terça-feira, 24 de setembro de 2019

23:54h. Poema escrito ás pressas depois de degustar três cervejas grandes!

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Já parou para pensar que tem alguém pensando em você?
Agora.
Neste instante.
Pequeno instante.
Instante que a gente não dá a mínima.
Mas lá. Lá no horizonte. Lá de longe, existe alguém pensando em ti.
E a gente não dá a mínima.
E a gente nem pensa. E a gente nem se importa.
E eu...veja bem, e eu bebo uma cerveja toda vez que penso em ti.
E eu penso em cerveja toda vez que tua voz cansada me dizendo algo que eu gostaria de escutar ecoa em minha mente.
E eu penso em cerveja toda vez que eu quero te esquecer.
E vou atrás de cervejas. E compro cervejas.
E bebo uma. Não te esqueço.
Erro meu.
E bebo duas. Em ti penso.
Outro erro meu.
E bebo três. E penso mais ainda.
Mais um erro meu.
E toda vez que eu bebo para te esquecer, sinto vontade de escrever essas cartas semanais horríveis que a ti escrevo. E aqui está mais uma.

- Suas cartas são uma merda - ela me disse.
- Eu sei, querida. E não me importo.
- Porque continua escrevendo essas porcarias de velho babão e bêbado apaixonado?
- Porque assim eu me sinto vivo, de alguma forma, querida.
- Isso não faz sentido. Ninguém se importa, porra.
- E porque eu deveria me importar com isso, caralho?
- Você passa horas e horas bebendo e escrevendo essas porcarias para ninguém se importar?
- Eu me sinto vivo sempre que escrevo, querida. E a minha forma de escrever é o jeito que eu faço para tirar algo um pouquinho mais de dentro de mim.
- E as pessoas, porra?! ELAS NÃO SE IMPORTAM, PORRA!!!
- E que caralhos eu tenho a ver com esta porcaria, que se FODA as pessoas, porra!

E eu bebo uma cerveja para te esquecer. Lembro do gosto dos teus lábios.
E eu bebo outra cerveja para te esquecer. Penso no gosto de teu corpo.
E eu bebo mais uma cerveja para te esquecer. Lembro da tua voz que há um tempo já não ouço.
E eu bebo para te esquecer. E eu bebo para me sentir vivo. E eu acabo com uma, duas, três cervejas para que elas acabem comigo. Encontrei algo, sabiamente, reciproco.
E todas as vezes que eu penso em escrever algo, o cheiro de bebidas e tragos invadem a minha mente. E eis o meu tormento. Porque eu sei que, por mais que eu faça de tudo para te esquecer, você nunca sai dessa mente conturbada que tanto insiste em sonhar com o teu toque e tua voz macia me pedindo para voltar. Me dizendo que depois de tanto tempo, todas as coisas em casa foram arrumadas para que a gente se sinta bem e confortável novamente.
E todas as vezes que eu penso que te esqueci, você me invade a mente para lembrar que os meus pesadelos estão todos guardados embaixo da cama, tapando os olhos dos meus sonhos que choram feito crianças por não conseguirem invadir minha mente e me deixar sonhar no sono dos justos.
E todas as vezes que eu começo a sonhar com você, eu pulo assustado e suado e chorando da cama e pedindo colo de minha mãe para que ela sim me diga que tudo não passou de um pesadelo. E eu gostaria que você sussurrasse em meus ouvidos me dizendo que tudo isso não passou de um pesadelo.

