quinta-feira, 27 de agosto de 2020

...sobre todas as vezes que fracassamos

Luna Buschinelli - Sobre a Série Sentimentos - YouTube
Texto simples.
Carta curta.
Comum.
Muito simples.
E eu nem quero que tu sintas tudo que existe aqui.
Mas quero que entenda.
E saiba que a minha ansiedade está mentindo para mim.
E para você também.
Na verdade, gostaria que sentisse cada palavra que eu te escrever aqui.
Para entender o quão simples os momentos são.
E o quão normal é fracassar.
E decepcionar as pessoas.
E nos decepcionar.
Tudo bem a gente não se sentir bem.
Tudo certo se a gente perde uma luta.
A gente não pode ganhar todos os dias.
A vida ficaria chata demais se fosse sempre assim.
São nas derrotas que a gente descobre quem realmente somos.
E tudo isso parece uma autoajuda.
Sem que eu queria ser algo em comum com isso.
Estou longe de ser.
Estamos longe de ser.
Estou longe de existir.
E de ti, existir.
Estamos vivenciando nossos caminhos no modo automático sem saber onde esse trem irá descarrilhar. 
Tudo bem a gente se sentir dentro desse trem o tempo todo do tempo que a gente se permite sentir.
E a nossa ansiedade está mentindo para nós.
Tu não és uma pessoa ruim.
Tu não vais machucar ninguém.
Você não tem a capacidade de machucar uma mosca sequer.
Mas a ansiedade mostra para nós quem nunca quisemos ser.
E ela mente bastante.
Mente.
Repete.
Que mente.
Que repete.
O tempo todo.
Do tempo do todo de um tempo que a gente nem tem.
E martela. Que martela. Que martela.
Repete tanto que perde o sentido.
E nos faz perder o sentido.
E acreditar que a vida não tem sentido.
O nosso cérebro não trabalhar a serotonina que seria necessária.
E a gente nem sente vontade de sair da cama para fazer algo a respeito.
E a ansiedade perturba. 
E mente. Que mente. Que mente.
E enclausura. 
As dores de cabeça começam.
O corpo todo dói.
Os pulmões não funcionam direito.
E o coração a gente quer arrancar de nós.
Mas é tudo mentira que a mente insiste em mentir para a gente.
Que prega peças.
E a gente mente para a gente que tudo vai ficar bem.
Novamente!
E mente. Que mente. Que mente. E perturba.

Deixa a mente mentir para a gente dessa forma que a gente nem se sente.

Porque a gente esquece nossos pais.
A gente esquece nossos amores.
A gente esquece nossas conquistas.
A gente esquece nossos amigos.
A gente esquece nossos orgulhos de viver.
A gente esquece nossos sorrisos.
A gente esquece os momentos bons.
A gente esquece os restaurantes preferidos.
A gente esquece as melhores canções.
A gente esquece nosso trabalho.
A gente esquece do nosso eu.
E pensamos apenas no nosso quarto, na nossa cama.
Corremos para casa.
Para se isolar de nós mesmos por medo.
Muito medo.
Tanto medo.
Que chega até ser bobo.
Vamos beber algumas cervejas?
Vamos beber algumas taças de vinho?
Quem sabe nos esquecemos das tormentas.
Vamos beber até que tudo passe!!!
Mas nada passa.
E a gente não esquece.
A mente que mente e insiste em nos colocar para baixo não deixa.
E a gente pensa em todas as formas possíveis de sair dessa tempestade.
Cansamos de nos molhar até nos afogar, não é mesmo?!
A mente prega peças para a gente acreditar que somos seres humanos horríveis.
E a gente acredita, sabiamente, nisso.
A gente se torna os gênios das notícias ruins.
E acreditamos que o futuro que nos basta é feito apenas de situações que nos colocam no fundo do poço.

A ansiedade está mentindo para nós.
Em dizer que somos pessoas horríveis.
Em mostrar que podemos nos foder pelo cu como todas as pessoas que fizeram maldades.
Em mostrar que estamos a beira de morrer na cama de um hospital qualquer.
A ansiedade está mentindo para mim.
Em mostrar que vou decepcionar todos os que amo.
E deixarei todos nesse mundo de um jeito, assustadoramente, maldito.
E todos irão me odiar.
E se esquecer de mim.
Porque eu sou uma pessoa ruim.
E fiz maldade com muita gente.
E acabei com muitos sonhos.
Era o que todos queriam, o meu fim.

A mente que mente para mim!
Para tu.
Para nós.
A ansiedade está mentindo para todos nós.
Eu sei que está.

Eu escrevo todas essas palavras para mim mesmo.
E eu gostaria que alguém dissesse que tudo irá ficar bem.
Que eu não sou uma pessoa horrível.
Gostaria de lembrar da sensação de deitar a cabeça no peito de alguém e sentir as mãos pelos cabelos.
E ser esquentado com o melhor dos abraços.
Pensar que eu sei amar alguém, novamente.
Mas a ansiedade está mentindo para mim dizendo que vou permanecer para sempre sozinho.
E que isolado ficarei até morrer.

É bem triste ser assim.

Todos os meus heróis se foram.
Acabaram com suas próprias vidas.
Depressão?
Ansiedade?
Apenas tristeza?
Não sei dizer. Nem eles saberiam, se pudessem.
E temos algo em comum, todos eles estavam devastado de criatividade antes de partirem.
Assim como eu, me sinto o gênio das palavras e cartas e textos.
Nisso ninguém pode me parar.
Meus dedos escrevem, escrevem e escrevem na mesma frequência que minha mente que mente que mente.
E tudo bem a gente se sentir derrotado algumas vezes.
Tudo bem a gente dar bola para nossos demônios e nos entregar para isso.
Ás vezes, a unica alternativa é se render.

E quantas vezes, apenas hoje, pensei em suicídio?

Não sei te dizer.
Não contabilizo mais.
Só quero te dizer que você é incrível. 
E a ansiedade está mentindo para você.

Ok?

OK, PORRA!

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