segunda-feira, 15 de julho de 2019

...e essa melancolia é muito mais do que eu consigo suportar

Resultado de imagem para cigarros e cerveja tumblr

Poético ver o cigarro em seu final se apagando dentro de um cinzeiro.
Libertador ver a cerveja se abrindo e chegando ao fim em apenas um gole.
E eles dizem "Para de escrever essas merdas que tu escreve. Homem não faz essas coisas. Que escroto!". E elas dizem "Que lindo. Que maravilhoso. Que fofo. Você é foda". E eu não me importo com nada do que dizem. E eles dizem para eu sair mais. Para eu amar menos. Para eu sair correndo como um cachorro no cio atrás de todas as mulheres possíveis. E sentir menos. E elas dizem que eu devo ser a melhor pessoa para se ter ao lado. Que eu devo escrever mais. Que eu devo amar demais e os homens de hoje em dia não sabem fazer isso. Que eu devo sentir mais e mais e mais. E eu não me importo, caralho!
E eu já escrevi palavras demais para quem não sente a mínima vontade de ler.
E eu já senti perfeições demais por quem não sente a mínima vontade do sentir.
E eu já entreguei demais laços para quem quer desatar todos os nós.
E eu já sofri demais por quem nunca soube me amar ou fez questão disso.
E eu não me importo.
E eu continuo bebendo. Tragando. Escrevendo. Sentindo. Sofrendo. E eu que não dou a mínima.
E eles falam que homem não deve demonstrar sentimentos. E elas falam que odeiam todos os homens por pensarem assim. E eu não me importo com nada disso. Eu apenas sinto. E escrevo. E penso. E reflito. E me tranco em meu quarto na esperança de que nunca mais me achem. Na fissura de que não mais falem como eu deveria ser ou deixar de ser. E eu só quero fugir de todos eles. E eu só quero fugir do mundo. E eu só quero que o universo me enxergue como um todo e me esqueça por um dia sequer. Fingindo que não estou lá. E eu não estarei lá. Essa poeira estelar alcoolizada não estará lá. Parem de me enxergar mesmo quando eu grito por socorro. Para de me procurar mesmo quando eu procuro por ajuda. E eu sinto. E eu não me importo com as palavras vazias de quem fala que homem não deve sentir. Eu sinto. Sinto demais. Amo demais. Sofro demais. Escrevo demais. Bebo demais. E penso demais. Tudo por demais. Nunca o mais ou menos. E se eu fui feito para algo nesta vida, é para o sentir. Solitário me encontro escrevendo palavras profundas sobre romances e acidentes que vem e vão. E eu já não me importo.
Já me entreguei milhares de vezes. Milhares de vezes eu disse adeus. Sem querer. Sem precisão. Sem pensar que o começo de tudo foi a chave para a solidão de sentimentos criados unica e exclusivamente por mim. E eu não me sinto burro ou estúpido por amar e sentir demais. Me sinto um homem de verdade. Só homens de verdade tem a coragem suficiente de sentirem e se expressarem e destruírem essa barreira anti-romantismo que a vida nos impõe. Teus amores são o que descrevem você. Teus romances são o que decifram você. E se tu não é capaz de sentir e se entregar e amar e prescrever medicações para si mesmo através da voz cansada de outra pessoa que tanto lhe faz bem, volte algumas casas através de ilusões criadas por tua mente quadrada e perdida dentro de si mesmo.
Eu sinto e não sinto vergonha. Eu amo e não sinto fraqueza. E isso não faz de mim mais ou menos homem do que ninguém.
Seguimos escrevendo!

- O mundo é esta porcaria que nos entrega felicidade por um curto período de tempo, e quando tu achas que está bem, vem esta mesma porcaria e te entrega um soco na porra do meio do estômago.
- O que queres dizer com isso?
- Não da para ser feliz nesta porcaria de mundo.
- E o que tens isso?
- Eu desisto.

Amei várias vezes e desisti todas elas. Senti várias vezes e matei todas elas. Sentimentos e amores criados por mim são assassinados unica e exclusivamente por mim pelo fato de eu saber o final disso tudo. Ataco todas as borboletas em meu estômago com o intuito de não mais sofrer e acabo, então, me fodendo de verdade. Foda-se o sentimento. Mate-o. Mate-o. Mate-o. Espanque-o antes. Faça o sentir bastante. Acabe com essa porcaria de uma vez por todas. Não deixe essa merda te consumir. Acabe com esses amores e sentimentos e romances. Apague um cigarro na cara dele. Jogue cerveja em cima dele como se estivesse entregando o gole do santo. E chute-o. Chute-o até ele reclamar da dor. Assim como fazemos quando nossos amores nos deixam. Acabe com essa merda de uma vez por todas. O amor é esta porcaria que chuta os nossos rabos e ri de nossas caras logo em seguida. Faça isso com ele antes que ele mesmo acabe com você. Jamais se esqueça!

- MAS QUE CARALHOS ESTAS ESCREVENDO DESTA VEZ, PORRA?!
- Algo sobre suicídio revestido de romance.
- Não entendi este caralho de coisa!
- Estou o dia todo pensando em mil maneiras de dizer Adeus, meu amor. Tu me pegou escrevendo neste exato momento sobre amores e romances, mas é algo que eu camuflo para não dizer que estou pensando nessas mil maneiras.
- O que queres dizer, seu bêbado desnaturado do caralho?
- Querida, eu pedi socorro. Eu gritei ajuda. Eu implorei por uma mão estendida que me ajudasse a encontrar a saída e o amor verdadeiro que me mostrasse o caminho para a verdadeira felicidade. E todas as vezes que implorei por esta merda, me senti pior logo em seguida.
- VOCÊ ESTÁ BÊBADO, seu tolo de merda. Não sabes o que fala.
- Muito pelo contrário, meu bem. É bêbado que sabemos o que falamos.
- Para de beber, caralho. Para de escrever essas porcarias. Ninguém vem te salvar.
- Por isso eu escrevo cartas como se fossem as últimas. Ninguém nunca vem me salvar. Ninguém nunca costuma entender. E todos eles acham que estou amando infinitamente outro ser humano, quando de fato só quero dar um fim nesta porcaria de vida que aqui tu se encontras.
- Acabe logo com ela então, bêbado tolo!!!

...e eu quero tanto dizer adeus esta noite.

- Que horas são, querida? - perguntei enquanto bebíamos.
- 22:27, meu anjo.
- Vai chegando essas horas e vai batendo uma angústia.

Ela só me observou. Entregou teu olhar de tristeza e sofrimento e solidão. Entendi do que se tratava. Entreguei o meu de volta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário