domingo, 21 de dezembro de 2014

Natais, Viradas de ano e essas histórias repetidas

Eu amo escrever, mas já não tenho tanto tempo assim para enfurnar-me dentro de meu próprio quarto, pegar algumas cervejas e escrever, escrever e escrever. Já não tenho meu próprio tempo e quando se está perto de mais um final de ano a gente para e repensa em todas as coisas que estão acontecendo e as que ainda irão acontecer. Oh mundo chato. Oh seres humanos que me deprimem. Oh tempo que não corre lado a lado com meu ser. O ano está acabando, mais uma porra de vez, e estou aqui num domingo, com dez dias para acabar o ano, escrevendo e embebedando-me por me dar conta de como fico triste em finais de ano. As festas de natal, os enfeites, os presentes, os embrulhos, os corais dentro dos supermercados que fazem com que eu odeie música, coisa que tanto amo. Oh ser humano chato pelo qual me tornei, mas ei de encontrar alguém que fique verdadeiramente feliz com finais de ano, Todos sabemos que está sendo um ano a menos de nossas vidas e não existe tanto motivo assim para estar triste em dar um passo para mais perto de nossa morte. O ser humano é burro e as pessoas que ficam verdadeiramente felizes com essas melancólicas festas de finais de ano não entenderam isso ainda. Não existe tantos motivos assim para ser feliz no dia do seu aniversário e cheguei a conclusão de que não existe motivos para se sentir feliz no aniversário de uma pessoa que NINGUÉM sabe em verdade se existiu. Se existiu de fato e verdade, Ele deve estar triste nesse exato momento por ter que ficar mais velho daqui uns dias. Mas que merda estou escrevendo?

Dez dias para acabar o ano e o que eu fiz? E o que nós fizemos? As pessoas que conhecemos, os lugares que andamos, os empregos que largamos, os corações que partimos. Os dias que choramos e sorrimos, abraçamos e nos afastamos. Os dias de vitórias e os de derrotas. As pessoas que não queremos nunca mais ao nosso lado e as pessoas que conhecemos há alguns meses e já parece que faz anos e anos. Eu mudei, você mudou, eles mudaram. Outros continuam a mesma merda que sempre foram e para eles eu continuo sendo a mesma merda que sempre fui, mas mudamos, para melhor ou para pior. Acredito que eu tenha me transformado numa pessoa bem melhor do que sempre fui. Um pouco mais impaciente, intolerante, chato e apaixonado, mas mudei e mudei bastante. Um pouco mais alcoólatra também e sozinho e pensante e escritor. Transformei-me num escritor de verdade esse ano e não me arrependo disso. Me apaixonei, sofri, chorei, amai, esperei, trabalhei, escrevi e como escrevi. Escrevi até os meus dedos começarem a doer, li, reli, repensei sobre meus contos. Publiquei a maioria deles, fiz uma promessa para mim mesmo de que não iria mais joga-los fora e está sendo gratificante. E foi gratificante. Salvei a mim mesmo de minhas loucuras e salvei várias outras pessoas por terem o mesmo pensamento que eu, mas que nunca teriam coragem o suficiente de cuspi-los em formas de palavras. Esse ano foi verdadeiramente bom e ruim, assim como todos os anos. Todos os anos a gente sofre e vive. Chora e sorri. Cresce e amadurece. Aprende e erra. Todos os anos é a mesma coisa. Todos os anos a gente faz promessas, algumas que nunca serão cumpridas, outras que dão certo. Final do ano passado eu fiz duas pequenas promessas para mim mesmo e não cumpri nenhuma das duas. Prometi que beberia menos e não me apaixonaria. Me apaixonei, fui fisgado pelo amor e por conta disso comecei a beber mais e mais e mais e mais. E escrever muito mais e mais e mais e repetidamente mais. É triste, melancólico, depressivo, mas me engrandeceu e confesso que só me arrependo esse ano de não ter bebido mais e ter amado muito mais do que deveria. Prometo fazer mais de ambas as coisas nesse novo ano.

O ano está acabando. Indo embora. Quem diria que há quase 15 anos atrás eu estava morrendo de medo do mundo acabar. Quem diria que eu cresceria tanto e hoje seria diferente, que eu estaria torcendo para ele acabar de fato e verdade. Veja bem que ser humano triste e desinteressante me transformei. Perdoe-me por isso. Perdoe-me por não ser tão interessante assim. Por eu escrever demais. Por eu falar demais sobre coisas tristes por ser tão, mas tão triste. Perdoe-me por eu não me importar por nenhum pedido de perdão que venha de mim, porque eu não me importo tanto assim com as pessoas e com o que elas irão achar e pensar de mim. Perdoe-me por estar tentando encontrar a minha felicidade dessa forma, por ter o sonho genioso dentro da mente de acordar e não ter que enfrentar nenhuma outra face humana, porque foram essas faces humanas que me transformaram nessa pessoa triste, chata, desinteressante e melancólica. E bêbada e pensante e tão tudo. E tão nada. Perdoe-me por gostar tanto de escrever, de livros, de poemas e poesias. Por gostar tanto dela. Por estar acreditando amar uma pessoa que possa parecer ser proibida de amar. Não. Eu não me importo. O ano está acabando. O natal está chegando. E estamos todos morrendo. E esse é o ultimo conto que escreverei publicamente para todas as pessoas que se interessam em ler e para as que não estão pouco se importando. Sim, existem poucas coisas pelas quais me arrependo nesse ano que está indo embora e uma delas é a de ser muito mais no ano todo como sou hoje, tão assim, tão sem me importar com a felicidade das pessoas se elas não se importam com a minha. Tão sem abrir mão de minhas próprias alegrias porque as pessoas querem apenas a delas. Deixa esses egoístas morrerem sozinhos, enquanto tenho abraços verdadeiros para o Natal e a virada de ano.

Nosso tempo está acabando. O tempo, pequeno tempo. Grande tempo que me leva pouco a pouco. Tempo que ocupa todo tempo do meu tempo. Tempo inteiro do meu tempo do pouco tempo que tenho por viver tempo demais nesse mundo que muito tempo têm. Oh! Tempo do meu tempo tão distante de mim. Tempo que gasto escrevendo e bebendo e tentando sorrir de verdade. Sorriso sincero que o tempo levou faz tempo. Tempo perdido. Jogado fora. Encaixado no tempo. Tempo de vida. Tempo de morte. Tempo de bons tempos e nostalgia. Tempo em que choro e dou risada de canto da boca. Tempo penoso e lento que me leva rápido demais. Tempo chato e velho, E irritante. E louco. Oh droga! Eu sou o tempo. Entendeu?
Isso deveria ser uma poesia, mas gastei esse longo tempo que tenho para escrever curtas palavras. Seria uma poesia ruim e já não tenho tempo para poesias ruins. E já não tenho muito tempo para sentir essa náusea misturada com agonia e vontade de chorar. Pouco tempo para muito sentimento. Sentimento pouco barato para muito tempo.
Confuso tempo do tempo em que me amou há tempos. Hoje me odeia, esse pequeno e velho tempo que me deixa tão pequeno e velho. Chato tempo, tempo chato. Chato. E tempo. E muito chato. Para de chorar em cima de mim, oh tempo chato e velho!

E peço ao Papai Noel, um único pedido de final de ano: ME MATE!
Mas como Papai Noel não existe, minha alma apenas permanece triste e melancólica quanto todas as árvores de natal queimadas no centro do mundo.

Amém. Por esse ano.

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