terça-feira, 18 de novembro de 2014

Preenchendo o meu vazio em palavras vazias

E hoje não tem música clássica. Hoje não tem cerveja ou uma dose mais forte. Hoje não tem um café quente. Hoje não tem você. Não, não tem você. Não agora. Não nessas palavras. Você me preenche demais para estar nessas palavras vazias e todas as pessoas já estão cansadas de lerem coisas sobre o amor. Me estabeleço através do que? Me estabeleço através de quem? Eu ando pelas ruas rotineiras e vejo todas aquelas pessoas que nem conheço. Os mesmos rostos. Os mesmos sorrisos. As mesmas tristezas. Eu me vejo através delas e não me encontro. Me perco. Me iludo. Me frustro. Me deprimo. E já não aguento mais escrever nada sobre o amor. Escrever algo sobre romance faz apenas com que eu me sinta vazio, quero dizer, depois de escrever. As coisas funcionam da seguinte forma: Eu me apaixono. Eu amo. Eu me perco. Eu fico louco. Muito louco. Cada vez mais louco. E cheio de palavras para escrever, algo como fonte de fuga ou fonte de expressar sentimentos. Escrevo sobre o meu amor, escrevo sobre o meu romance, me sinto cheio de vida naquele momento e depois volto a me sentir vazio. Logo em seguida, vejo todas aquelas pessoas que conheço bem e outras nem tanto falando que estão cansadas de lerem coisas sobre o amor, mas dizem que o meu amor deve ser uma pessoa de sorte. Tolo eu por acreditar nisso. Eu sou triste. Deprimido. Frustrado. Confuso. Perdido. Será alguém capaz de me salvar?

Estou escrevendo essas palavras vazias. Sem planos. Sem choros. Sem sentimentos. Não estou pensando muito, apenas escrevendo. E escrevendo. E escrevendo. E escrevendo. E repetindo as mesmas palavras para que algo se encaixe no final. Entediante? Sim. Monótono? Sim. Frustrante? Sim. Confuso? Com certeza. E quem eu sou? O garoto entediante, monótono, frustrante, confuso e apaixonado, mas que não se ama e que não faz questão nenhuma de se auto-conhecer mais ainda. Eu daria qualquer coisa para poder estar bebendo alguma dose forte de uma bebida qualquer. Daria tudo para não estar sóbrio. Hoje, existem duas coisas que tornam o meu mundo mais suportável, o meu romance e as minhas bebidas. Mas HOJE, não tenho o meu romance e nem as minhas bebidas. O que eu faço? Escrevo. Escrevo feito um louco. E digito. E desenho. E penso. E reflito. E fico mais louco, muito louco e perdido. Me salvem. Me ajudem, pelo o amor de Deus, seja Ele quem for. Estou quase enfiando uma faca em meu peito para sentir que estou realmente vivo. Eu não me sinto mais vivo escrevendo. Não sóbrio, não sem música, não seu o meu romance. Mas que inferno, levem tudo isso para longe de mim. Me tirem desse inferno que é estar apaixonado. E sintam, espera, sintam, sintam minhas pequenas e medíocres palavras vazias. Não me levem tão a sério, a não ser quando eu peço, imploro, suplico e invoco ajuda. Não esqueçam de me ajudar. Não esqueçam de me trazer umas boas doses ou uma música clássica ou o meu amor. Não existe nada mais chato do que um homem apaixonado por uma mulher. Não. Não existe.

Prestou atenção em todas as minhas palavras vazias de sentimentos cheios? Se encheu de sentimentos cheios com minhas palavras vazias? Não. Não deixe o seu coração transbordar com minhas pequenas palavras vazias e imundas. Estou odiando cada vez mais todos os meus contos. Estou me odiando e me perdendo. Não se perca comigo. É horrível sentir que você não faz parte desse mundo. É horrível. É um abismo e a visão cansada vai ficando embaçada. Não deixem minha visão escurecer. Não me deixem morrer. Não me deixem amar. Não me amem. Não deixem minhas palavras vazias entrarem no coração de vocês. Aviso de amigo. Aviso de um louco. Eu avisei. ESTOU AVISANDO.

Eu odeio me apaixonar e mesmo assim peço todas as noites para o meu romance não me esquecer. Quer um conselho de um escritor de quinta categoria? Sofra, sofra muito. Ame, ame muito. Viva, viva muito. E escreva, você sendo um ótimo ou terrível escritor, mas escreva e nunca deixe que o teu romance te preencha mais do que tuas palavras.

E, OH INFERNO, me perdi dentro de meu próprio sentimento. Perdi a linha do raciocínio. Cairei em contradição de minhas próprias palavras, oh querida. As palavras não foram capazes de preencher o meu vazio, não essa noite, não como o teu sentimento, que tu dizes ter por mim, é capaz de preencher. O amor é como a corda de uma forca, e ela está enroscada em meu pescoço. Puxem a alavanca para a minha morte de uma vez por todas. Antes que seja tarde demais.

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