- E, querida, veja bem, quem se importa com essa bobagem toda? Uma, duas, três cervejas. Mas que porcaria é essa que eu escrevi, porra.
- Eu te avisei!
- Não faz sentido toda essa merda, meu bem. Porque existe alguma coisa aqui dentro do meu coração que insiste em me dizer que eu ainda sou capaz de amar alguém de novo.
- E o que te impede de amar de novo e parar de escrever essas porcarias?
- Eu mesmo. Ela mesmo. Não sei. Nós mesmos. Existe alguma coisa dentro do meu coração que quer sentir o gosto da liberdade, mas ele tem um medo danado de sair para esse mundo e nunca mais encontrar alguém interessante o suficiente para morar aqui dentro. Tu me entendes?
- Que diferença faz, porra?!
- Meu bem, a diferença é que eu sou a única pessoa que estraga tudo no meio disso tudo.
- O que você quer dizer?
- O que eu quero dizer é que eu não dou mais a mínima para romances. Consegues me entender?
- E porque escreves essas merdas todas as semanas?
- Existe alguma coisa dentro do meu peito que insiste em me dizer para escrever todas essas coisas que um dia a liberdade bate no meu peito.
- Ora, ora, mas veja que besteira!
- Uma besteira que deveríamos pensar bem, você não acha?
- Você escreve todas essas porcarias simplesmente para ninguém?
- Não. Muito pelo contrário, existe alguém nas minhas entrelinhas.
- E quem é?
- Meu ego.
- Ora, porra, isso não faz sentido nenhum, querido.
- Veja bem, se eu não me sinto bem comigo mesmo em questões amorosas, porque caralhos eu deveria me sentir bem nos braços de outra pessoa que acha que sou tão romântico quanto minhas cartas?
- E você não és romântico?
- Sim, sou, até demais, mas depois que perdi meu passarinho chamado amor, faço questão de ser romântico comigo mesmo.
- A pessoa certa não bateu mais em tua porta?
- Mas, querida, que coisa mais patética. PESSOA CERTA, PORRA?! Não existe PESSOA CERTA!
- Você desacredita do amor tanto quanto desacredita de Deus. Isso pode de trazer problemas.
- No amor, não existe pessoa certa. Existem duas pessoas, suficientemente dispostas, que se juntam para enfrentarem seus medos e erros e problemas juntas. Existem duas pessoas cheias de amores e problemas mentais e afetivos que encontram algum abrigo nos braços uma da outra. E pelo jeito que a carruagem anda, a pessoa que seja suficientemente capaz de lidar com minhas paranoias e erros e falhas está longe de me abraçar como um dia me abraçaram.
- Seu problema é o medo.
- O medo é o que nos protege de coisas ruins.
- E te afasta de coisas boas.
- Mas as ruins estão lá. Sempre lá. Distante. Muito distante.
- Queres outra cerveja, velho escroto que se acha escritor?
- Por gentileza.

Meu bem, deixa só eu te declarar um constante sentimento aqui dentro de mim.
Tudo bem?
Veja isso. Leia isso. E entenda isso.
Certo?
Vamos lá!
Eu pensei em te escrever todas as coisas mais belas que existem nesse mundo. Pensei em te ligar. Pensei em te escrever. Pensei em te dizer todas as coisas que existem e batem aqui dentro desse peito de vinte e oito anos que já sofreu o suficiente para um velho de oitenta e oito. Eu pensei em te pedir para voltar. Te pedir para ficar. Te pedir para entrar em minha casa e nunca mais sair de dentro dos meus braços. Pensei em te escrever para não sair do meu lado nos domingos que mais me sinto solitário e triste. Deprimido e sozinho. Pensei em te pedir para me cuidar com tuas mãos tão pequenas como a distância de nossos corações. E eu pensei, meu bem, pensei em te escrever pedindo para ficar aqui dentro de mim como ninguém jamais ficou dentro desse jovem velho peito esquecido por você. Eu pensei em te ligar e te pedir apenas para ouvir todos os problemas que eu tenho passado. E todas as paranoias que eu tenho vivido. E lembrar da força que você pode me dar para não enfraquecer perante ao mundo que sempre me trouxe tudo de ruim. E eu queria te pedir para ser minha base e minha força todas as vezes que eu penso em desistir do mundo e partir daqui de uma vez por todas. Mas eu queria te dizer também e te escrever e te ligar para dizer que eu ainda não fiz qualquer besteira na esperança de que eu seja capaz de ficar em braços teus até sermos apagados com o tempo. Mas eu também pensei em te escrever e te ligar e te dizer que tudo isso não passaria de egocentrismo meu pelo fato de saber que vives tua vida tão bem sem mim quanto todas as borboletas solitárias e fortes e lindas desse mundo. E a ultima coisa que eu quero é estragar a tua vida e a tua alma e teu coração e a tua paz. E eu gostaria que soubesses apenas que sinto muito orgulho de ti. E que sejas capaz de amar outro alguém como eu nunca serei capaz.

E tu, já parou para pensar que existe alguém pensando em ti neste exato momento? Ás 00:24h da madrugada?!

A gente não dá a mínima, não é mesmo?!

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