terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Entre tragos, bebidas e poesias, nada mais sobre você, querida!

Resultado de imagem para cigarros tumblr

- Alô, tu me ligou?
- Sim, já não lembro mais do som da tua voz.

Estou aprendendo a viver sozinho, meu bem. Já não espero por uma companhia nos almoços de domingo. Já não espero teus abraços quando o frio bate a minha porta. Não espero tuas mensagens quando me sinto sozinho. Já não te procuro em meus contatos quando quero dividir algo bom ou ruim que esteja acontecendo em minha vida. Não espero mais nada de ti. Assim como sei que não espera mais nada de mim. Se é que um dia tens esperado, querida. Já não procuro por você em momentos que sinto que meu mundo irá desabar em cima de minhas costas. Não espero perguntas sobre o que faremos no fim de semana. Também não espero perguntas sobre como estou. Se sentes saudades. Se sentes minha falta. Não espero mais nada de ti, querida. Não espero. Não espero teus carinhos quando a carência bate no fim da noite. Não procuro mais os seus desejos de boa noite perante as minhas insônias. Nem espero teus cuidados quando me sinto bêbado o suficiente para nem conseguir andar. Não espero que venhas assistir um filme romântico bobo em minha casa enquanto comemos todas aquelas besteiras e bebemos todas aquelas coisas estúpidas cheias de corantes e açucares. Não espero que me aqueça quando meu coração se sente perdido. Não espero que coloque uma música alegre quando em meu toca discos só se tem blues e choros. Não, meu amor. Não espero. Não espero mais nada de ti. Não espero que me ames. Se é que um dia tens me amado. Não espero te encontrar em livros, fotos, músicas, filmes e esquinas. Já não toco em teu nome em qualquer círculo de amizade que tenho. Não digo nada mais sobre ti. Mesmo que muitos me falem sobre nós. E isso me incomoda, querida. Não tanto quanto antes. Mas ainda me incomoda. E estou aprendendo a conviver com isso. Tua distância faz com que perguntem sobre nós. Tua falta de amor perante a mim façam que perguntem sobre nós. E o nós existiu por tão pouco tempo. Tempo suficiente para me destruir. Estou me acabando por inteiro, querida. Engolindo depressão. Tragando ansiedade. Flertando com a minha abstinência de você. E todos falam "nossa, como ele sofre". Não, meu bem, a frase certa é "nossa, como ele sente". E me sinto um idiota. Mas uma hora isso passa. E tudo passa. Aprendi a acordar e não te ter ao meu lado. Aprendi a acordar e saber que nunca estará do meu lado. Não naquele momento em que mais preciso. E esse momento é o agora. Eu preciso de você. E onde tu estás, meu bem? Longe. Bem longe. Como nunca esteve. E já não me importo se estas em abraços de outro alguém. Que se foda o outro alguém. Que se foda o que sinto por ti ou deixei de sentir ou deveria sentir. E eu quero que essa carta vá para o quinto dos infernos. Junto com todas as outras cartas em que escrevi e que continham teu nome. Qual era mesmo teu nome? Como era mesmo teu rosto? Qual era o som de tua voz? É, meu bem, estou te esquecendo. E tens sido cada dia mais difícil. É engraçado perceber que não passo de uma história qualquer em tua pequena memória, querida. É triste ver que não passo de um amor qualquer em tua ingenuidade sentida dentro de um peito que nada consta. Sou capaz de me matar nesse exato momento apostando com outro alguém que dentro de você nunca bateu absolutamente nada sobre mim. O que sentes ao lembrar meu nome? O que sentes ao lembrar meu rosto? O que sentes ao lembrar de minha voz?
Querida. Querida. Tens noção do quão sinceras tem sido minhas cartas? Tens noção do quanto o amor me machuca? E a frase tatuada em minha pele, meu bem? Aquela que diz que tu cresceu em mim como um tumor, lembra? Espero que lembres, baby. Espero que saibas, hoje, o significado necessário da palavra amor. Amor é essa névoa passageira pela manhã em que sentimos e se esvai numa fração de segundos. E espero que se importes. Espero que minhas palavras toquem em teu peito e te lembrem que ainda existo. Que ainda não me acabei por inteiro com meus tragos, bebidas e poesias. Espero que lembre que sou o tipo de pessoa que demonstra tudo que sente. Eis aqui tudo que sinto. Raiva. Saudade. Tristeza. Amor. Esquecimento. Lembrança. Cervejas. Tragos. E blues.
Nossa, querida, se recorda das vezes que falei para ti que seria esquecido por você? Acho que não se lembra, não é? Sinto-me um Deus por saber tanto do futuro. Esse ser tão triste, depressivo, chato, velho e poeta é facilmente esquecido. E sinto-me sozinho. Ah, como sinto-me sozinho. Mesmo rodeado das melhores pessoas do mundo. Sinto-me constantemente sozinho. Depressão e crises fortes de ansiedade tem sido minhas melhores companhias, mas isso é bom o suficiente para que eu nunca mais me esqueça o quanto é perigoso amar outro alguém. Quem se importa com meu amor? NINGUÉM, QUERIDA! Eles só olham para mim e falam "Nossa, como ele sente demais. Como ele sofre demais". E eu disfarço. Continuo com meus tragos, cervejas e poesias. Escrevendo. Sozinho. Sozinho e escrevendo. E ouvindo meu bom e velho blues.
Parece besteira para você, meu bem? Lógico que parece. Você pouco se importa. Se é que um dia se importou. Mas lembre que nunca ninguém irá escrever algo por ti e para ti como eu escrevo e escrevi e ainda escreverei. Escreverei até que tua voz seja apagada por completo dentro dessa mente que nunca soube entender direito essa droga que chamam de amor. E essa cabeça lateja querendo lembrar de tua voz. Não. NÃO CONSIGO MAIS. Sempre que tento lembrar da tua voz e teu rosto e teu olhar e teu sorriso e teu amor, tudo se escurece e logo em seguida vem uma dor de cabeça terrível que atrapalha todo o desandar de um dia que deveria ser bom. E não é!

- Querido, você lê tudo que escreve?
- Não. Não leio nada do que escrevo.
- Como consegues?
- Só escrevo.
- E não se importa com o que os outros vão achar?
- Quem tem que se importar com o que sinto sou eu, querida. Não os outros. Se eles se sentem da mesma forma que eu ou diferente, o que posso fazer?
- Consegues entender que irão julgar tuas cartas e teu amor?
- Não me importo, querida. Não me importo. Acha mesmo que B.B King e Gary B.B Coleman se importavam com julgamentos anti-amor em tuas músicas?

E esqueci teu rosto enquanto ouvia um solo de guitarra no melhor dos blues tocados dentro deste recinto, meu bem.
Comecei está carta por volta das 23:11h e terminei ás 23:37h. Não tenho nada mais a escrever sobre você, querida. Bem que eu queria, mas a madrugada me aguarda. Bebendo da depressão. Tragando ansiedades. Vivendo um caso amoroso com a insônia. Esperando tu vir me salvar, mesmo sabendo que isso nunca mais acontecerá.
QUE DESGRAÇA TÃO SEM GRAÇA ESSE MEU AMOR, QUERIDA!

Nenhum comentário:

Postar um comentário