segunda-feira, 6 de maio de 2019

O sol já está logo atrás dessa nuvem negra que trouxe o temporal que me cuspiu para longe de ti

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Um bloqueio mental é o que me afasta de todas as palavras que gostaria de escrever. Essa tempestade que enegreceu meu coração e me afastou do verdadeiro amor, me deixou cego o suficiente para ficar sem palavras o suficiente para vomitar e mostrar ao mundo o quanto não estou bem. O quanto preciso me cuidar. O quanto preciso escrever como se fosse morrer amanhã para não enlouquecer em minhas próprias loucuras e poesias de uma vida tão, mas tão escura quanto a nuvem que me levou para longe de ti num piscar de olhos. Essa mesma nuvem que fez com que eu matasse todas as borboletas contidas em meu estômago ao pensar em um nome. Essa mesma nuvem que fez eu batizar esta morfina que injeto em mim todas as noites para te esquecer com nada que chegue perto de como te chamam. E eu não te conheço mais. Passei a me conhecer um pouco mais, mais do que eu esperava, e percebi que a droga com teu nome que eu injetava diariamente eu meu coração já não faz mais parte de mim. Você se foi. Meu amor se foi. E o que eu sinto é o suficiente para acordar de um sonho pelo qual eu nunca quis fazer parte. E eu bebo. E eu dou meus tragos. E eu parto para um mundo tão doente que sempre quis me abraçar. E me sinto doente longe de ti. Sinto-me doente a ponto de saber que tu era minha cura, mas hoje perceber que sou a cura de mim mesmo. E eu sei que eu não deveria te querer tanto e sentir tanta vontade de você, mas isso não posso controlar. E eu sei que eu deveria não pensar em você da forma que penso, porque esses pensamentos são o que me cegam, me calam, me emudece e me enlouquece. E eu te quero, querida, mas prefiro que permaneça longe. Longe o suficiente para que eu lembre que preciso me cuidar. Que preciso lembrar um pouco mais de mim. Mas te quero o suficiente para me afogar em cervejas e esquecer o quanto gostaria de olhar para trás e ver você deitada em minha cama sorrindo como quem diz "Para de ser bobo, estou aqui. Eu sou sua". Ah, querida, essa montanha que nos afasta tem nossos nomes escritas nela. E esse caminhão que me atropela tem seu nome escrito na placa. E essa saudade e angustia de permanecer tanto tempo longe de ti também teu seu nome contido nelas, mas preciso de uma borracha universal para te apagar de cada grão deu saudade contida em meu peito. Tu já não faz mais parte dessa vida cansativa e angustiante que eu ouso em levar dia após dia.

Já ouviu blues, querida?

Pegue minhas mãos e me leve para longe daqui. Me afasta desse meu vício de tentar te esquecer. Me salva dessa angustia que é lembrar de você e não te ter ao meu lado. Me liberta dessa vontade absurda de escrever todos os dias na esperança de que algo ou alguém me salve dessas armadilhas em que eu mesmo me coloquei em relação ao amor. Eu cansei de escrever, querida. Eu cansei de beber. Eu cansei de fumar. Eu cansei de pensar. Cansei de pensar em poemas que te encaixe em meus dedos e te mostre que sem ti não sei viver. Cansei de sentir tua falta. Cansei de desejar você como ninguém nunca desejou. Cansei de olhar tuas fotos e ver que deseja outros braços e lábios que não te desejam tanto quanto eu. Cansei de matar todas as borboletas em meu estômago quando lembro do teu sorriso. Cansei de criar infinitos aromas em minha mente na esperança de que algum deles chegue até você. Escrevi tanto, mas tanto, que tudo isso daria um livro e tu nunca leria uma palavra sequer contida nele. E eu cansei de te escrever. Cansei de olhar para o lado e ver que tu não dá a mínima para o que sinto. Teu ego. Teu orgulho. Teus valores. Teus amores. Teus momentos. Tua vida. Tudo fala tão mais alto dentro do teu peito e enxergo que minha vida nada mais tem a ver com a tua. E esse não é o maior dos problemas, eu não me importo se estas forte e feliz o suficiente para viver tua vida de acordo com que o mundo é capaz de te entregar, o que me mata é o amor assassino por ti que encontro dia após dia dentro de meu peito. O que me mata é lembrar de você. O que me mata é tentar não lembrar de você e ver que ainda não te esqueci, e ainda sim, me sentir culpado por não ser capaz o suficiente de conquistar esse teu coração enegrecido que já não é mais o mesmo de uns tempos atrás. E você esqueceu. Esqueceu como se faz. Esqueceu como sentir. Esqueceu como pensar. Esqueceu como amar. E tu me ensinou a esquecer. Me ensinou como fazer. Me ensinou como sentir. Me ensinou como pensar. Me ensinou como amar. Só não me ensinou a me libertar de mim mesmo. E esse pensamento continuo e filosófico de que a morte é a unica alternativa me invade a mente sempre em instantes em que sei que não conseguirei te esquecer tão facilmente como desejo e desejei. E essa tempestade não se afastará de mim até que eu olhe para você e te enxergue apenas como um passado distante que não quero mais fazer parte. E eu gostaria tanto de te odiar. E eu pensei em te odiar. Tentei te odiar. E escrever cartas e mais cartas que dizem o quanto quero te matar aqui dentro e fazer com que tu seja a última pessoa na face da terra em que gostaria de encontrar, mas tu jamais seria esta pessoa. E sabe porque, querida? Porque eu te amo como ninguém nunca amará. E escrevo sobre ti como ninguém nunca escreverá. Te guardei as melhores e piores palavras, cabe a ti onde encaixa-las todas elas em teu coração enegrecido com o tempo.

