma admiração sincera por tudo que ambos fazemos. A força que vem quando um ou outro pensa em desistir. A gente se levanta. Se reergue. Se abraça e se fortalece. E a gente continua a vida. Um empurrando o outro para o melhor dos caminhos. Vá. Vá. Não desista. Tu me tens. Vá. Não esquece. Não me esquece. Somos fortes juntos. Mais fortes que o mundo. O mundo que se foda. E acreditamos em nossas vidas, em nossas conquistas, em nossas batalhas vencidas, em nossas frustrações supridas de desejos e ambições boas e o amor contido em nossos peitos que batem tão juntos e iguais quando estamos perto um do outro. E isso é lindo de sentir. Um amor tão simples e magnífico quanto o pouso de uma das mais belas borboletas em uma flor pelo campo. Poético demais? Talvez. É nisso que nossos romances se transformam. POESIA!

Diálogo 2:
- Eu sinto tua falta.
- Vem me ver.
- Estou indo. Me espera!

Um amor que eu sinta falta. Não quero voltar a ter esse medo horrendo do amor. A olha-lo com olhos de quem nunca mais irá senti-lo, porque essa merda dói, e dói demais. E machuca. E nos pegamos tão machucados que nunca mais ousamos sequer deixar o amor entrar dentro de nossas casas, por mais que eles nos aqueça de alguma forma, deixa ele lá, batendo em nossa porta. Não. Não quero que ele entre. É perigoso demais. E depois de todo ciclo, ele se torna a tristeza de alguém saindo pela mesma porta que entrou.
Preciso te encontrar e te dizer que sinto tua falta. Preciso te beijar e lembrar que teus lábios, de alguma forma, são meus. Nem que seja por hora. Preciso te encontrar e te abraçar e te dizer que não quero mais sair desse refúgio. Tu quando estas longe é distante demais de mim. Do meu peito. Da minha vida. E cada minuto que passa sinto que estou para desaparecer. E vejo tuas fotos e desapareço. Vejo tuas mensagens e sumo. Sinto teu cheiro por onde passo e evaporo. Preciso te encontrar e te dizer que não quero nunca, jamais, dizer Adeus. Preciso te encontrar e te dizer que você é exatamente tudo aquilo que eu procurei um dia pelo submundo do universo. Preciso te encontrar para dizer que você fez o melhor de mim renascer. O melhor. E te entrego o meu melhor. Aceitas?
Preciso te encontrar e te dizer que nunca quis tanto você como quero agora. Mais do que quis ontem. Menos do que irei querer amanhã. E depois. E depois. E depois, mais uma vez. Preciso te encontrar para te dizer que esse sentimento me atormenta e me assusta, mas que eu não me importo com as consequências, sabendo que te tenho em meus braços, nada mais importa. Preciso te encontrar para te dizer que sinto ciúme. Ciúmes de quem te teve e nunca te quis. Ciúmes de quem um dia te terá ou têm. E raiva. Raiva por saber que todas essas pessoas jamais irão te querer como te quero e te quis e irei querer. Se é para sentir, vamos sentir. Se é para falar, vamos falar. Eis aqui minhas dolorosas confissões de tudo que sempre tive medo e ressaltar e espalhar para o mundo. E não me importo com as consequências de tudo que ouso escrever. Minhas cartas me privam de minhas loucuras. Me salvam de enlouquecer. E isso acontecendo, sinto-me bem. Um dia me disseram que se declarar demais é humilhante demais. Isso faz algum sentido? Eis que continuo.
Preciso te encontrar para dizer que tua voz me acalma. Preciso te encontrar para dizer que não preciso dizer absolutamente nada quando estou ao teu lado porque tua voz já é tudo para mim. Saber que estas ali ao meu lado dizendo todas as coisas de tua vida é uma calmaria tremenda. Preciso te encontrar para dizer o quanto gosto de ti, mesmo que seja tarde, mesmo sabendo que sejas tarde. Preciso te encontrar para dizer que não quero que vás embora. Não para longe. Longe de mim. Te quero aqui, pertinho. Como nunca esteve e como, talvez, nunca estará. Preciso te encontrar para dizer o quanto penso em ti. E o quanto penso em dias futuros ao teu lado. E o quanto teu sorriso é minha salvação. E o quanto teu perfume não sai de mim. Preciso-te. Preciso te encontrar. Em alguma esquina, em algum bar, em algum lar. Tanto faz. Mesmo sabendo que sejas tarde demais. Muito tarde. Poético demais? Quem se importa. Ninguém lerá essas palavras. Talvez me sinta bem em saber disso. Talvez me sinta mal o suficiente por saber que tais palavras bonitas nunca cairão em colo teu. Tão reconfortante quanto um drama de Shakespeare.

- Ela pode ser a razão de eu ter bebido esses dias. Mal consigo pensar.
- Corra até ela!
- Nunca sei do seu paradeiro. Perdi a conta de quantas vezes a procurei, e sempre voltei sem saber o meu lugar na vida dela.
- Teu problema é em não confiar nas pessoas.

Garçom, uma dose bem forte, que amor aqui já tem demais.

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