quinta-feira, 25 de julho de 2019

Galhos secos e um milhão de "Talvez"

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Vivência poética. Me disseram para sentir tudo o que vivo. Apenas sentir.

E talvez eu te diga como me sinto hoje.
Talvez eu te peça para vir para minha casa está noite.
Talvez eu te diga que não quero passar essa madrugada sozinho.
E talvez eu te peça para trazer alguma coisa para bebermos.
Minha geladeira está vazia.
E talvez tu venhas. E eu ficaria muito do contente.
E talvez tu chegues em minha casa. Tocará o interfone. E eu descerei as escadas correndo para te abrir a porta.
E talvez eu demonstre de longe o meu contentamento por você estar em minha porta.
Você. Apenas você. Ninguém mais.
E talvez eu te peça para entrar. Rápido. Ligeiro. Quero te aproveitar o tempo que for necessário e possível.
E talvez tu tenhas trazido algo para bebermos. Sabes que adoro cerveja. E talvez tu tenhas trazido mesmo.
E talvez você me ofereça uma. E eu te peça para sentar na minha poltrona preferida.
E talvez eu abra a minha cerveja e te entregue outra gelada. Você, talvez, sorrirá.
E eu, contente por dentro, te direi, talvez, que estava morrendo de saudades e vontade de te dizer o quanto quero que não se vá.
E talvez tu me dirá que não irá para lugar algum.
E meu peito, quase explodindo, talvez, te mostrará que o meu coração é onde está o teu melhor lugar.
Talvez eu peça para você ficar mais a vontade. E você irá tirar o teu tênis que tanto te machuca.
Você se sente confortável sem nada nos pés. Acredito eu.
E talvez eu te pergunte como foi o seu dia. Tu sorrirás, mas dirás que foi cheio de tormentos que o mundo é capaz de te entregar. Aqueles velhos hábitos.
E talvez eu estarei te ouvindo. Tua voz. Tua voz e nada mais. Nem blues no fundo. Só tua voz. Aquela que me conforta.
E eu, talvez, direi, mais uma vez, que eu estava sentindo tua falta. Tu olhará para baixo. Sem graça. Ficará com as bochechas avermelhadas. E eu te direi, talvez, que eu acho lindo este teu jeito de ser.
Talvez tu me olhe. Com os olhos brilhando. E eu, talvez, te diga que te quero. Tu, talvez, dirás que me quer. E eu te chamo para meu colo. Tu vens. E o meu melhor paraíso e sonho é acreditar que te tenho em minhas mãos. E que tu tens meu coração o tempo todo. Certo é o homem que entrega teu coração na mão da mulher mais linda da cidade.
E talvez, iremos nos despir. E eu te amarei como nunca amei outro alguém. Talvez.
Talvez nos cansaremos por demais. Ofegantes demais nos deitaremos, mas você sorrirá para os ares. E balançará teus belos cabelos e dirá que está tens sido a melhor noite de tua vida. E que sentiu minha falta. Outro talvez.

Sofrimento poético. Me disseram para sentir tudo o que vivo. Apenas sentir. E sobreviver!

