domingo, 16 de novembro de 2014

Todas as minhas cartas para você

Estou vivendo um sonho. Um sonho real. Peço que não me acordem. Suplico que não me libertem desse sonho. Amar, para mim, era um pesadelo, agora é apenas um sonho. Não me acordem. Eu imploro. Eu poderia estar escrevendo alguma coisa sobre minhas lamentações e tristezas. Algo sobre minhas incertezas e inseguranças. Todos sabem como isso aqui funciona. Sabem a forma que escrevo e o jeito que me dou com as palavras. O jeito que eu me encaixo nelas e a forma que elas se encaixam em mim. Não. Eu não quero escrever, novamente, sobre alguma coisa triste. Estou lutando e relutando para conseguir escrever algo bonito, algo que faça com que as pessoas apenas coloquem sorrisos entre seus lábios e não apenas lágrimas passando por eles. Eu sou triste e quero salvar o mundo, mas não apenas com minhas tristezas. Eu sou louco e quero mesmo salvar o mundo, mesmo acreditando que ele não tem mais salvação. Eu evito escrever, falar e pensar no amor, mas hoje é difícil. E é por isso que não perco mais a esperança em nada. Um dia eu perdi a esperança no amor e hoje isso está sendo completamente diferente. Estou aqui trabalhando fortemente em algo que transpareça cada sentimento que está pulsando dentro do meu peito. Não. Não me acordem. Não me acordem desse sonho que está sendo suplantado dentro desse meu amor. Estou vivendo melhor e sorrindo mais. Apenas preciso me preocupar em não deixar o meu romance se tornar algo clichê demais, por isso estou aqui escrevendo algo lindo e bom sobre ele. Tentarei não falar tão mal do amor dessa vez. Tentarei apenas me expressar da melhor forma que consigo fazer: Escrevendo.

O amor é como um tumor e ele está crescendo dentro de mim. E qual o meu tratamento? Uma voz. Um perfume. Um sorriso. Uma brincadeira. Um abraço. Um beijo. Um carinho. Uma atenção. O meu romance. Estou sendo salvo. Estou criando esperanças, muitas esperanças. Quase acreditando que o amor existe de verdade. Eu escrevo cartas e mais cartas, quero te entregar. Quero apresentar cada palavra que expressa o que tenho sentido dentro do peito. Vale a pena lutar por alguém. Tenho medo de me entregar, mas já estou em suas mãos. Tenho medo de demostrar os sorrisos bobos, mas eles são lançados pelos ares cada vez que penso nesse alguém ou simplesmente lembro do teu nome. E eu escrevo. Cartas e mais cartas. Rascunhos e mais rascunhos. OH MEU DEUS, esse romance está me tirando do fundo do poço. Eu tenho que escutar cada dia mais ele, mas estou enlouquecendo. Vale a pena enlouquecer por conta do amor? Não, amor. Não me deixe mais louco do que o normal. Não me obrigue a pedir salvação. O amor é como um tempestade que devasta toda uma cidade. É como uma bomba nuclear capaz de destruir todo um mundo. Não me destrua, amor. Não me jogue na sarjeta. Não me deixe ser apenas esse velho de 23 anos que bebe para esquecer os amores passados. Não. Não me deixe de lado. Não me faça escrever apenas sobre coisas tristes que o mundo é capaz de me proporcionar. Estou apaixonado por acaso. Um acaso capaz de me matar ou de fazer com que eu me mate. Mas eu não quero que me acordem. NÃO ME ACORDEM. Pela primeira vez, depois de anos e anos, estou escrevendo algo lindo sobre o amor. Deixe-me acabar essas linhas e depois disso alguém pode me acordar. Deixe-me escrever essas palavras clichês para eu tentar acreditar que estou me sentindo vivo depois de muito tempo. Oh amor, não seja traiçoeiro comigo, mais uma vez. Só dessa vez, me deixe viver em paz ao lado de um outro alguém.

Ela tem medo e sorri. Ela chora e depois sorri. Ela me abraça e depois sorri. Ela me olha, eu vejo, ela sorri e olha para o lado com vergonha. Ela me olha, só o fato dela lembrar a minha existência faz com que eu permaneça em choque. Esses sentimentos. Para onde eles irão me levar? Porque ela é tão otimista? Porque ela é tão eu? Isso é mais uma armadilha da vida? Porque o amor sempre me deixa com essas perguntas sem respostas. O amor é pior que Deus. O amor é pior que qualquer coisa. Você tem que estar muito bem preparado para poder sentir isso e não sei qual a minha posição em estar preparado. Eu nunca estive preparado, mas ele me pegou de jeito. Pulsa, coração, pulsa. Bate forte dentro de mim. Me deixa com essa sensação de estar vivo. Pulsa. Bombeia. Explode. Mas não morre. Não morre por amor. Não. Não. NÃO MORRE. Aguenta o tranco. Aguenta a pancada. Aguenta o susto. Vai aguentando e sendo atormentado cada dia mais por conta de um sorriso, mas aguenta. Você é forte. Eu sou forte. E ela me fortalece mais ainda. Cadê a minha paz? Cadê o meu alívio? Eu poderia passar o resto do dia escrevendo sobre o meu romance e não encontraria uma calmaria sequer dentro de mim. Eu não me senti melhor e nem pior. O que é o amor? Mais uma pergunta sem resposta. Mas eu sei que ele está lá fora. Eu sempre soube. Hoje, ele bate na minha porta e o convido para tomar uns bons drinques comigo. Se embebede comigo, oh amor. Deixe as mágoas longe. Engula uma boa dose forte. Cuspa suas palavras em mim. E depois vá embora da minha casa. Deixe-me seguro do que estou fazendo e vá embora. É difícil amar. É difícil se apaixonar. Mas já não tenho tanto medo. E eu aguento. E sofro. E sorrio. E escrevo. Escrevo bastante. Cartas e mais cartas, lembra? Depois eu queimo todas ou jogo todas elas fora. Menos essa. Eu quero que leiam essa carta. Eu quero que saibam o que hoje pulsa dentro do meu peito. E não me importo que perguntem sobre quem estou escrevendo. E não me importo que amem ou odeiem cada palavra. E não me importa se o meu romance irá ler e depois jogar fora.

Se o seu coração parar de bater, peço que cavem a sua cova e a minha. Lado a lado. Se o teu carinho por mim fugir, que eu faleça antes disso. Se eu sonhar, que seja com você. Se eu abrir os olhos, que você esteja bem na minha frente. Se você me esquecer, que eu esteja lá para você lembrar de mim e se eu te esquecer, que teu perfume passe pelas minhas entranhas e aqueça o meu coração triste. Se você se for, que me leve junto, mas se eu for embora, que você venha comigo. Me dê a mão. Sorria. Me abrace. Me beije. E não me esqueça. Sinta medo, mas só o medo de que eu vá embora da tua vida, mesmo você já sabendo que nunca sairei dela. Que eu sorria por você e para você. Que você chore apenas quando sentir saudades de mim.
ESPERA. Estou escrevendo tudo muito lindo demais. Cadê a minha melancolia? Eu jurei que não deixaria esse meu conto clichê demais. Então, assim farei. Terminarei por aqui.

Sonhei com você essa noite, oh amor. E foi tão bom. Receba essa carta e só a jogue fora quando enjoar de mim. Tente entender. Você me entende quando ninguém mais está aqui por mim. Juro que tentarei não escrever mais nada sobre o amor, nem tão cedo.

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