Tu esqueceu de me avisar o perigo que eu corria ao te amar, querida!

Te encontrei perdida por ai. Te encontrei escrita em minhas cartas. Te encontrei escondida em meus romances. Te apaguei assim que pude. Assim que tive a chance, de assassinei aqui dentro de mim, mas fui preso e escravo do teu próprio amor. Como foste capaz de fazer isso? Quem foi que disse que o amor é o melhor sentimento capaz de ser sentido por seres humanos? Quem foi que disse que essa merda liberta, salva, glorifica, purifica, enaltece? Quem foi que disse que o amor verdadeiro dura para sempre? Quem foi o idiota equivocado que inventou esse turbilhão de mentiras para me fazer acreditar que este sentimento aqui dentro irá durar para sempre?! Se eu concretizar que este amor durará para sempre, irei escrever e beber e fumar para te esquecer por toda a eternidade ou partirei mais cedo do que todos pensam. Estou deitado no cais dos sentimentos olhando para o céu e tentando encontrar um ponto muito claro que me leve até você. Percebi que o universo está limpando quase todas as nuvens que entregaram tempestades negras e me levaram para muito, mas muito distante de ti, e eu preciso encontrar uma saída quando essa imensidão de claridade chegar em meu mundo. Preciso olhar para o céu e saber que te amar não foi um erro e sim um aprendizado. Preciso ver que o vento limpo e leve após a tempestade irão me levar até você e fazer eu enxergar o que nunca enxerguei, que és o meu amor verdadeiro ou que é só mais uma paródia de romances clichês que nunca quis viver. E eles dizem "o teu amor está por vir". Não acredito. E eles dizem "vão te amar de verdade um dia". Não acredito. E eles dizem "você é incrível, irá amar novamente e ser amado com todas as forças". Não acredito. E eles dizem "o universo está ao seu favor, és uma pessoa boa". PORRA, UNIVERSO, conspire um pouco ao meu favor, mesmo que injustamente, porque eu quero dar umas boas risadas também. Esse meu choro sincero diário é por lembrar que meu amor morreu já faz um tempo e as borboletas que eu assassino aqui dentro sempre que posso, são as armadilhas mortais que o mundo é capaz de me colocar.

Será que nesses assassinatos de borboletas, assassinei o meu amor verdadeiro? EITA PORRA!

- Eu acho que você está bebendo demais, hein?
- Acha?
- E eu acho que estas escrevendo demais, hein?
- Acha mesmo?
- E eu acho que estas triste demais, meu bem?
- Sério?
- E eu vejo essa tristeza contínua em teu olhar, hein?
- Vê?
- É muito fácil te descrever, querido. Muito fácil. Bebe para escrever, escreve para esquecer, esquece por prazer, relembra como punição, chora por perceber do erro e engole tragos para tentar engolir a própria tristeza.
- A tempestade está quase passando. Quando ela passar, tudo ficará bem. Tão bem quanto poemas felizes e blues alegres que chegam ao fim.
- E o que fará com teus poemas quando tudo isso chegar ao fim?
- O que sempre faço: jogarei todos eles fora!

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