E talvez eu tenha medo de te ligar.
Talvez eu tenha medo da tua voz, porque eu sei que ela é minha maior fraqueza.
E talvez eu te ligue e te peça para me encontrar.
Tu me dirá que não tens tempo, talvez.
E eu direi que não te perturbarei novamente.
Tu me dirá, talvez, que não se importa. E desligará o telefone em minha cara como se eu fosse um nada.
Talvez, eu desligue o telefone. Corra até a geladeira. E vejo que não tenho nada dentro dela.
Esqueci de fazer as compras do mês. Esqueci minhas cervejas por um canto qualquer do mundo.
Lembrei que não bebi essa semana por ter alguém em minha mente que foi capaz o suficiente de me fazer lembrar em ficar sóbrio.
E talvez eu entristeça.
Talvez eu corra até o telefone da mesma maneira que corri para a geladeira. E pense em te ligar novamente para te pedir para me visitar amanhã. Ou quando puder.
Talvez também, eu te ligue apenas para dizer o quanto sinto tua falta todos os dias. Desde que partiu e deixou teu cheiro por todos os cantos de meu quarto.
E talvez eu te ligue e te mostre a ideia estúpida que tive na mente de que voltes para o meu quarto para deixar mais um pouco de ti nele. E em mim.
E eu sei que tu jamais aceitaria. Talvez.
E talvez eu seja burro o suficiente para respirar fundo e sentir cada cheiro teu contido em minhas quatro paredes deste quarto calmo e vazio.
E talvez eu desista dessa ideia de te ligar.
Talvez eu entristeça o suficiente.
Pegue a chave do carro e saia para comprar algumas boas cervejas geladas.
Talvez eu dirija por aí sem me importar com o trânsito.
E acelere. Acelere muito o carro. Sem me importar. E talvez eu capote o carro. Com toda a força do mundo. E enquanto ele gira no ar, eu não me desespero, pois a morte é algo rápido e tranquilo. Mas, talvez, eu me depare com o fato irrelevante de que eu deveria ter te ligado e feito o pedido para que não me deixes jamais, porque, talvez, eu já não consiga ficar um dia sequer sem ouvir tua voz cansada me dizendo que estas apaixonada pela pessoa incrível que pensa que sou.
E eu, burro, talvez parta daqui sem nunca saber ao certo o que seríamos de nós como belos amantes.
E quando a notícia de minha partida chegar até ti, talvez, tu entristeças e se desespere e corra até mim sem saber onde me achar ou continue tua vida da tua maneira com o pensamento repentino de que eu sempre fui esse fraco por amores e romances que não sabe lidar com nada disso.
Talvez você esteja certa!
E balançará teus belos cabelos e dirá que está tens sido a melhor noite de tua vida.

Desespero poético. Me disseram para eu nunca me desesperar com as coisas que vivo. Tarde demais!

E talvez eu te queira.
E talvez eu não tenha bebido essa semana por você ser a unica coisa no mundo que me faz bem.
Por enquanto.
E talvez eu esteja com o telefone em mãos para te ligar e te pedir para vir me visitar.
E talvez você me atenda e aceite meu convite.
Eu irei me desesperar. Arrumarei minha cama pequena só para você bagunçar.
E deixarei o lugar nela para que deixes teu perfume para eu lembrar de você no dia seguinte.
Talvez eu te ligue e peça para me cuidar.
Mas não quero parecer egoísta.
Então eu te ligo e peço para vir e eu te cuidar, porque sei que o teu sorriso é o que faz com que eu fique bem e não precise de cuidados.
Talvez eu saia correndo para a loja de conveniências da esquina para comprar cervejas para você.
E talvez você nem se importe em beber.
Talvez eu compre alguma coisa para a gente comer de madrugada.
E eu passe todos os canais na esperança de que esteja passando um bom filme para se entreter quando eu não souber o que falar.
E talvez eu bote o meu cachorro para fora. Deixe ele perto da casinha dele. Não quero que ele pule em cima de você com tanta empolgação de outra pessoa que não seja eu aqui dentro de casa.
Talvez eu limpe meu cinzeiro. E jogue todas as latas e garrafas de cerveja vazias. E esconda todas as cartas de amor que escrevi e taquei nos cantos do meu quarto.
Talvez eu corra para tomar um banho. Passe o meu melhor perfume. Penteie a minha barba. E esqueça do meu cabelo, mas isso não importa.
E talvez eu te espere. E talvez eu me desespere. E talvez eu olhe para o meu telefone e veja que não tens mensagens tuas dizendo que já estas chegando.
E talvez eu pegue o telefone. E te ligue. E pergunte se estas chegando. E você do outro lado da linha, talvez, diga que estas com preguiça e me peças para te buscar.
Ou então...digas que não mais virá.
Eu sorrirei pela voz. Te direi que não existe problemas. Te direi para descansar.
E desligarei o telefone.
E escreverei um poema.
Poema entristecido com o passar do tempo. Tanto quanto eu.
Entristecido, mas contente, por lembrar que ainda sei amar. E sentir. E viver. E sofrer. E me desesperar. E escrever tudo que ousei viver.
Contente, mas entristecido, por lembrar que amores são como galhos secos que nada tem para nos entregar, a não ser algumas folhas verdes de esperança de que um dia tudo desabrochará bem novamente.

E talvez, eu me importe com o amor.
Droga, esqueci onde deixei minhas cervejas.
Talvez estejam em tua casa. Talvez eu as busque. Algum dia. Deixa pra depois. Amanhã talvez!


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