domingo, 25 de novembro de 2018

Não use o telefone, as pessoas nunca estão prontas para atende-lo. Use poesia.

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Alô, meu bem.
Decidi te ligar e pedir para ficar. Para não ir embora. Não de vez. Se tu for embora, que seja aos poucos, tal como tem sido. Te perder de uma só vez é assustador demais e não sei se tenho forças para isso. Estou te ligando para dizer que tudo se encontra como deveria estar. Estou fazendo minhas coisas, meu bem. Acompanhando a minha vida dentro de mim mesmo cada vez mais de perto. E cada vez que acordo, crio um pouco mais de forças para continuar. Com ou sem você, meu amor. E toda vez que penso, de fato, em te ligar, meu coração amolece e a mente emburrece e a visão fica turva. Sinto tua falta, querida. Liguei para dizer isso. Liguei também para dizer que meus passos não são vistos por ti e eu sempre quis que fossem vistos pelo mais belo dos olhares que um dia caiu de encontro a mim. Ligo-te para dizer que meu coração estremece toda vez que escuto teu nome e que os domingos têm sido cada vez mais difíceis sem você aqui. Estou te avisando que teus abraços poderiam estar aqui comigo, cada vez mais quentes, cada vez mais confortáveis. Aviso-te que te quero como sempre quis. Como quis ontem. Como quero hoje. Como irei querer amanhã. E cada vez mais e mais e mais. Estava pensando em como te dizer que tua voz é a calmaria de todas as minhas tempestades. E queria dizer-te também que todas as escolhas da minha vida que tenho andado fazendo são pensando em como tu se sentiria orgulhosa sobre quem me tornei e sobre quem deixei de lado aqui dentro. Deixei de lado a raiva do amor, meu amor. Deixei de acreditar que irás me ligar para pedir pra eu ficar. Deixei mais ainda de acreditar que meu telefone tocará e serás você me pedindo para ir te visitar porque já não consegues mais ficar sem o eu na tua vida. E eu sei que isso não irá acontecer. Nem deveria. Tua vida é corrida demais para se importar com sentimentos como esses. Tua vida é apertada demais para que eu entre de uma vez por todas nela. Para que eu esteja nela. Sou só uma aspas nesse teu livro. Aspas sem valor nenhum. E isso me entristece. Mas também me deixa forte para que eu não esqueça de não me entregar nunca por inteiro, querida. E tu estas me ensinando bastante coisa sobre como devo ou não me sentir. E isso é reconfortante. Meu amor por ti, talvez, sejas demais. Teu amor por mim, talvez, seja de menos. E o amor sempre foi assim. Mais e menos. Tudo ou nada. Abrigo ou solidão. Choro ou riso. Tristeza ou alegria. Paz ou tormento. E já não cabe mais a mim a decisão de escolher em como quero que nosso amor seja, meu amor.
Estou te ligando para dizer que sinto falta da tua voz ecoando em meus ouvidos, querida. Te ligando para dizer que não lembro qual foi a última vez em que me senti tão fraco por estar longe de alguém. Queria deixar avisado que tuas mãos são tão quentes a ponto de me entregarem paz e teu olhar é tão penetrante quanto um raio de sol pela manhã. Mas queria deixar avisado que não sei até quando consigo suportar essa espera de você, meu bem. Te amar não é o que me mata. A espera é o que me mata. E me mata cada minuto mais e isso é tortuoso.
Vale lembrar que tenho escrito muitas poesias sobre ti. Todas com teu nome nas entrelinhas. E dizer que estou crescendo por dentro. Como pessoa. Como amor. Como gente. Como poeta. Crescendo o suficiente para que um dia lembres de mim com carinho. E que abras um sorriso sincero sempre que teu pensamento for invadido por lembranças minhas. E que me mande uma mensagem sempre que lembrar de mim. E que eu possa ter uma noção da falta que faço em tua vida por cada vez que me manda algum sinal de que estas aqui comigo, mesmo de longe. Eu quero ser tua falta mais sincera. Eu quero ser aquilo que preenche o teu vazio. E tudo na mesma proporção do vazio que tu preenches em mim. Teu amor talvez não seja tudo isso, meu amor. E minhas poesias podem um dia não dizer mais nada sobre nada. Mas te liguei para dizer tudo que quero. Te liguei para dizer que da sua falta sinto muito. E que sinto vontade de chorar quando lembro de você. E em outras vezes mais, vontade de correr até ti para lhe perguntar se quer me mandar embora de tua vida ou se quer que eu seja teu abrigo. Só que aprendi uma coisa, meu bem, em relação a ti eu só sei passar vontades nada passageiras. E essa tua forma de amar não sei onde se encaixa com a minha forma. E teu silêncio me desmonta. E teus sumiços me fazem enlouquecer. Qual a melhor forma de não enlouquecer quando tudo que se quer é estar com outro alguém?
Liguei para te dizer que já não sei nada sobre você. Nem sei se quero saber, querida. Sinto tua falta e ela está cada vez mais abstrata aqui dentro de mim. Queria deixar avisado que fico manhãs inteiras pensando em desistir desse tal amor. Desistir de nós. Talvez por estar nessa de não saber de nada. Mas chegam as tardes dos meus dias e me bate uma falta de ti, meu amor. E quando a noite vem, é só em ti que penso. E preciso deixar bem claro que são esses pensamentos que me tem feito beber tanto e escrever tanto e disfarçar tudo atrás de sorrisos forçados dizendo que tudo aqui dentro está bem, quando na verdade, o que eu queria mesmo era desmoronar em colo teu. Se lembra da última vez em que me disse que tudo ficaria bem, meu bem? Acho que não. Tu deve ter esquecido até da minha forma de sorrir ao te olhar andando de lá para cá. Deve ter esquecido também que esse olhar perante a ti não muda facilmente. Olhar de quem ama e que não tem medo de dizer o que sente. Sou desses, não consigo não mostrar como me sinto.
Falei demais, meu amor. Só queria que soubesses que, por mais que tu tenhas desistido do amor e que já não se importa com isso, meu amor ainda está aqui. Bem quietinho. Aquecendo uma parte do meu coração enquanto o resto se encontra frio. Queria te pedir para não deixar essa parte quente acalmar demais. Meu tormento é pensar em acordar e ver que tua desistência ou falta de vontade de tentar me fizeram desistir de nós dois, meu amor. Essa será a pior de todas as manhãs.

- Ah, e tu beijaria ela se estivesse diante de ti?
Engasguei. Silenciei. Não respondi. Abaixei o olhar.

"Toda vez que toca o telefone
Eu penso que é você
Toda noite de insônia
Eu penso em te escrever
pra dizer
Que o teu silêncio me agride."

E todas as minhas poesias eu escrevo pra ti.



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