Meus olhos estão inchados. A barriga está vazia. Minha mente ainda se encontra sonolenta. A música clássica da mais alta qualidade está passando friamente pelos meus ouvidos. Tive um dos melhores finais de semana que alguém poderia desejar. Amei. Sorri. Abracei. Bebi. Isso, sim, enchi muito a cara. Festejei. Mas mesmo assim o domingo vem no final para me mostrar qual é o dia mais desgraçado da semana, mesmo sorrindo, mesmo amando, mesmo desejando, mesmo bebendo, ele faz questão de mostrar o que é ser algo desgraçado. Encontro-me perdido dentro de meu próprio lar. Teorizando sentimentos e pensamentos que nem sei bem quais são. Abro a mente. Deixo os dedos fluírem tudo que querem. Mesmo assim não encontro nenhuma esperança para mim. Droga, mas oh infernos, porque sempre encontro-me perdido desse jeito. Será deveria voltar a dormir até segunda-feira ou deveria encontrar algum sentido da vida em algum livro meu? Será que eu deveria ligar para minha amada para ouvi-la dizer que tudo ficará bem como ela sempre faz? Perco a esperança ao saber que a esperança não está em mim, mas sim em um outro alguém ou outra coisa. Devo confessar que estou teorizando que sempre, sempre mesmo, as coisas que irão me salvar se resumem nas palavras e no amor. A morte e o ódio estão descansando em minha vida dessa vez. Sinto-me um tanto quanto alegre ao pensar assim. Deixa esses dois extremos descansarem, enquanto vivo a minha vida de uma forma deliberadamente certa. Deixa eu amar, deixa eu sorrir, deixa eu abraçar, deixa eu me embebedar, deixa eu festejar e escrever nos domingos que encontro-me sem fazer absolutamente nada, onde poderia estar fazendo alguma outra coisa qualquer. Escrever e me embebedar é sempre o caminho mais bonito que posso enxergar.
Sinto que minhas palavras estão começando a ficar confusas, clichês ou sem sentindo. Ou tudo isso junto. Ainda tenho em mente que sou um escritor de quinta categoria que sabe muito bem o que quer. Louco. Gênio pensante. Bêbado. Estranho. Tudo isso e mais um pouco. Sou tanta coisa, mas ao mesmo tempo não sou nada. Sou tudo. Sou o meu tudo. Sou o seu nada. O nosso nada. Sou um poeta triste sendo salvo mais uma vez. Sou um escritor escrevendo mais algumas palavras para que um dia não seja completamente esquecido e as pessoas falem "Poxa, ele fez algo verdadeiramente bom" ou quase. Espero que um dia as pessoas sigam algum exemplo meu e mandem para um outro alguém algumas de minhas palavras de amor e, quando eu me for, que elas amem e sejam amadas pelos exemplos bonitos que dei em cada palavra sincera que escrevi. De certa forma eu sei amar. De certa forma eu sei sofrer. De certa forma eu sei escrever. Todos temos um dom e há tempos descobri o meu. O talento em amar para escrever e escrever para amar. Depois eu sofro. Depois eu me embebedo. Depois eu morro. Enquanto isso aproveito essa brisa cansativa do vento de domingo, observo o sol batendo pela fresta de minha janela e penso na unica esperança desse domingo que tenho. E por saber amar verdadeiramente certo e sincero, encontro minha esperança de ser algo ou alguém melhor em você, minha amada. Que meus lábios toquem os seus mesmo estando longe. Que meus braços te confortem quando você não souber qual caminho seguir. Que você não me esqueça se eu sumir por dias e dias, muito menos me esqueça quando eu morrer. Que você não sinta ódio ou raiva de mim, e sim ternura e amor. Que sorria quando lembrar de todas as coisas boas que passamos e passaremos, mas se for para nunca mais passar, se algo triste me acontecer, que você saiba que a minha esperança de não ter um domingo ou uma vida desgraçada está em você.
- Bebe e ama comigo? - perguntei.
- Que essa história nada clichê seja eterna e boa enquanto dure.
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